O pre�o da gasolina no Brasil est� 19,8% inferior ao praticado no mercado internacional e o do �leo diesel, 10,7%, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Um repasse integral da atual defasagem de pre�os ao consumidor elevaria em 0,46 ponto porcentual o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa que serve de refer�ncia para o sistema de metas de infla��o. O c�lculo foi feito pelo economista Salom�o Quadros, do Instituto Brasileiro de Economia, da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre/FGV).
Em agosto, o IPCA registrou uma alta de 0,25% e acumula no ano uma varia��o de 4,02%. Com um reajuste dessa magnitude, a taxa pularia para a casa de 4,48%. A proje��o do Boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira, 6, aponta para um IPCA fechado de 6,32% em 2014.
Quadros lembra que o aumento de pre�os nas refinarias, tradicionalmente, n�o chega integralmente ao consumidor. Mas, se a op��o do governo for por alinhar os pre�os internos aos internacionais, o economista explica que a expectativa � de que apenas 60% do reajuste chegue �s bombas de gasolina e, assim, ao IPCA.
Al�m da mistura de �lcool anidro ao combust�vel vendido nos postos (25% do volume total), em geral, a cadeia fornecedora - refinarias, distribuidoras e revendedores - absorve parte da alta dos pre�os por uma quest�o de concorr�ncia. Com isso, o peso do aumento para o consumidor fica menor. Ou seja, um reajuste de 19,8% da gasolina na refinaria significaria um aumento de 11,8% para o consumidor.
No caso do �leo diesel, como n�o h� mistura de outro ingrediente no produto entregue no posto, em vez de 60%, o porcentual que deve ser repassado ao consumidor � um pouco maior, de 70%, segundo Salom�o Quadros. Com isso, a perspectiva � de um reajuste para o consumidor de 7,49%. No entanto, Salom�o afirma ser improv�vel que o governo alinhe integralmente os pre�os internos aos internacionais.
Cada 1% de aumento da gasolina significa uma alta de 0,0375 ponto porcentual no IPCA, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), respons�vel pelo �ndice. No caso do �leo diesel, o peso na infla��o oficial � de 0,00143 ponto porcentual. Nesse cen�rio, considerando uma eleva��o para o consumidor de 11,8% na gasolina e de 7,49% no diesel, o impacto de um repasse integral da atual defasagem dos dois produtos nas refinarias brasileiras elevaria o IPCA em 0,46 ponto porcentual.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que um aumento de pre�os dos combust�veis poder� acontecer ainda neste ano. Presidente do conselho de administra��o da Petrobras, ao qual cabe a decis�o de conceder reajustes, Mantega disse que "nos �ltimos anos sempre teve aumento". Lembrou ainda que "no ano passado tiveram dois aumentos. Ent�o, este ano, n�o ser� diferente. Vai ter aumento". Mas n�o foi dado qualquer indicativo do porcentual do reajuste. O �ltimo aconteceu em novembro de 2013. Foi de 4% para a gasolina e 8% para o diesel.