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Estado de Minas

Demiss�es podem chegar a 1,2 milh�o at� o fim do ano; jovens e mulheres s�o mais afetados

Com a estagna��o do pa�s, a taxa de desocupa��o sobe a 5,9% e pode chegar a 8%. Entre trabalhadoras, atinge 6,9%. E chega a 16,1% para a faixa de 16 a 24 anos


postado em 30/03/2015 00:12 / atualizado em 30/03/2015 13:32

�ltimo basti�o do governo Dilma Rousseff, o baixo �ndice de desemprego n�o resistiu � estagna��o do pa�s e come�ou sua derrocada, em linha com todos os outros indicadores econ�micos, que se deterioraram antes. O ano come�ou com demiss�es em massa e, at� que termine, mais de 1,2 milh�o de trabalhadores ter�o perdido seus empregos, segundo especialistas em mercado de trabalho. O n�vel de desocupa��o cresce no pa�s, algo decorrente n�o s� da Opera��o Lava-Jato e da suspens�o de pagamentos da Petrobras a fornecedores, como quis minimizar o ministro do Trabalho, Manoel Dias, ao divulgar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro. Os dados apontaram o fechamento de 84 mil postos de trabalho apenas no primeiro bimestre do ano.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) revelou que a taxa de desocupa��o passou de 5,1% em fevereiro de 2014 para 5,9% no mesmo m�s de 2015. “O desemprego no pa�s segue em alta no in�cio do ano e registra, pela primeira vez desde 2011, queda no rendimento dos trabalhadores”, aponta a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do instituto. At� o fim do ano, dever� subir ainda mais. H� quem estime que poder� atingir at� 8%.

Os mais afetados pelo desemprego at� agora, segundo o IBGE, s�o mulheres e jovens. Enquanto para homens, o desemprego passou de 4,7% em janeiro para 5% em fevereiro, entre as mulheres subiu de 6% para 6,9%. E para jovens entre 16 e 24 anos, o �ndice � ainda mais alarmante: saltou de 11% em dezembro para 16,1% em fevereiro.

O setor de servi�os foi o que mais demitiu em fevereiro, de acordo com o IBGE, com queda de 3,7% no n�mero de empregados e dispensa de 165 mil pessoas. O auxiliar de cozinha Patricio Wanderson, de 26 anos, perdeu o emprego porque o restaurante onde trabalhava fechou as portas. “Todos os meus colegas foram demitidos. Estou procurando qualquer coisa, nem precisa ser na �rea de alimenta��o. Mas est� dif�cil”, diz.

Tamb�m do setor de servi�os, Ozin�lia Barros da Fonseca, de 49 anos, conta que a idade atrapalha sua recoloca��o. “Fui caixa de supermercado, mas me demitiram quando acabou o contrato de experi�ncia. J� est� dif�cil encontrar emprego e a minha idade � mais uma barreira. � como se a gente n�o tivesse mais utilidade”, diz ela, que procura vaga desde outubro do ano passado.

Cortes em massa Desde o fim do ano passado, v�rios setores est�o demitindo fortemente (leia quadro). Al�m das empresas vinculadas � Petrobras, o setor automotivo, a constru��o civil, os servi�os, as mineradoras e as metal�rgicas tamb�m est�o em maus len��is por conta da fraca atividade econ�mica do pa�s. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou estagnado, com avan�o de apenas 0,1%, de acordo com dados do IBGE. Para 2015, a perspectiva do mercado � de retra��o de 1,5%, enquanto o Banco Central estima queda de 0,5% no PIB.

Os setores produtivos mais afetados pela conjuntura econ�mica iniciaram as demiss�es para cortar custos. A constru��o civil, que j� demitiu 250 mil trabalhadores nos �ltimos cinco meses, deve fechar mais 300 mil postos em 2015, projeta o Sindicato das Ind�strias da Constru��o Civil (Sinduscon-SP). O Sindicato dos Trabalhadores da Constru��o Pesada estima que, pelo menos, 20,1 mil trabalhadores de 38 empresas, em sete projetos da Petrobras, tenham sido demitidos nos �ltimos meses. Quase 2 mil mineradores perderam seus empregos.

O setor automotivo, que j� demitiu 12,4 mil pessoas em 2014, deve cortar mais 350 mil vagas. Apenas em fevereiro, o setor de servi�os, o que mais emprega no pa�s, fechou quase 200 mil postos de trabalho. E o varejo deve cortar 100 mil empregos este ano, conforme a Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC).

Pesquisas Todas as pesquisas que apuram desemprego no pa�s s�o un�nimes em mostrar o aumento da desocupa��o. At� mesmo o levantamento do Departamento Intersindical de Estat�stisca e Estudos Socioecon�micos (Dieese), fortemente ligado ao PT, partido da presidente Dilma mostra aumento do desemprego. A taxa apurada pela entidade cresceu para 10,5% em fevereiro na regi�o metropolitana de S�o Paulo. A coordenadora da pesquisa, Lucia Garcia, argumenta, contudo, que os dados s�o sazonais. “A ind�stria de S�o Paulo sempre demite em fevereiro, assim como o setor de �leo e g�s. H� queda at� maio e depois crescimento do emprego no segundo semestre”, alega.

A posi��o institucional do Dieese, no entanto, n�o � t�o otimista quanto a pesquisadora. “O mercado de trabalho dever� sofrer grande impacto com as medidas de ajuste implementadas pelo governo. Sinais preocupantes j� aparecem nas estat�sticas. O processo de retra��o come�ou no segundo semestre do ano passado”, afirma o boletim de conjuntura da entidade.

O IBGE revela que a taxa de desocupa��o passou de 5,1% em fevereiro de 2014 para 5,9% no mesmo m�s de 2015. “O desemprego no pa�s segue em alta no in�cio do ano e registra, pela primeira vez desde 2011, queda no rendimento dos trabalhadores”, aponta a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do instituto. At� o fim do ano, dever� subir ainda mais. H� quem estime que poder� atingir at� 8%.

 

Servi�o de demiss�o
A gerente de projetos da Thomas Case & Associados, Rose Corretori, diz que a procura pelo servi�o de condu��o de grandes demiss�es aumentou muito, sobretudo para �reas operacionais da ind�stria. “N�s somos procurados para fazer o desligamento da forma mais adequada e buscar recolocar os profissionais no mercado. Mas 2015 � um ano dif�cil, com mais demiss�es do que admiss�es. H� empresas que est�o fechando �reas inteiras e n�o t�m como manter os profissionais, nem mesmo aqueles mais qualificados”, revela.


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