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Estado de Minas

Desemprego teria de subir para infla��o convergir para 4,5%


postado em 19/04/2015 18:07 / atualizado em 19/04/2015 18:20

A taxa de desemprego teria que chegar ao n�vel de 7,5% a 8,5% da Popula��o Economicamente Ativa (PEA) no decorrer de 2015 para que a taxa de infla��o recuasse em 2016 para o centro da meta, de 4,5%, conforme deseja o Banco Central (BC). Ao mesmo tempo, o rendimento m�dio teria que encolher de 3% a 5%, segundo analistas consultados pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado. Pol�mica, a tese recebe a defesa de economistas que acreditam que a resili�ncia da infla��o de servi�os s� pode ser combativa com um ajuste do mercado de trabalho e na renda das fam�lias.

Defensor dessa teoria, Andr� Perfeito, o economista-chefe da Gradual Investimentos acredita que o mercado de trabalho se tornou a principal vari�vel de ajuste da economia. Segundo ele, a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Mensal de Empregos (PME) teria que avan�ar do patamar atual de 5,9% em fevereiro para algo entre 7,5% a 8,5% para que o IPCA voltasse aos 4,5% ao ano. Al�m disso, explica, o sal�rio m�dio no Pa�s teria que ser reduzido de 3% a 5% ao longo do per�odo.

O ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC, o economista e s�cio da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman, foi um dos primeiros economistas a defender o ajuste da economia por meio do mercado de trabalho. Ap�s defender por v�rios meses o aumento do desemprego para arrefecer o �mpeto da infla��o, em agosto do ano passado o ex-diretor do BC calculou que para que a autoridade monet�ria possa entregar em 2016 uma taxa de infla��o de 4,5% seria necess�rio que 8,5% da popula��o brasileira economicamente ativa ficasse sem emprego no Pa�s.

"Infelizmente, eu estava certo. Quanto ao n�mero, chegamos a fazer uma estimativa no ano passado, sugerindo que o desemprego (PME) teria que subir at� 8,5% em 2015 para trazer a infla��o para a meta em 2016, caso as expectativas n�o se alterassem", disse Schwartsman. Segundo ele, caso a infla��o convirja para a meta em 2016, a taxa de desemprego teria que permanecer em 7%.

Uma vari�vel que as avalia��es sobre infla��o muitas vezes costumam deixar de fora, segundo o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores, s�o os programas de transfer�ncia de renda no Brasil. De acordo com ele, na esteira destes programas s�o distribu�dos mensalmente 60 milh�es de contracheques. "Isso � renda que entra no mercado e vai para o consumo independente de mercado de trabalho. Para fazer uma blindagem do efeito deste tipo de renda no consumo de bens e servi�os, � preciso que o desemprego cres�a e a renda caia", afirma o economista.

Na avalia��o de Caparoz, para neutralizar parte do efeito dos programas de transfer�ncia de renda sobre a infla��o, a taxa de desemprego medida pela Pnad teria que superar os 8%, patamar em que o desemprego come�a a mexer no psicol�gico da popula��o. "� a partir da� que as pessoas come�am a pisar no freio e a reduzir gastos por medo de perder seus empregos", disse.

Para o economista-chefe da Saga Capital, Marcelo Castello Branco, o que determina a rela��o entre essas vari�veis - desemprego e infla��o - n�o � apenas o n�vel, mas a trajet�ria e o tempo em que elas permanecem em determinado patamar. "Fazer a taxa de desemprego chegar rapidamente em um n�vel maior e faz�-la permanecer neste patamar pode fazer com que a infla��o ceda de modo mais r�pido e pronunciada", disse.


Ele considera ainda que a taxa de "sacrif�cio" da pol�tica monet�ria restritiva necess�ria para controlar a infla��o torna-se maior quanto menos tempo dispon�vel houver. "De acordo com alguma hip�tese que fa�amos quanto � estrutura do modelo, podemos ter resultados um pouco diferentes, mas acho que para a infla��o recuar ao centro da meta, em 2016, seria necess�rio que a taxa de desemprego atingisse um patamar um pouco acima de 8%, e permanecesse nesse n�vel por um tempo consider�vel", analisou Castello Branco.

Os sinais j� existentes de enfraquecimento do mercado de trabalho podem ficar mais claros sobre a infla��o no ano que vem, diz F�bio Rom�o, da LCA Consultores. Ele ressalva, no entanto, que ainda deve ser insuficiente para fazer o IPCA convergir para o centro da meta. "� bem prov�vel que tenhamos uma infla��o menor em 2016, tanto pelo lado dos administrados como pelo lado de livres e servi�os, por causa da atividade mais enfraquecida. No entanto, n�o acredito que ela atinja 4,5%, mas deve ter uma desacelera��o de 8,10% (2015) para algo entre 5% e 5,50%, estimou. Mesmo para 2017 Rom�o ainda espera um IPCA de 4,9%, chegando no centro da meta apenas em 2018 e 2019", completou.

Com atividade perdendo f�lego, o economista da LCA disse esperar que a taxa de ocupa��o encolha novamente ao longo deste ano, para uma queda de 0,2%, ap�s recuo de 0,1% no ano passado, devendo ajudar a abrandar o quadro de press�o inflacion�ria. "� bem pior (-0,2%), pois em 2014 a base de compara��o era maior. Deve cair 0,2% em cima de uma base enfraquecida. E isso tem impacto sobre o rendimento. Em paralelo, tem a infla��o, que vem se acelerando e deve-se manter acima de 8% ao longo do ano, e atrapalhar os ganhos reais dos trabalhadores", disse.

Tamb�m para o economista Rodrigo Soares de Abreu, da Caixa Asset Management, para que a infla��o de servi�os diminua para a faixa de 6%, a taxa de desemprego deveria subir para ao redor de 8,00%. Neste ano, ele projeta 7,50% para a taxa de desemprego (PME). "Tem o imponder�vel que pode prejudicar o emprego, como o ajuste fiscal, a Opera��o Lava Jato, que tende a gerar um programa de demiss�es e de contrata��es com sal�rios mais baixos", disse. Nesse cen�rio, a infla��o de servi�os recuaria a 7% ou 7,5% em 2015.

O economista explica que o arrefecimento em servi�os n�o deve ser maior devido � in�rcia estrutural. "� um tema que tem ocupado muito as pautas dos economistas recentemente, que � tentar medir o tamanho dessa in�rcia, o por qu� dessa letargia, da n�o converg�ncia da infla��o de servi�os. Os reajustes de sal�rios nominais ainda s�o elevados, tem a indexa��o", explicou.


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