S�o Paulo – A crise que a Petrobras vem atravessando nos �ltimos tempos levou a empresa a perder ontem o grau de investimento da ag�ncia de classifica��o de risco Moody’s. Isso significa que a ag�ncia j� n�o considera a estatal uma boa pagadora de seus d�bitos, o que complica ainda mais a situa��o da companhia, que � a petroleira mais endividada do mundo. Sem o grau de investimento, o acesso a novos financiamentos fica mais dif�cil e a empresa pode ter de pagar juros maiores que os que conseguia at� agora. A estatal passa para o chamado grau especulativo (com alta probabilidade de calote).
O rebaixamento da nota da Petrobras pode ter reflexos tamb�m na pr�pria nota do Brasil. Na semana passada, o vice-presidente e analista s�nior de cr�dito soberano da Moody’s, Mauro Leos, disse que h� uma “interconectividade” alta da petroleira com a economia – ou seja, uma piora na empresa pode afetar a atividade do pa�s, com consequente impacto na nota da d�vida do Brasil.
A Moody’s rebaixou o rating de cr�dito corporativo da Petrobras em dois graus, de Baa3 para Ba2, al�m de cortar todas as outras notas da empresa. Segundo a ag�ncia, o rebaixamento reflete uma maior preocupa��o com as investiga��es de corrup��o que v�m sendo feitas dentro da Opera��o Lava-Jato, da Pol�cia Federal, assim como press�es de liquidez que podem ocorrer em raz�o do atraso na entrega do balan�o auditado, que ainda n�o tem prazo determinado. A ag�ncia ainda acredita que a Petrobras ter� dificuldade em reduzir significativamente sua elevada d�vida nos pr�ximos anos.
“A empresa precisa fornecer o balan�o anual auditado at� 30 de abril de 2015. Maiores atrasos trazem o risco de que os credores possam tomar a��es que resultem na declara��o de um default t�cnico”, diz o comunicado da Moody’s. Embora a estatal deva gerar mais caixa este ano do que em 2014, a ag�ncia de rating acredita que isso n�o deve ser suficiente para cobrir todas as suas despesas, resultando em mais um ano de gera��o de caixa negativo. “Caso a empresa consiga resolver seus problemas de liquidez no curto prazo, os ratings podem ser elevados”, diz a Moody’s. Ainda assim, provavelmente a empresa n�o voltaria ao grau de investimento, “porque deve continuar a enfrentar tens�es relacionadas �s investiga��es de corrup��o e seu alto n�vel de endividamento”.
