O Brasil teve o maior corte de proje��o de crescimento da economia para 2015 e 2016 entre as principais economias avan�adas e desenvolvidas em um relat�rio divulgado nesta ter�a-feira pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI). O ajuste para melhorar as contas p�blicas brasileiras e o esfor�o do Banco Central para conter a infla��o devem ajudar a restaurar a confian�a de empres�rios e investidores, mas pode afetar ainda mais a atividade econ�mica no curto prazo, afirma o documento.
O FMI reduziu em 1,3 ponto porcentual a estimativa de crescimento do Brasil para 2015 e 0,5 ponto a de 2016 em rela��o �s previs�es feitas em janeiro, quando divulgou seu �ltimo relat�rio de previs�es. Depois do pa�s, a R�ssia foi a economia que teve a maior redu��o nas taxas previstas de expans�o, de 0,8 ponto em 2015 e 0,1 em 2016. Com isso, a aposta dos economistas da institui��o � a de que o Brasil deve ter contra��o de 1% este ano.
Para a R�ssia, abalada pela queda do petr�leo e pelos embargos dos Estados Unidos e da Europa por causa do conflito com a Ucr�nia, a previs�o � de contra��o de 3,8%, a maior entre os principais mercados. Outros emergentes como �ndia, tiveram a estimativa melhorada, enquanto a da China foi mantida. Para 2016 a previs�o do FMI � que a economia brasileira se recupere e volte a se expandir, crescendo 1%.
Ajuste fiscal
O FMI elogia o ajuste na pol�tica econ�mica brasileira, mas avalia que as medidas podem afetar fortemente a atividade, que j� vem enfraquecida do ano passado, quando o pa�s ficou praticamente estagnado. "O compromisso renovado das autoridades brasileiras para conter o d�ficit fiscal e reduzir a infla��o vai ajudar a restaurar a confian�a no quadro da pol�tica macroecon�mica do Brasil, mas vai reduzir ainda mais a demanda de curto prazo", afirma o texto, que faz parte do relat�rio "Perspectiva Econ�mica Global".
O FMI atribui o baixo crescimento brasileiro a fatores como a baixa confian�a de empres�rios, devido ao esc�ndalo de corrup��o na Petrobras, o temor de racionamento de �gua e energia el�trica e � alta de reformas para melhorar a competitividade do Pa�s. Para reverter o quadro, o Fundo recomenda reformas na educa��o e no mercado de trabalho, para melhorar a produtividade e a competitividade, e tamb�m investimentos na infraestrutura para resolver gargalos. "A confian�a do setor privado manteve-se teimosamente fraca, mesmo que a incerteza relacionada com as elei��es tenha se dissipado", afirma o FMI.
Para a infla��o no Brasil, a proje��o do FMI � de que o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) deve superar o teto do intervalo de toler�ncia da meta este ano (de 6,5%), refletindo o ajuste nos pre�os regulados e a deprecia��o do real uma das moedas que mais se desvalorizaram ante o d�lar entre os principais emergentes este ano, ressalta o documento. A aposta dos economistas da institui��o � a de que a infla��o se aproxime da meta nos pr�ximos dois anos. A proje��o do FMI � que o IPCA suba 7,8% este ano e 5,9% em 2016. J� a taxa de desemprego deve piorar, subindo de 4,8% em 2014 para 5,9% este ano e 6,3% em 2016.
Am�rica Latina
Por causa do desempenho fraco do Brasil, mas tamb�m de outros pa�ses, como Venezuela e Argentina, a Am�rica Latina teve em 2014 o quarto ano consecutivo de queda do crescimento do PIB, influenciado pelo fim do boom mundial das commodities e pelo menor espa�o em pa�ses importantes da regi�o, como o Brasil, para pol�ticas que estimulem o crescimento. As perspectivas de curto prazo para a regi�o n�o s�o muito otimistas. O texto ressalta que n�o h� fatores nos pr�ximos meses capazes de mudar a revers�o da economia. Por conta disso, a previs�o de crescimento da regi�o em 2015 foi cortada de 1,3 ponto do relat�rio de janeiro para 0,9%. A de 2016 foi reduzida de 2,3% para 2%.
Na Am�rica Latina, o M�xico deve ser um dos destaques e crescer 3% este ano, corte de 0,2 ponto ante a estimativa feita em janeiro. A economia mexicana deve se beneficiar da atividade mais aquecida nos Estados Unidos, de acordo com o FMI. J� a Venezuela deve encolher 7% e a Argentina recuar 0,3%.
