Em lados diferentes da mesma balan�a positiva, o bom momento da agricultura brasileira e mineira e o desempenho das ind�strias de alimentos e bebidas esbarram em alguns obst�culos, que v�o al�m do desempenho c�clico caracter�stico do campo e da baixa volatilidade das vendas quando o assunto � encher a despensa. A farta safra de soja, a valoriza��o dos pre�os do caf� e a falta de carne no mundo, principais fatores que impulsionaram as exporta��es, j� come�aram a enfrentar os duros efeitos da estiagem prolongada. “O d�ficit h�drico est� comprometendo lavouras e pastagens em praticamente todo o estado e n�o vamos nos esquecer de que h� problemas diversos com rela��o � log�stica de distribui��o e aos tributos pagos pelo setor”, afirma Aline Veloso, coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg).
No Brasil, os bons ventos que impulsionam a ind�stria de bebidas passar�o, agora, a soprar sem os efeitos surpreendentes da Copa do Mundo. A produ��o das f�bricas cresceu 2,9% na m�dia nacional em maio e 9,3% em Minas, frente a maio de 2013, enquanto a m�dia da ind�stria estadual foi uma queda de 4,1%. Conhecido como a B�lgica brasileira, o estado v� uma expans�o que j� vinha caminhando sem muletas, segundo o superintendente do Sindicato da Ind�stria de Cervejas e Bebidas em Geral (Sindibebidas), Cristiano Lamego. “O nosso grande desafio � ter consumo durante todo o ano”, afirma. O crescimento da produ��o tem sido puxado pela aceita��o das cervejas artesanais, com grande investimentos na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, e pela valoriza��o da cacha�a mineira.
Em posi��o mais confort�vel, a ind�stria mineira de alimentos cresceu 7% em maio, ante o mesmo m�s de 2013, e tem ampliado seus investimentos no estado. O faturamento se mant�m com taxas positivas, da mesma forma, embora bem inferiores, com m�dia de 2,9%, de acordo com levantamento da Fiemg. O economista Paulo Casaca acredita que o setor tem f�lego para continuar crescendo, tendo em vista a taxa ainda positiva de expans�o da renda no pa�s. A massa real dos sal�rios, descontada a infla��o, aumentou 2% nos �ltimos 12 meses at� mar�o. H� que se considerar, no entanto, a press�o do aumento do custo de vida e a inadimpl�ncia dos consumidores, que subiu 6,67% em mar�o.
“A ind�stria de alimentos n�o � um fator t�o vol�til e sempre ajuda o setor em per�odos de baixo desempenho”, afirma Casaca. O diretor comercial da Forno de Minas, l�der na produ��o nacional de p�es de queijo, diz que as expectativas at� dezembro s�o boas, em se tratando de um per�odo tipicamente mais aquecido do que o primeiro semestre. “Percebemos que o consumidor est� disposto a comprar produtos de qualidade e h� uma tend�ncia de consumo de alimentos sem gl�ten, categoria em que o p�o de queijo se destaca”, afirma.