Mesmo com a crise que abala os mercados internacionais, o Brasil atravessa bom momento de acertos na economia, com pol�tica monet�ria atuante e um colch�o de reservas que oferece prote��o “como um todo”. A avalia��o � do presidente do Banco Central (BC) , Alexandre Tombini, que anunciou hoje (17) que, apenas de reservas internacionais, o pa�s det�m US$ 374,7 bilh�es.
“Temos a expectativa de consolida��o na �rea fiscal. Tenho dito que, do ponto de vista do BC, as pol�ticas monet�ria e fiscal s�o independentes, ainda que haja a complementaridade entre elas. Acho que um processo de consolida��o de receitas e despesas perseguido de forma consistente, com determina��o, certamente ajudar� no nosso objetivo de levar a infla��o no Brasil para o centro da meta de 4,5%”, destacou.
Tombini garantiu que o governo brasileiro se preparou “um pouco mais” para enfrentar o momento de turbul�ncias no mercado internacional, principalmente com os problemas da R�ssia, que tem a economia muito associada ao mercado de petr�leo.
“O pre�o do petr�leo passou para um patamar abaixo de US$ 60 [barril] e a R�ssia sofreu impactos disso e de outras quest�es. Gerou-se um processo que afetou o pre�o dos ativos dos emergentes, com uma reprecifica��o”, exemplificou.
Tombini acredita que, no caso do Brasil, que tamb�m � emergente e importador de petr�leo, o pre�o do barril, entre US$ 50 e US$ 60, poder� trazer benef�cios para o pa�s, do “ponto de vista da balan�a comercial e da infla��o”, com a possibilidade de US$ 5 a US$ 10 bilh�es em economia. “Para n�o dizer que s� h� desafio, h� aspectos favor�veis nesse processo”, frisou.
O presidente do BC lembrou que, no ano passado, efeito semelhante ocorreu, quando houve turbul�ncia no mercado internacional e ativos, como o d�lar, foram elevados, ap�s o Banco Central norte-americano passar a comprar mensalmente US$ 85 bilh�es em t�tulos do Tesouro, como forma de reduzir as intervern��es no mercado financeiro adotadas com a crise global.
Na avalia��o de Tombini, os efeitos dos problemas atuais na economia do planeta devem levar pa�ses com pol�ticas econ�micas mais s�lidas e “colch�es” [reservas] a uma maior capacidade de se protegerem durante os momentos de instabilidade.
O fato que tem abalado a economia global nas �ltimas horas � a decis�o da R�ssia de proteger o rubro ante o d�lar, elevando a taxa de juros do pa�s, que s� ontem (16) passou de 10,5% para 17% ao ano. A situa��o tem levado nervosismo e ansiedade ao mercado financeiro, preocupado com uma poss�vel recess�o russa.
Hoje, as aten��es tamb�m est�o voltadas para os Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed) deve anunciar mais uma mudan�a na pol�tica monet�ria. O pa�s tem retirado incentivos destinados ao enfrentamento da crise global, inciada em 2008.
Tal medida poder� sinalizar o mercado daquele pa�s como mais interessante aos investidores e estimular a migra��o de ativos dos pa�ses emergentes para os Estados Unidos, com impacto no valor do d�lar, que poder� ter novo aumento.
O presidente do BC acredita que h� interesse dos americanos em n�o causar “um abalo nas demais economias". “Vimos isso durante o in�cio da expectativa de tapering [redu��o dos est�mulos � economia americana] . Entre maio e agosto de 2013, ocorreu um per�odo de volatilidade, mas houve preocupa��o com o impacto nas demais economias”, elogiou.