A queda na renda dos trabalhadores verificada no m�s de mar�o apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) j� � um efeito do ajuste fiscal que est� sendo implementado pelo governo, na avalia��o do economista-chefe da Gradual Investimentos, Andr� Perfeito. "J� conseguimos com isso ver os efeitos desejados do ajuste. Todo mundo queria o ajuste: est� a� o ajuste", afirmou.
Conforme o IBGE, o rendimento m�dio real dos trabalhadores registrou queda de 2,8% em mar�o ante fevereiro. J� na compara��o com mar�o de 2014, houve queda de 3,0%. Para Perfeito, o "rem�dio � amargo" pois o ajuste ser� justamente nos sal�rios. Paradoxalmente, a "boa not�cia" � que a situa��o est� ruim para o emprego. "Infelizmente, ou felizmente, o rendimento come�a a mostrar essa queda, que era esperada. � uma boa not�cia para a infla��o", explicou.
Segundo o economista, j� � esperado tamb�m que parte do ajuste seja feita com o aumento do desemprego. Ele destaca ainda que com o governo diminuindo ou redimensionando alguns programas, como o Fies, a tend�ncia � de que mais jovens deixem de estudar e procurem emprego. "Isso deve aumentar a Popula��o Economicamente Ativa (PEA) e consequentemente elevar a taxa de desemprego", afirmou.
Na avalia��o de Perfeito, a situa��o de mar�o ainda deve ser o in�cio de um aumento no desemprego e da queda da renda. "Esse efeito ainda n�o come�ou de fato, vai ser ainda mais forte at� o final deste ano", afirmou. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego apurada nas seis principais regi�es metropolitanas do Brasil ficou em 6,2% em mar�o, ante 5,9% em fevereiro, segundo dados sem ajuste sazonal. "Imagino o desemprego chegando a 7% e 7,5% no final do ano", avaliou. "O governo est� muito determinado em fazer isso, deixar o a taxa de desemprego subir pelo menos em 2015", disse. "O rem�dio � amargo", refor�ou.