Com seis anos de atraso, as obras da transposi��o do Rio S�o Francisco finalmente ser�o conclu�das e entregues no primeiro semestre de 2016. A nova promessa � do ministro da Integra��o Nacional, Gilberto Occhi. At� junho do pr�ximo ano, disse Occhi em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, 100% dos dois canais da transposi��o estar�o conclu�dos, levando �gua para regi�es do sert�o e do agreste de Pernambuco, do Cear�, da Para�ba e do Rio Grande do Norte.
"As obras est�o caminhando regularmente. Estamos com 11 mil homens trabalhando e com 70% das obras conclu�das. A expectativa � ter tudo pronto no primeiro semestre de 2016", afirma Occhi.
Nem a crise das empreiteiras detonada pela Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal, garante o ministro, afetou at� aqui as obras da transposi��o. "As obras est�o caminhando regularmente. Fizemos pagamentos recentemente �s construtoras. Todas as empresas que est�o na transposi��o est�o operando regularmente e n�o h� nenhuma sinaliza��o contr�ria a essa situa��o."
Ex-ministro das Cidades at� dezembro, Occhi disse que ainda n�o h� previs�o para expandir a transposi��o do S�o Francisco em dois novos eixos, como chegou a prever seu antecessor na Integra��o, Francisco Teixeira. Hoje, a transposi��o tem dois eixos: Norte, um canal de 402 quil�metros; e Leste, de 220 quil�metros. Previa-se para inclus�o no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC 3) duas novas extens�es: o Eixo Sul, rumo � Bahia, e o Eixo Oeste, em dire��o ao Piau�. Na pr�tica, s�o projetos sem data para sair do papel.
"Esses projetos ainda est�o em uma etapa muito incipiente, de estudos iniciais. Nosso foco hoje � concluir as obras iniciadas. � preciso lembrar que, al�m da transposi��o, temos outras obras que est�o em andamento na Regi�o Nordeste", defende Gilberto Occhi.
Adutoras
O ministro chama a aten��o para adutoras que se ramificam a partir da transposi��o, como o ramal do agreste, que vai levar �gua para praticamente todo o Estado de Pernambuco. "O projeto prev� a constru��o de um canal de 75 quil�metros de extens�o, com investimentos de R$ 1,1 bilh�o. Estamos em fase de contrata��o dessa obra, que ser� feita pelo modelo do Regime de Contrata��o Integrada (RDC). A licita��o sai em mar�o", promete.
Uma das obras mais pol�micas do governo de Luiz In�cio Lula da Silva, a transposi��o teve in�cio em 2007, depois de enfrentar manifesta��es de organiza��es ambientais, movimentos sociais e at� greve de fome. Com apoio do comando de engenharia do Ex�rcito, o ex-presidente Lula conseguiu tocar as obras iniciais da transposi��o. O problema � que as obras se concentraram no mais f�cil: a constru��o dos longos canais de concreto.
Ficaram de lado, e por v�rios anos, as obras das esta��es de bombeamento de �gua, estruturas complexas e caras para bombear a �gua do rio entre os v�rios reservat�rios da transposi��o. Esse descompasso causou preju�zos milion�rios, exigindo que as estruturas dos canais tivessem de passar por constante manuten��o, sem nunca terem sido utilizadas.
Em meio aos atrasos, e mergulhada em dezenas de aditivos contratuais, a transposi��o viu seu or�amento saltar dos R$ 4,7 bilh�es inicialmente previstos, para R$ 8,2 bilh�es. � hoje a obra mais cara do Pa�s tocada com recursos exclusivos da Uni�o.