
Enquanto algumas revendas reajustaram os pre�os acima do estimado pelo governo, outras optaram por subir abaixo dos R$ 0,22 referentes � mudan�a de al�quota do PIS e da Cofins. A redu��o da margem de lucro acaba por atrair maior n�mero de consumidores. No Posto Expresso, na Avenida Tereza Cristina, o litro da gasolina subiu somente R$ 0,12, de R$ 2,76 para R$ 2,88. Com isso, as tradicionais filas de carro voltaram a se formar em busca da economia de alguns centavos. L� � um dos raros postos a manter o litro da gasolina abaixo de R$ 3 em Belo Horizonte.
At� a semana passada, a pesquisa da Ag�ncia Nacional de Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP) mostrava que o litro da gasolina era vendido por at� R$ 3,09 no Posto Maurit�nia, no Sion. L�, a alta foi de R$ 0,30, passando para R$ 3,390. Em muitos outros postos, o combust�vel era vendido por R$ 3,19.
Com a alta da gasolina, a solu��o encontrada pelo taxista M�rcio Coimbra � ficar mais tempo nos pontos em vez de rodar pela cidade � procura de passageiros. Por semana, ele gastava R$ 400 para abastecer o carro. Com os novos pre�os, para manter o ritmo de trabalho, o gasto semanal subir� R$ 17,60. Em um m�s, o acr�scimo chega a R$ 70,40. “Junta isso em 10, 12 meses e v� a diferen�a”, afirma o taxista. A conta: R$ 844,80.

O reajuste dos combust�veis se deve ao aumento do PIS e da Cofins, que, juntos, passam a corresponder a R$ 0,22 para o litro de gasolina e a R$ 0,15 para o de diesel. No IPCA, o item combust�vel para ve�culo tem peso de 4,9% no pa�s. Al�m disso, os novos pre�os dos combust�veis impactam diretamente no custo do transporte, o que resulta em aumento no frete rodovi�rio. “� preciso ajustar as finan�as. O encarecimento do transporte aumenta tudo”, afirma o servidor p�blico, Armando Chagas.
A alta de impostos � uma das medidas adotadas pelo governo federal para aumentar a arrecada��o da Uni�o ao longo do ano. Pelos c�lculos do Minist�rio da Fazenda, a alta vai resultar em acr�scimo de R$ 12,2 bilh�es para os cofres p�blicos.
• Mais etanol nos tanques
Depois de autorizar o aumento dos impostos sobre os combust�veis f�sseis e sinalizar que a Petrobras ter� liberdade para ajustar seus pre�os, o governo praticamente bateu o martelo sobre o aumento da mistura de etanol anidro � gasolina. O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, vai entregar hoje para a presidente Dilma Rousseff a proposta acordada ontem entre o governo e representantes do setor sucroalcooleiro e da ind�stria automotiva para o aumento do percentual do etanol na mistura da gasolina comum. Atualmente, ele est� em 25% e dever� passar para 27% a partir do pr�ximo dia 16. O combust�vel Premium continuar� com 25% de �lcool em sua composi��o.
A reuni�o para a defini��o do novo percentual da mistura da gasolina ocorreu na manh� de ontem no Pal�cio do Planalto. Empres�rios sa�ram do encontro com a certeza de que a mudan�a ser� aprovada por Dilma. “A sinaliza��o dele (Mercadante) j� foi muito positiva”, disse a presidente da Uni�o da Ind�stria de Cana-de-A��car (�nica), Elizabeth Farina. Na sua avalia��o, essa medida ajudar� a ampliar a demanda do setor em 1 bilh�o de litros de etanol ao ano. “A mudan�a � positiva, mas ainda n�o implica em novos investimentos para o setor. Precisamos esperar para ver quanto tempo vai durar”, afirmou. Elizabeth garantiu que n�o haver� problema de abastecimento.
ENQUANTO ISSO...
...Produ��o no pa�s bate recorde
A Petrobras informou ontem que bateu novo recorde de produ��o de derivados em suas refinarias no Brasil, em 2014, ao atingir a produ��o total de derivados de 2,17 milh�es de barris de petr�leo por dia (bpd). Segundo a estatal, o volume � 45 mil barris de petr�leo por dia superior ao recorde anterior, alcan�ado em 2013, com um aumento no ano de 2,1%. Segundo a empresa, este � o sexto recorde anual seguido, o que demonstra o crescimento da produ��o de derivados em patamares sustent�veis. A Petrobras destaca em comunicado que o recorde de produ��o total foi acompanhado por recordes de diversos produtos ao longo do ano passado, com destaque para os derivados mais consumidos pelo mercado, como a gasolina, o diesel e o querosene.