A defini��o de que haveria um enfrentamento no segundo turno das elei��es presidenciais influenciou a melhora das expectativas do setor de servi�os em outubro, avaliou o economista Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV). A sondagem, realizada entre os dias 2 e 23 deste m�s, trouxe uma alta de 4,4% nas expectativas e, consequentemente, um avan�o de 1,2% na confian�a, j� na s�rie com ajuste sazonal. Agora, com a disputa j� encerrada, a perspectiva � de que os sinais do novo governo, principalmente em rela��o � economia, continuem a mexer com a confian�a e as expectativas.
"Como essa pesquisa foi ao longo do m�s de outubro, e o primeiro turno foi no in�cio do m�s, � razo�vel supor que definir concretamente a realiza��o de segundo turno, com uma poss�vel mudan�a real do governo, ou um novo governo com mudan�a de programa, pode ter mexido com a expectativa de empresas", avaliou Sales. "A confirma��o disso vir� com os indicadores de novembro, que tamb�m v�o carregar o efeito eleitoral."
Em outubro, das empresas que listaram "outros" fatores limitativos � expans�o dos neg�cios, 37% citaram o clima pol�tico, contra 26% em setembro. O fator pol�tico superou at� mesmo o clima econ�mico, que antes predominava neste quesito. Para Sales, embora a pergunta trate de obst�culos, a influ�ncia das elei��es tamb�m pode ter gerado otimismo entre os empres�rios.
"A op��o de ter os dois candidatos deu uma possibilidade mais real de mudan�a nos n�meros da economia. � uma combina��o de efeito base (da baixa confian�a) com um cen�rio pol�tico que traz cen�rio mais favor�vel, independentemente dos candidatos. O empate t�cnico havia animado a expectativa empresarial. Ficou um cen�rio de uma competi��o mais clara", disse.
Agora, j� com a defini��o de que a presidente Dilma Rousseff (PT) ficar� no comando do Pa�s por mais quatro anos, o economista avaliou que a confian�a deve reagir aos sinais que vir�o do novo governo, principalmente a respeito da pol�tica econ�mica. "Os sinais emitidos ao longo de novembro podem mexer para um lado ou outro com as expectativas", afirmou.
Indicador
O primeiro avan�o do �ndice de Confian�a de Servi�os (ICS) em 2014, de 1,2%, ainda n�o anula as perdas registradas entre janeiro e setembro, acumuladas em queda de 14,7%. Mas a boa not�cia � que a melhora se deu porque alguns empres�rios deixaram de se declarar pessimistas e houve aumento dos que se dizem otimistas. O indicador de emprego previsto ainda exibe tend�ncia de queda, mas, na margem, ficou est�vel (+0,1% em rela��o a setembro).
Apesar disso, a percep��o sobre a situa��o atual continuou piorando. "Outubro ainda n�o foi bom para servi�os, ainda que tivesse sinal de melhora nas expectativas. O quadro geral para os indicadores � desfavor�vel", avaliou Sales. "O contexto geral � de maior modera��o no consumo de servi�os no varejo e de resposta a uma demanda empresarial de servi�os tamb�m mais moderada", acrescentou.
Segundo o consultor, a confian�a dos servi�os ainda se encontra em n�veis historicamente baixos, e o �ndice de Situa��o Atual (ISA) atingiu o pior patamar da s�rie hist�rica. "H� sinais de uma fase de produ��o muito moderada tamb�m para o quarto trimestre no setor", apontou.