O m�s de outubro foi melhor para o varejo de ve�culos e materiais de constru��o, que v�m amargando resultados fracos em termos de vendas ao longo deste ano. Na Sondagem do Com�rcio deste m�s, divulgada nesta segunda-feira, hoje pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), a percep��o sobre o momento atual desses dois segmentos melhorou, o que indica um in�cio de quarto trimestre mais favor�vel.
A confian�a do com�rcio subiu 1,6% em outubro, ap�s queda de 2,6% em setembro, de acordo com a s�rie com ajuste sazonal experimental - at� o momento, a institui��o divulga oficialmente apenas dados trimestrais interanuais. A melhora deste m�s se deu por causa de uma alta de 5,5% no �ndice de Situa��o Atual (ISA) e um aumento de 1,8% no �ndice de Expectativas (IE).
"Houve melhora, mas a melhora foi mais localizada no presente, em outubro, do que nas expectativas. Ent�o, tem essa quest�o de n�o haver muita empolga��o com as vendas do setor no final do ano", ponderou o superintendente ajunto de Ciclos Econ�micos da Funda��o Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo.
No caso de ve�culos e materiais de constru��o, a alta � ainda mais concentrada no ISA, j� que as expectativas seguem em queda. Segundo Campelo, diante da volatilidade dos �ltimos meses, os empres�rios podem estar avaliando os neg�cios de olho no n�mero de dias �teis em cada m�s. "Mas ainda � insuficiente porque as expectativas n�o est�o melhorando", destacou.
J� no varejo restrito, a percep��o sobe a situa��o piorou levemente, enquanto as expectativas se mantiveram est�veis. Em compara��es trimestrais interanuais, os setores de hipermercados e supermercados e de alimentos, bebidas e fumos registraram piora na confian�a. "O resultado do varejo restrito n�o � favor�vel em rela��o � percep��o sobre outubro", disse Campelo.
O enfraquecimento do consumo das fam�lias, juros elevados, esgotamento dos est�mulos ao consumo e o menor acesso ao cr�dito s�o os fatores que est�o por tr�s do mau desempenho do com�rcio, afirmou o superintendente. Recentemente, o repique da infla��o de alimentos tamb�m pode contribuir para desacelerar as vendas em supermercados e outros segmentos ligados � alimenta��o. Diante dos sinais de menor consumo, este tamb�m deve ser um ano com menor abertura de vagas tempor�rias no fim do ano, apontou Campelo.
"O setor entrou em 2014 em uma fase de desacelera��o que ainda n�o acabou", sentenciou. De acordo com a FGV, tem ganhado for�a nos �ltimos meses a percep��o de demanda insuficiente (24,3% das empresas) e custo de m�o-de-obra elevado (17,5%).
"H� uma melhora no Icom, que interrompe per�odo de quedas, uma boa not�cia. Segunda boa not�cia � que essa melhora ocorre nos segmentos que vinham sofrendo mais, mas a m� not�cia � que isso n�o parece se sustentar nas expectativas. O �ndice parece ter piorado mais do que a real situa��o, e agora h� uma calibragem. Mas n�o � algo sustent�vel. As expectativas n�o est�o otimistas, pelo contr�rio. O setor n�o est� vislumbrando melhora at� o fim do ano", avaliou Campelo, que espera crescimento de 3% no volume de vendas do varejo restrito em 2014.