
H� cinco anos, a dentista Nat�lia Costa aderiu a um plano de previd�ncia privada. Hoje, aos 30 de idade, ela planeja poupar por mais tr�s d�cadas, garantindo uma renda extraordin�ria para sua aposentadoria. Por m�s, s�o R$ 300 dedicados � poupan�a. Nat�lia iniciou o projeto bem antes da decis�o do pai, que optou por um plano aos 45 anos. No entanto, ele incentivou a filha a se planejar ainda jovem. “Se tivesse sido orientada ainda mais cedo, poderia ter iniciado minha poupan�a aos 20 anos”, calcula Nat�lia.
O h�bito de investir na forma��o de reserva ganha corpo devagar entre os brasileiros. Quando comparado aos pa�ses emergentes, o Brasil ainda figura entre as na��es que menos poupam, segundo dados do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). A taxa de poupan�a, que equivale a cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma da produ��o de bens e servi�os no pa�s –, pode ser ampliada, favorecendo investimentos e o crescimento da economia. Em pa�ses asi�ticos, esse percentual atinge 30% do PIB.
Especialistas apontam que a poupan�a para realizar projetos que v�o da casa pr�pria � escola do filho, passando pela aposentadoria, pode come�ar com somas pequenas, mas o importante � n�o se intimidar com valores. � poss�vel iniciar investimentos com R$ 100 por m�s. Foi o valor definido por Nat�lia Costa. Aos poucos a cifra engordou, primeiramente subindo a R$ 150, e agora ao dobro disso.

No mercado, os planos de previd�ncia podem ser op��o para complementar a renda de quem vai se aposentar pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a previd�ncia p�blica. O investimento pode ser usado, tamb�m, para realizar projetos a curto e m�dio prazo. Quanto mais cedo a poupan�a come�ar, maior ser� a reserva acumulada no tempo. “O ideal � que ao aderir a uma previd�ncia o investidor tenha um plano de ades�o de pelo menos 10 anos”, explica Ronaldo Gama, superintendente comercial da seguradora Mongeral Aegon em Minas Gerais.
O tempo � importante, j� que quanto mais cedo o projeto for colocado em pr�tica, menor pode ser a parcela, ou seja, os valores podem crescer na medida da renda do poupador e o montante do resgate tamb�m ser� maior. Realizando c�lculos estimados com base numa taxa de remunera��o do capital de 6% ao ano, Ronaldo Gama explica que um plano de previd�ncia privada iniciado aos 30 anos, com contribui��es mensais de R$ 500, vai proporcionar renda mensal de R$ 4.650 a partir dos 65 anos. J� quem iniciou a poupan�a 10 anos depois, aos 40 anos, ter� uma renda de R$ 2.300 aos 65 anos, ou de R$ 2.350 mensais a menos do que quem come�ou 10 anos antes.
Perfil do investidor Outra op��o dispon�vel no mercado s�o os seguros de vida, que podem ser resgatados em vida e n�o apenas em caso de morte. Essa foi a op��o da dentista Nat�lia Myrrha. Logo que iniciou a vida profissional, aos 23 anos, ela optou por um modelo de poupan�a que vai resgatar em 20 anos, aos 43. A contribui��o � anual no valor de R$ 2,6 mil. “Decidi por um modelo de seguro de vida com resgate, porque al�m da poupan�a que estou fazendo, tenho uma cobertura para acidentes graves e acidentes pessoais, o que � importante j� que sou aut�noma”, diz Nat�lia.
A dentista, que � casada, mas ainda n�o tem filhos, imagina que em 20 anos sua realidade ser� outra e a fam�lia j� ter� crescido. Assim, ela planeja usar o recurso para quitar a casa pr�pria. Nat�lia Myrrha pretende, ainda neste ano, contratar um segundo seguro, com prazo inferior a 10 anos. “Quero usar esse recurso para investir na minha profiss�o, reformar o consult�rio por exemplo, ou comprar novos equipamentos”, diz. Ela conta que o marido seguiu o mesmo caminho e investiu em ap�lice com 10 anos de dura��o. O contrato dever� garantir a ele um montante para investir, por exemplo, na compra de um carro novo. Nat�lia � a primeira de sua fam�lia a aderir ao modelo de forma��o de reserva, mas est� contagiando os irm�os. “Meus dois irm�os j� pensam na ideia e meus pais tamb�m j� est�o considerando a possibilidade de fazer um planejamento para meu irm�o mais novo.”
No modelo da previd�ncia privada, o investidor pode escolher entre dois planos, depois de ter definido seu perfil de investimento. Segundo Ronaldo Gama, para quem faz a declara��o completa do Imposto de Renda, o plano mais recomendado � o PGBL, pois o modelo traz a vantagem de deduzir o valor investido em at� 12% da renda bruta anual. J� para os que declaram pela forma simplificada, o VGBL � a op��o mais indicada.
No primeiro trimestre do ano, o setor de seguros registrou crescimento de 22,4% frente a 2014, de acordo com dados da Superintend�ncia de Seguros Privados (Susep). As receitas do setor somaram R$ 42,5 bilh�es. O desempenho foi puxado pelos planos VGBL que cresceram 49,7% no per�odo, somando aportes de R$ 18,4 bilh�es.
Escolha certa
No momento da contrata��o de um plano de previd�ncia, � necess�rio informar se o resgate do dinheiro investido ser� feito pela tabela progressiva ou regressiva. A escolha tem impacto direto no tempo de contribui��o e a partir do momento em que passa a ser vantajoso fazer o resgate. Para quem pretende investir por curto ou m�dio prazo, o modelo mais recomendado � o da tabela progressiva. J� para os que pretendem realizar uma acumula��o de m�dio a longo prazo, recomenda-se a tabela regressiva que, apesar de come�ar com uma al�quota de 35%, pode chegar a 10% em 10 anos. � importante ressaltar que a escolha entre a tabela progressiva ou regressiva deve ser feita no momento da contrata��o do plano e n�o poder� ser modificada ao logo do per�odo de investimento.