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Estado de Minas

Montadoras mant�m barganha com o governo

Executivos do setor mant�m reuni�es semanais com membros do governo, entre eles os do primeiro escal�o, como o ministro Guido Mantega


postado em 18/05/2014 08:31 / atualizado em 18/05/2014 08:40

O acordo entre montadoras e o governo para a redu��o da al�quota do Imposto Sobre Produtos Industriais (IPI), em maio de 2012, previa a manuten��o do n�vel de emprego na ind�stria, mas o fim gradual dos benef�cios tribut�rios e a recomposi��o da al�quota vieram acompanhados da demiss�o pontual de empregados. No per�odo de um semestre foram 5,4 mil postos de trabalhos cortados - 159,6 mil empregados em outubro de 2013 para 154,2 mil, em abril de 2014 - e, mesmo assim, a ind�stria ainda mant�m o poder de barganha com o governo federal.

Executivos do setor mant�m reuni�es semanais com membros do governo, entre eles os do primeiro escal�o, como o ministro Guido Mantega. No m�s passado, o presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, foi inclusive recebido pela presidente Dilma Rousseff. Enquanto isso, representantes de outros setores criticam a falta de agenda da presidente para atend�-los.

"Eu reputo essa abertura a duas coisas. A primeira � o peso da ind�stria automotiva e de cadeia na ind�stria e na economia brasileira", disse Moan ao Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, citando que as montadoras sustentam uma cadeia dez vezes maior de empregos do que geram nas f�bricas, ou seja, 1,5 milh�o de postos de trabalho, e respondem por 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e por 21% do PIB Industrial do Pa�s. "O segundo ponto � a que a Anfavea nunca levou um pleito que n�o fosse bom para a economia brasileira", completou.

Moan cita as duas principais pautas atuais da Anfavea com o governo - a retomada das exporta��es para a Argentina e a libera��o de mais cr�dito para o financiamento de ve�culos - como exemplos de "pleitos bons" para o Pa�s. "A libera��o de cr�dito � �tima para o Brasil; o Inovar-Auto e o Exportar-Auto s�o �timos para o Brasil. Eu j� recebi v�rios feedbacks de que a Anfavea, quando detecta um problema, mensura esse problema e traz solu��es", completou.


O presidente da Anfavea admite que as demiss�es recentes no setor s�o fruto de um per�odo de ajuste na ind�stria justamente ap�s a retra��o no mercado gerada, principalmente, pela queda das exporta��es para a Argentina e das restri��es ao cr�dito. "Ap�s chegarmos ao recorde absoluto no ano passado, h� um per�odo de ajuste, n�o h� d�vida, tendo em vista que os estoques cresceram e chegaram a 48 dias. Antes de cortarem, as montadoras mant�m todos os mecanismos poss�veis para manter o trabalhador, como f�rias coletivas, lay-off, e programas de demiss�es volunt�rias para funcion�rios pr�ximos a se aposentar ou j� aposentados. � movimento normal".

Indagado pelo Broadcast se a redu��o em 5,4 mil postos de trabalho n�o era um n�mero alto, Moan diz que, como economista, prefere avaliar o setor no longo prazo e classifica o momento como "de estabilidade" quando comparado, por exemplo, ao cen�rio de 2012. Na mesma �poca daquele ano, as montadoras empregavam 147,3 mil trabalhadores, ou quase 7 mil a menos que agora. "Tudo depende do referencial do per�odo de tempo e do n�vel de produ��o", concluiu o presidente da Anfavea.

Analistas ouvidos pelo Broadcast classificam que � justamente o peso do setor automotivo para o n�vel de emprego e para economia do Pa�s, citado pelo presidente da Anfavea, que garante �s montadoras o poder de negocia��o e as portas abertas em na esplanada dos minist�rios e at� no Pal�cio do Planalto.

O economista da LCA Consultoria Rodrigo Nishida lembra que a ind�stria automotiva, apesar de empregar diretamente poucos funcion�rios ante o total do Pa�s, responde indiretamente pelo emprego de uma cadeia industrial relevante. "Esse cadeia d� muni��o grande para o setor negociar com o governo para a Anfavea e a Fenabrave", disse. Assim como Moan, Nishida acredita que a queda no n�mero de empregados na produ��o de ve�culos ocorre por conta de ajustes naturais e sazonais. "F�bricas ajustaram produ��o recentemente por conta da queda da demanda", lembrou.

O coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Funda��o Seade, Alexandre Lolojan, avalia que o setor automotivo foi "privilegiado" pelo governo federal com benef�cios tribut�rios justamente pela import�ncia que a produ��o de um carro tem para uma cadeia que n�o se restringe apenas ao setor industrial. "� um setor importante com impactos amplos, desde a produ��o do a�o e na ind�stria sider�rgica, at� na comercializa��o de combust�vel, passando pelo com�rcio de ve�culos usados", afirmou. Al�m disso, Lolojan, diz que o setor automotivo impediu que a atividade fosse "para o brejo" nos �ltimos anos e se tornou, assim, "o foco da pol�tica industrial", no Pa�s.


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