O Brasil pode ter em 2015 a pior desacelera��o da economia em mais de duas d�cadas, afirma o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), que volta a recomendar que, mesmo com a atividade enfraquecida, a presidente Dilma Rousseff siga em frente com o ajuste fiscal e monet�rio, de acordo com um relat�rio divulgado nesta quarta-feira, 29, chamado "Perspectiva Econ�mica Regional: Hemisf�rio Ocidental".
"O Brasil est� passando por sua desacelera��o mais grave em mais de duas d�cadas, mas ter� de perseverar com os recentes esfor�os para conter o aumento da d�vida p�blica e repor a confian�a no quadro da pol�tica macroecon�mica", afirma o FMI no documento. Na reuni�o de primavera do Fundo, que terminou no �ltimo dia 19 em Washington, a diretora-gerente da institui��o, Christine Lagarde, elogiou o ajuste na economia e ainda recomendou reformas estruturais no Brasil.
A previs�o dos economistas do FMI � que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai encolher 1% em 2015, um dos piores desempenhos entre as principais economias mundiais. Para 2016, a expectativa � de uma recupera��o moderada, com o PIB crescendo 1%.
O aperto na pol�tica fiscal que vem sendo conduzido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ajuda a enfraquecer a atividade no curto prazo, mas � "criticamente necess�rio" para conter a piora da d�vida p�blica e restaurar a confian�a dos agentes. "As autoridades agora t�m pouca escolha a n�o ser apertar a pol�tica fiscal em meio a uma recess�o", afirma o documento. "O ajuste em curso no Brasil � fundamental para evitar a piora da d�vida e restaurar a confian�a na economia brasileira", disse nesta quarta-feira, 29, o diretor do departamento para o Hemisf�rio Ocidental do FMI, Alejandro Werner, ao comentar o relat�rio.
A mesma an�lise vale para a alta de juros que vem sendo promovida pelo Banco Central para conter a infla��o. O aperto na pol�tica monet�ria desde 2014 � adequado, afirma o documento do FMI. Mesmo com a eleva��o das taxas, o BC continua enfrentando a tarefa de refor�ar a credibilidade do arcabou�o de pol�tica monet�ria, j� que a infla��o persiste em patamar alto, ressalta o texto. A previs�o do FMI � que o IPCA suba 8% este ano, acima dos 7,8% em um relat�rio divulgado pelo FMI durante a reuni�o de primavera. Para 2016, a previs�o � de alta de 5,4%, abaixo dos 5,9% do documento anterior.
O FMI volta a afirmar que v�rios fatores est�o contribuindo para o fraco desempenho da economia brasileira. Entre eles, a baixa confian�a dos empres�rios, que por isso n�o investem. Al�m disso, o esc�ndalo de corrup��o na Petrobras � outro fator, que levou a petroleira e empresas do setor a cortarem investimentos e ainda contribui para aumentar a incerteza na economia. Pelo lado dos consumidores, o estudo do FMI ressalta que os brasileiros t�m segurado os gastos, em meio � infla��o alta, expectativa de piora do mercado de trabalho e com os bancos segurando o cr�dito.
Pelo lado externo, o FMI ressalta que o fim do boom das commodities no mercado internacional, com a desacelera��o da economia da China, tamb�m contribui para esfriar a atividade no Brasil e em outros pa�ses da Am�rica Latina.
O FMI avalia que a desacelera��o do Brasil e em outros pa�ses da Am�rica Latina, como o Chile, tem sido pior que o antecipado. As proje��es de expans�o do PIB brasileiro v�m sendo rebaixadas a cada novo documento divulgado pela institui��o desde 2012.