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Estado de Minas

Infla��o e pessimismo enfraquecem consumo no Nordeste; regi�o pode perder at� R$ 17 bilh�es

Estudo feito pelo consultoria IPC Marketing mostra ainda, que todas regi�es do pa�s, exceto o Sul, v�o diminuir sua fatia no consumo nacional


postado em 27/04/2015 09:01 / atualizado em 27/04/2015 09:33

O consumo da regi�o Nordeste d� sinais de arrefecimento. A infla��o em alta, que penaliza principalmente as classes de menor renda, combinada com a redu��o do emprego com carteira assinada e a perda de confian�a da popula��o, est�o tirando o f�lego das fam�lias da regi�o, tida como a queridinha dos fabricantes de bens de consumo.

Neste ano, a fatia do Nordeste no potencial de consumo do pa�s deve diminuir em rela��o a 2014. Ser� a primeira queda de participa��o da regi�o desde 2010, segundo um estudo feito pela consultoria IPC Marketing. Mesmo assim, o Nordeste continua sendo a segunda regi�o com maior potencial de consumo, atr�s do Sudeste, posi��o conquistada em 2008.

"A diminui��o da fatia do Nordeste � a grande novidade", afirma Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing e respons�vel pelo estudo. Neste ano, o Nordeste deve responder por 19% do total. Em 2014, a regi�o atingiu uma participa��o recorde de 19,5%. Esse recuo deve significar R$ 17,148 bilh�es a menos circulando no varejo da regi�o.

Num ano em que a expectativa � de queda no Produto Interno Bruto (PIB), o estudo mostra que todas as regi�es, exceto o Sul, v�o diminuir sua fatia no consumo nacional, projetado em R$ 3,37 trilh�es para 2015 pela consultoria. Mas a maior perda de participa��o deve ocorrer no Nordeste. O arrefecimento do consumo no Nordeste ocorre porque a popula��o de menor renda, grande usu�ria do cr�dito, n�o est� indo �s compras como foi no passado porque n�o sabe se continuar� empregada.

Um pesquisa feita pela TNS a pedido da Acrefi, associa��o que re�ne as financeiras, revela que subiu de 54%, em outubro, para 71%, este m�s, a parcela de consumidores nordestinos que n�o est� disposta a assumir um novo financiamento nos pr�ximos meses.

Al�m da menor predisposi��o para ir �s compras, Pazzini lembra que, pelo novo crit�rio de classifica��o socioecon�mica da Associa��o Brasileira da Empresas de Pesquisa, usado por todas os levantamentos a partir deste ano, ficou mais dif�cil pertencer �s classes A e B. Com isso, cresceu na regi�o o n�mero de domic�lios com menor renda e poder de compra.

Emprego

Um sinal da desacelera��o do Nordeste fica evidente no mercado de trabalho. No 1º trimestre, a regi�o foi a que mais perdeu postos formais de trabalho, segundo dados do Caged, do Minist�rio do Trabalho. Foram fechadas 76.626 vagas. "Desde o fim de 2014, havia a expectativa de que o Nordeste poderia desacelerar. Era a �nica regi�o que estava com um crescimento um pouco melhor, mas agora a crise parece ter chegado ao Nordeste", afirma Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV.

A piora do mercado de trabalho se refletiu na queda do sal�rio m�dio real de admiss�o. Entre janeiro e mar�o, o valor pago para os contratados na regi�o foi de R$ 1.051,92, cifra 3,48% menor frente ao 1º trimestre de 2014. O tombo nos sal�rios tamb�m foi o maior registrado entre todas as grandes regi�es.

A desacelera��o do consumo deve ter reflexos no PIB da regi�o. A consultoria Tend�ncias projeta que o PIB do Nordeste deve crescer s� 0,1% este ano. "Ser� a menor expans�o desde 1999", diz a economista Camila Saito. Entre 2009 e 2014, o PIB da regi�o cresceu 3,5% ao ano, acima do desempenho do PIB do Pa�s, que avan�ou 3%. Camila observa que n�o h� espa�o para crescer por causa do impulso do Bolsa Fam�lia. Mas pondera que o desempenho da regi�o deve superar o do PIB do Pa�s, que pode recuar 1,4% na sua proje��o, e o do Sudeste (-2,6%), regi�o mais castigada pela crise.

Des�nimo


Com menos dinheiro no bolso, o nordestino come�a a frear as compras. Segundo fontes do varejo, as vendas nos hipermercados no 1º trimestre foram menores em rela��o �s do mesmo per�odo de 2014 e nos supermercados houve empate. "� percebemos que as vendas do 1º trimestre tiveram crescimento menor", diz o presidente da Associa��o Baiana de Supermercados, Jo�o Andrade.

Entre janeiro e mar�o deste ano, a receita avan�ou 1,8% em rela��o a 2014, ap�s ter crescido 5% no mesmo per�odo do ano anterior. Essa desacelera��o foi percept�vel especialmente no interior do Bahia, em regi�es ligadas � explora��o de �leo e g�s e que est�o sentindo os efeitos da opera��o Lava Jato. Pesquisa da consultoria Nielsen mostra uma forte desacelera��o no volume de vendas nos �ltimos meses no Nordeste.

Entre dezembro de 2014 e fevereiro deste ano, as quantidades vendidas de uma cesta com 131 itens, entre alimentos e produtos de higiene limpeza, cresceram 2% em rela��o ao ano anterior. No mesmo per�odo de 2014, o aumento tinha sido de 9,5%. Essa piora pode ser explicada porque - assim como no Pa�s - o pessimismo com a economia tamb�m aumentou no Nordeste. O �ndice Nacional de Expectativa do Consumidor, da Confedera��o Nacional da Ind�stria, mostra que em mar�o 76% dos nordestinos esperavam alta da infla��o e 64% aumento do desemprego em 6 meses.


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