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Estado de Minas A ORIGEM DAS MINAS GERAIS

Garimpo explorado por Fern�o Dias no Vale do Jequitinhonha � atra��o tur�stica


postado em 30/07/2014 06:00 / atualizado em 30/07/2014 07:53

Belmiro foi garimpeiro e hoje mostra a visitantes como eram retirados tesouros da terra, em Diamantina (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Belmiro foi garimpeiro e hoje mostra a visitantes como eram retirados tesouros da terra, em Diamantina (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Diamantina e Sabar�
– Fern�o Dias Pais e dezenas de homens de sua tropa, entre eles o genro, Manuel Borba Gato, desbravaram parte das terras que hoje formam o Vale do Jequitinhonha, uma das regi�es mais carentes do pa�s, atr�s de uma serra resplandecente de esmeraldas, a Sabarabu�u, e de uma lagoa cheia do mesmo tesouro, a Vupabu�u. Corria os anos de 1680 e 1681. A bandeira se aventurou na �rea da Serra Fria, hoje cidade do Serro, e garimpou, sem sucesso, outras pedras preciosas em leitos da regi�o. Quase tr�s s�culos e meio depois, o garimpo ainda � o of�cio principal de muitos cabras daquelas bandas.

H� grupos que procuraram pepitas no fundo de rios, como o Rio Jequitinhonha, sem se preocupar com o meio ambiente. Derramam produtos qu�micos no leito e tampam a vegeta��o ciliar com areia retirada. Mas um garimpeiro, o qual acredita ser o �nico no Brasil, ganha a vida de forma interessante. Belmiro Luiz Nascimento, de 51 anos, transformou o “empreendimento” da fam�lia numa atividade tur�stica. Apoiado por entidades como o Sebrae e o Instituto Estrada Real, ele mostra a grupos de visitantes como os garimpeiros retiravam diamantes da terra e do fundo d’�gua na �poca dos desbravadores.

O turismo herdado dos bandeirantes � o tema da terceira reportagem da s�rie A origem das Minas Gerais, que o EM come�ou a publicar na segunda-feira em raz�o dos 340 anos da coluna liderada por Fern�o Dias. A expedi��o deixou a Vila de Piratininga, em 1674, � procura de esmeraldas. Adentrou no in�spito sert�o que hoje forma o estado de Minas Gerais e, durante a jornada de sete anos, fundou povoados e abriu picadas. Sem saber, Dias e seus homens come�avam a formar a Capitania de Minas Gerais.

O Vale do Jequitinhonha, embora seja uma �rea carente, contribuiu para manter a regalia da coroa portuguesa na �poca do Brasil col�nia. De Diamantina e do Serro, sa�ram muitas pedras de diamantes. O garimpo da fam�lia de Belmiro tem cerca de 200 anos. Fica �s margens do Ribeir�o do Guinda, na �rea rural de Diamantina. O local � bem preservado e n�o h� agress�o ao meio ambiente: tanto o leito do ribeir�o quanto a mata no entorno s�o preservados pelo homem, que cobra R$ 30 de cada visitante.

Assista o v�deo do garimpo em Diamantina que � aberto ao p�blico



“Mas � claro que se vier um grupo maior ou crian�as pequenas, a gente conversa sobre o pre�o. O passeio dura, em m�dia, duas horas”, conta Belmiro. Ele mostra aos clientes todas as etapas de extra��o de diamantes e, no fim, reserva uma surpresa: um deles ter� a chance de encontrar uma pequena pepita de diamante no meio do punhado de cascalho. “N�o existe (com exce��o desse) um garimpo artesanal que seja visitado”, disse Luciana Teixeira Silva, analista do Sebrae na regi�o de Diamantina.

O passeio no garimpo de Belmiro faz parte de um projeto de turismo na regi�o, ajudando a movimentar hot�is e restaurantes. A bandeira de Fern�o Dias n�o fundou o arraial do Tejuco, primeiro nome da atual Diamantina, mas percorreu a regi�o da Serra Fria, hoje Serro, de onde o munic�pio que tamb�m forneceu diamantes para Portugal fora distrito. O turismo, hoje, � um dos carros-chefes da economia local, a exemplo de localidades fundadas pela coluna do governador de esmeraldas.

Igrejas, chafarizes e casarões levaram Luiz, Simone e o filho Pedro, a conhecer Sabará (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Igrejas, chafarizes e casar�es levaram Luiz, Simone e o filho Pedro, a conhecer Sabar� (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Em Sabar�, na Grande Belo Horizonte, comerciantes faturam com as fam�lias que v�o � cidade hist�rica conhecer igrejas antigas, ruas de cal�amento de pedras, becos, chafarizes e os casarios coloniais. O odont�logo Luiz Corsi levou a esposa, a fonaudi�loga Simone, e o filho, Pedro, para conhecer um pouco mais da hist�ria e da culin�ria do lugar. “A costelinha de porco com ora-pro-nobis � uma del�cia”, aprovou Simone. O marido endossou o gosto da mulher e ressaltou os cart�es-postais do munic�pio: “A igrejinha de Nossa Senhora do � (erguida em 1717) � um charme”.

Artesanato

As miniaturas da capela, de estilo barroco e com influ�ncia chinesa na arquitetura e na decora��o interna, est�o entre as campe�s de vendas nas lojas de artesanato. “As pe�as que mais saem s�o as miniaturas da Igrejinha do � e do Chafariz do Kaquende. S�o da �poca dos bandeirantes”, informou a artes� M�rcia Regina Vieira. Ela tamb�m lucra com os ter�os que faz com sementes da planta conhecida por L�grimas de Nossa Senhora: “Cada um custa R$ 15”.

Lucas e Silvane abriram restaurante em Piedade de Paraopeba, lugarejo fundado pela bandeira (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Lucas e Silvane abriram restaurante em Piedade de Paraopeba, lugarejo fundado pela bandeira (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O livro de assinaturas dos visitantes que passam pela associa��o de artes�os, onde M�rcia exibe seu trabalho, mostra que muitos paulistas visitaram a cidade nos �ltimos meses, a exemplo da fam�lia do odont�logo Luiz Corsi. Ele, a esposa e o filho moram em Sorocaba, no interior de S�o Paulo, estado de onde a coluna de Fern�o Dias partiu para procurar esmeraldas em terras que hoje formam Minas Gerais. Depois de cruzar a regi�o que hoje � o Sul de Minas, a bandeira chegou ao Rio das Velhas, onde fundou Ro�a Grande, ber�o de Sabar�.

Uma imagem de Dias se destaca na entrada da cidade. O turismo tamb�m ajuda a movimentar a economia em Piedade do Paraopeba, o segundo lugarejo fundado pela bandeira – o primeiro foi Ibituruna, no Sul do estado – e que hoje � distrito de Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. O casal Lucas Nascimento, de 33, e Silvane Aguiar, de 37, se mudaram para l� no in�cio do ano e abriram o restaurante e choperia Jeito Mineiro. “Quer�amos ‘fugir’ de Belo Horizonte e viemos para c�. Estudamos as oportunidades de com�rcio e abrimos o empreendimento. Temos tr�s colaboradores e, no terceiro m�s em atividade, calculo que o movimento cresceu 40% em rela��o ao primeiro”, acredita Lucas.


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