A taxa do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) atingiu o pico de alta ao ficar em 8,31% entre abril e maio e a tend�ncia para os pr�ximos meses � de uma trajet�ria de leve desacelera��o. A avalia��o � do superintendente adjunto de Infla��o da Funda��o Getulio Vargas (FGV), Salom�o Quadros. "A taxa deve recuar um pouco, mas n�o veremos o IPC em 12 meses abaixo dos 8% neste ano", estimou.
O IPC passou de alta de 0,75% em abril para avan�o de 0,68% em maio. "A primeira raz�o para recuo do IPC em maio � fim do efeito da energia el�trica", disse Quadros. Em termos de contribui��o para o recuo de 0,07 ponto porcentual do IPC na margem, o grupo Habita��o influenciou com 0,17 ponto porcentual. O outro recuo registrado foi de apenas 0,05 ponto porcentual em Alimenta��o. Os demais grupos contribu�ram com no m�ximo 0,05 ponto porcentual de alta.
Segundo o especialista, ap�s a corre��o de pre�os administrados no primeiro trimestre do ano n�o h� press�es significativas sobre os pre�os ao consumidor nos pr�ximos meses. "Os pr�ximos reajustes que est�o previstos devem vir dentro do esperado e similares ao que foi no ano passado", pontuou, argumentando que estas novas altas n�o devem impactar o resultado do indicador em 12 meses.
Servi�os
Analisando a infla��o de servi�os, o superintendente adjunto de infla��o da FGV ressaltou que mesmo com a desacelera��o da economia, a alta de pre�os no setor segue acelerando, mesmo que ligeiramente. Enquanto a infla��o de bens de consumo registra taxa acumulada nos 12 meses at� maio de 5,45%, nos servi�os livres (excetuando os administrados) o avan�o est� em 9,35%, sendo que no acumulado dos 12 meses de 2014, o avan�o foi de 5,65%. "Os servi�os livres ainda n�o reagiram � mudan�a de compasso na din�mica econ�mica", pontuou Quadros.
Para ele, o efeito do desemprego e da desacelera��o da economia vai aparecer de maneira lenta e gradual nos pre�os de servi�os. "A contribui��o da queda de pre�os dos servi�os livres para o arrefecimento da infla��o vai ser pequena neste ano", estimou. Para ele, no entanto, este movimento � imprescind�vel para que a infla��o caminhe para o centro da meta at� o fim de 2016. "Sem uma contribui��o de servi�os, vai ser dif�cil o Banco Central, levar a infla��o para 4,5% no ano que vem", disse.
IPA
Quadros afirmou ainda que a maior contribui��o para a desacelera��o do �ndice de Pre�os ao Produtor Amplo (IPA) partiu do grupo das mat�rias-primas brutas, especialmente das de origem agropecu�rias. "Quase dois ter�os da desacelera��o do IPA veio das agropecu�rias", afirmou.
O IPA recuou de 1,41% para 0,30% entre abril e maio. J� o �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,41% em maio, ap�s avan�ar 1,17% em abril. Do recuo de 1,11 ponto porcentual do IPA no m�s, as mat�rias-primas brutas contribu�ram com -0,59 ponto porcentual, sendo que as agropecu�rias influenciaram com -0,68 ponto porcentual. J� as de origem mineral tiveram contribui��o positiva de 0,09 ponto porcentual.
Ao detalhar que movimentos contribu�ram para a queda no IPA Agro, Quadros citou a retra��o nos pre�os da soja em gr�o e tamb�m dos bovinos, que passaram de alta de 2,10% para 0,87%. "A pecu�ria n�o est� em per�odo de entressafra, al�m disso, em �poca de chuvas, os animais ganham mais peso", citou como fatores que contribuem para a desacelera��o dos pre�os de bovinos. J� os pre�os de su�nos aprofundaram a defla��o, passando de -5,32% em abril para -6,18% em maio.