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Estado de Minas

Classe m�dia faz malabarismo para encarar crise

Com d�lar caro e infla��o corroendo o bolso, consumidores com renda acima de R$ 7.250 cortam gastos, reduzem compras e ajustam o or�amento diante das incertezas na economia


postado em 22/03/2015 06:00 / atualizado em 22/03/2015 07:55

A advogada Isabella Pastore passou a preparar o lanche do filho como uma das medidas para economizar(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
A advogada Isabella Pastore passou a preparar o lanche do filho como uma das medidas para economizar (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
D�lar em disparada, flutuando perto de R$ 3,30, numa ascens�o que n�o era vista h� quase 12 anos. A infla��o no pa�s est� pr�xima de 8% nos �ltimos 12 meses at� fevereiro, bem acima do teto da meta do governo (6,5%) para 2015. Estas s�o apenas duas das  press�es sobre o or�amento que aprofundam as interroga��es no cen�rio econ�mico: o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai conseguir colocar em pr�tica o arrocho fiscal proposto? Qual ser� o futuro do c�mbio, do emprego e do custo de vida? Diante de tantas perguntas ainda sem respostas, os consumidores brasileiros das classes A e B, respons�veis pela maior fatia do consumo no Brasil, decidiram ajustar as contas. Atingidos pela incerteza e movidos pela cautela, j� come�am a cortar gastos e adiar desejos de compras.


O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 7,7% nos �ltimos 12 meses at� fevereiro, maior alta desde maio de 2005 (8,05%). Na Grande BH, a infla��o oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), foi de 6,64%. Desde o fim do ano passado, a fam�lia da advogada Isabella Pastore redimensionou o seu or�amento, e as primeiras despesas exclu�das da nova era de austeridade foram do setor de servi�os. N�o por coincid�ncia, � nesse segmento que est�o os gastos que mais t�m sacrificado a classe m�dia.


Despesas com sa�de, educa��o dos filhos e alimenta��o, principais gastos da fam�lia de Isabella Pastore, foram mantidas, mas os planos da academia, da TV por assinatura e da telefonia celular tiveram de ser renegociados para baratear as contas. Pela economia e pela ecologia, a fam�lia tamb�m reduziu o consumo de �gua e energia el�trica e a programa��o de f�rias para o exterior, neste ano, foi colocada em banho-maria, aguardando sinal mais claro dos rumos do d�lar. A alimenta��o fora de casa tamb�m teve a frequ�ncia reduzida.


Apesar de menos afetada pela infla��o, especialmente dos alimentos, a popula��o do topo da pir�mide social sofre seus efeitos. “De modo geral, todos empobreceram, porque os sal�rios reajustados retrospectivamente n�o acompanham a alta dos pre�os, que sobem mais r�pido”, compara o diretor do MBA da Funda��o Armando Alvares Penteado (Faap), Tharc�sio de Souza. Segundo o especialista, os maiores impactos sobre a renda das classes A e B surgem da alta dos pre�os dos servi�os, como escola particular, planos de sa�de, interc�mbios, aulas especializadas e alimenta��o fora do lar.


O retrato da carestia para as fam�lias com renda entre um e 40 sal�rios m�nimos no Brasil mostrado em fevereiro exibe as maiores press�es dos reajustes da gasolina, de 8,42%, das despesas com educa��o, que aumentaram 5,88%, e da conta de luz, 3,14% mais cara. No grupo das despesas pessoais, os destaques ficaram por conta da evolu��o dos gastos com excurs�es, de 6,93%, cabeleireiro (1,09%) e manicure (1,04%).


A advogada Isabella Pastore diz que, diante da turbul�ncia, at� medidas simples, como preparar em casa o lanche que os filhos levam para a escola, ganharam maior peso. “S�o medidas poss�veis sem afetar o padr�o socioecon�mico.” M�e de Franco, de 9 anos, e Andr�, de 11, ela diz que discuss�es sobre educa��o financeira e o atual momento econ�mico do pa�s passaram a fazer parte das conversas em fam�lia. “Meu filho mais novo notou que em pouco tempo o pre�o do salgado da lanchonete aumentou de R$ 3 para R$ 3,50 e comentou sobre a alta.”

 

 


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