(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Povoado levantado pela bandeira hoje � conhecido como a capital brasileira do eucalipto

A contribui��o da coluna para o povoamento no Vale do Jequitinhonha � o tema da �ltima reportagem da s�rie A origem das Minas Gerais


postado em 31/07/2014 06:00 / atualizado em 31/07/2014 07:32

Itamarandiba foi um dos povoados que surgiram com a passagem da bandeira (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
Itamarandiba foi um dos povoados que surgiram com a passagem da bandeira (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

Itamarandiba – Seguindo cursos de rios em embarca��es de madeira e abrindo picadas com fac�es, a tropa de Fern�o Dias chegou a um vale, hoje batizado de Jequitinhonha, onde encontrou uma lagoa com �guas esverdeadas. A cor era causada por pedras, que pareciam brotar no espelho d’�gua. A euforia daqueles homens foi grande: a coluna, sete anos depois de sair da Vila de Piratininga, atual S�o Paulo, havia encontrado a Vupabu�u! O explorador encheu a bolsa de couro com as pepitas e come�ou a retornar ao Sumidouro, hoje Pedro Leopoldo, na Grande BH.

Fern�o Dias, por�m, morreu antes de chegar � choupana. O local de sua morte � um mist�rio. H� quem diga que foi no encontro do Rio S�o Francisco com o das Velhas, onde h� uma igreja de pedra inacabada. O lugar hoje � Barra do Guaicu�, distrito de V�rzea da Palma, no Norte de Minas. O bandeirante perdeu a vida sem saber que as pedras verdes, na verdade, eram turmalinas, gemas com valor inferior ao das esmeraldas. Mas sua jornada no Jequitinhonha n�o foi em v�o. O ca�ador de esmeraldas fundou povoados na regi�o, ajudando a colonizar uma das �reas mais carentes do pa�s, por�m, rica em cultura.

Um dos povoados levantados pela bandeira recebeu o nome de S�o Jo�o Batista. Agora � Itamarandiba, com cerca de 35 mil moradores. L� � conhecido como a capital brasileira do eucalipto. Tamb�m � o maior produtor de mel do estado, voltado para a exporta��o. J� outra cidade que surgiu em raz�o da coluna tem apenas 5 mil habitantes. Trata-se de Itacambira, onde 80% da popula��o mora na �rea rural. A contribui��o da coluna para o povoamento no Vale do Jequitinhonha � o tema da �ltima reportagem da s�rie A origem das Minas Gerais, que o EM come�ou a publicar na segunda-feira em raz�o dos 340 anos da bandeira do ca�ador de esmeraldas.

A Associa��o Comercial, Industrial e Agropecu�ria de Itamarandiba (Aciai) estima que o plantio de eucaliptos ocupe em torno de 80 mil hectares – o correspondente a 30% da �rea total do munic�pio. A entidade destaca que o setor responde por mais de 60% dos empregos gerados na cidade. A monocultura come�ou a se expandir na regi�o na d�cada de 1970, com os plantios da Acesita Energ�tica (atual Aperam Bioenergia), que det�m cerca de 30 mil hectares dos reflorestamentos em Itamarandiba.

O gerente da Aciai, M�rcio Nunes, lembra que os plantios de eucaliptos eram feitos por grandes empresas com o objetivo de produzir carv�o para a fabrica��o de ferro-gusa pelas sider�rgicas. Com o passar do tempo, houve incremento do uso da madeira, aproveitada cada vez mais em cercas, currais, telhados e em outras obras de constru��o civil, al�m da fabrica��o de m�veis, substituindo as esp�cies de florestas nativas, que hoje corresponde a 40% com tend�ncia de aumento.

Outro aspecto ressaltado por ele � que a silvicultura se expandiu tanto que muitas �reas antes ocupadas pelo caf� foram invadidas pelos eucaliptos. “A quest�o � que houve uma grande melhoria na qualidade das mudas, possibilitando a cultura voltada somente para a produ��o de madeira. Aconteceu uma melhoria na condu��o das florestas e o lucro dos produtores aumentou”, observa M�rcio. Na cidade, h� cerca de 20 empresas que comercializam madeira e tr�s usinas de tratamento de eucalipto. Outras tr�s est�o sendo instaladas.

Município é hoje é o principal fornecedor de eucalipto no país. Cidade também é reconhecida pela produção de mel
Munic�pio � hoje � o principal fornecedor de eucalipto no pa�s. Cidade tamb�m � reconhecida pela produ��o de mel

Caveira

Os tempos das bandeiras s�o lembrados em Itacambira pela exist�ncia de cr�nios mantidos no por�o da matriz de Santo Ant�nio. Fern�o Dias denomina a �nica escola estadual da cidade, que conta com 600 alunos do fundamental e m�dio. “Itacambira ficou parada no tempo por causa da sua localiza��o, numa regi�o de dif�cil acesso. O lugar ficou fora da rota da Estrada Real”, lamenta o historiador e escritor Dario Teixeira Cotrim, do Instituto Hist�rico de Montes Claros.

Ele conta que Fern�o Dias enfrentou um motim e enforcou um rebelde. O bandeirante, segundo o historiador, amea�ou mais mortes caso ocorresse outro levante. A tropa, contudo, lhe jurou fidelidade. Da� nasceu o nome Juramento, cidade fundada na regi�o e que hoje tem 3,2 mil habitantes. Dono de um a�ougue em Itacambira, Jos� Pacheco, de 95, lembra que n�o faz muito tempo, a cidade era apenas um conjunto de casas ao redor da matriz. “Tinha a igreja, mas praticamente n�o tinha com�rcio”, afirma, lembrando da �poca que o pessoal da ro�a viajava at� o arraial para vender cargas de rapadura, feij�o, farinha e milho, transportadas em cavalos, burros e mulas.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)