A defla��o dos alimentos deve permitir um resultado menor do �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) no encerramento de julho em rela��o � terceira leitura do m�s (0,16%) e tamb�m inferior ao dado fechado de junho (0,33%), a despeito da press�o advinda do grupo Habita��o por causa dos reajustes de energia recentes. A avalia��o foi feita nesta quarta-feira, 23, pelo economista Andr� Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV).
"Alimenta��o est� desacelerando j� h� algumas semanas e, por enquanto, deve continuar nesse ritmo. Ainda n�o chegou ao �pice" disse. Entre a segunda e a terceira quadrissemanas de julho (�ltimos 30 dias terminados ontem, 22), a classe de despesa de alimentos passou de alta de 0,11% para queda de 0,10%.
Os sinais s�o de al�vio nos pre�os de v�rios produtos aliment�cios que comp�em o grupo, com alguns podendo diminuir mais o ritmo de alta, enquanto outros acelerando o recuo. "Os in natura est�o nesse contexto, at� foram um dos destaques com hortali�as e legumes (de -8,16% para -11,78%)", afirmou. Segundo Braz, a oferta deve permanecer de maneira regular at� porque o momento � favor�vel ao cultivo destes alimentos. "N�o existe press�o nem de outros alimentos relevantes para as fam�lias, com carnes bovinas, leite e p�o. Al�m disso, a taxa de arroz e feij�o est� mais negativa", avaliou, ao referir-se � queda de 1 73% no item arroz/feij�o na terceira leitura do m�s, ap�s retra��o de 1,14% na leitura anterior.
Na contram�o, o grupo Habita��o deve exercer influ�ncia de alta de maneira a mitigar a expectativa de desacelera��o do indicador fechado do m�s, por causa de aumentos recentes na conta de energia el�trica em v�rias cidades, especialmente em S�o Paulo, que tem peso relevante no IPC-S, conforme o economista da FGV. Segundo ele, o reajuste m�dio de 18,06% da Eletropaulo, v�lido a partir de 4 de julho, ainda n�o foi plenamente captado pelo �ndice, o que deve acontecer somente no in�cio de agosto, contou. "Nessa queda de bra�o, de tend�ncia de desacelera��o do IPC-S, quem ganha � Alimenta��o", afirmou. Segundo ele, as boas perspectivas da safra no Brasil e no exterior tendem a manter os pre�os dos alimentos mais moderados � frente.
O grupo Vestu�rio tamb�m deve permitir uma infla��o mais baixa no t�rmino de julho, devido � antecipa��o das promo��es de final de esta��o que acontecem, de acordo com Braz. Este conjunto de pre�os saiu de uma alta de 0,16% na segunda pesquisa do m�s para decl�nio de 0,03% na terceira. Al�m disso, ressaltou, o grupo Sa�de e Cuidados Pessoais (de 0,52% para 0,40%) j� n�o deve sofrer mais o impacto dos aumentos de medicamentos no in�cio do segundo trimestre. "A parte de Educa��o, Leitura e Recrea��o (de -0,01% para -0,08%), que sofreu influ�ncia de alta em raz�o da Copa do Mundo, com aumento de passagem a�rea, tamb�m deve ajudar. Em Transportes, n�o tem aumento previsto para �nibus nem para gasolina, que s�o as vari�veis de maior peso", concluiu. Da segunda para a terceira quadrissemanas do m�s, o grupo Transportes passou de uma varia��o positiva de 0,13% para 0,10%.