Em meio � s�rie de esc�ndalos por suspeita de ter ajudado clientes em v�rios pa�ses (Swissleaks), incluindo brasileiros, a sonegar impostos o HSBC Holdings anunciou ontem o encerramento de suas atividades de varejo no Brasil e na Turquia. O plano prev� ainda o corte de 22 mil a 25 mil postos de trabalho nos 73 pa�ses onde o banco atua. Em comunicado no Brasil, o banco diz que “pretende vender a sua opera��o no pa�s, mas planeja manter o atendimento aos clientes corporativos de grande porte em suas necessidades internacionais.” O banco confirma que as opera��es no Brasil est�o � venda e nega demiss�es no pa�s, onde emprega 21.479 pessoas. Os principais interessados s�o Bradesco e Ita�.
As mudan�as fazem parte de uma tentativa da empresa de reduzir os custos em US$ 5 bi e conseguir um retorno sobre o patrim�nio l�quido de mais de 10% at� 2017. O HSBC fez o an�ncio em um comunicado enviado � Bolsa de Valores de Hong Kong, pouco antes de oferecer uma atualiza��o detalhada sobre o novo plano de investimentos. Em paralelo �s demiss�es e � redu��o das opera��es no Brasil e na Turquia, o banco tem a inten��o de acelerar seus investimentos na �sia, com um enfoque particular na China e no sudeste do continente, apontou o comunicado.
No Brasil, o banco brit�nico � hoje o sexto maior em ativos, tem 853 ag�ncias focadas na clientela de alta renda. Tem ainda a financeira Losango, que financia compras na ag�ncia de turismo CVC e nas lojas Hering e Colombo. A Losango est� � venda h� pelo menos quatro anos, mas o neg�cio nunca saiu porque o banco pede um valor considerado muito elevado. O banco n�o detalhou quanto espera obter especificamente com a venda do HSBC Brasil, que teve preju�zo de R$ 549 milh�es em 2014. Seu valor � estimado em mais de R$ 10 bilh�es, sem contar �gio esperado pela “oportunidade de neg�cio”. A expectativa do banco brit�nico � levantar R$ 17 bilh�es com a venda das opera��es no Brasil e na Turquia.
Na semana passada, Ita�, Bradesco e Santander fizeram propostas iniciais pelo banco. O Bradesco � visto como o mais interessado no HSBC, por agregar clientes de alta renda, enquanto o Ita� tem demonstrado pouca disposi��o para uma oferta mais agressiva. Corre por fora o espanhol Santander.
Consumidor
A Proteste Associa��o de Consumidores orienta os clientes do HSBC que, apesar das informa��es de que o banco sair� do mercado no Brasil, n�o h� motivo para p�nico. Duas das principais ag�ncias classificadoras de risco, Moody's e Standard & Poor's, ainda apontam HSBC Brasil como grau de investimento, ainda que no �ltimo degrau para deixar de ser.
Ainda assim, a instiui��o refor�a que o correntista que tem conta no HSBC n�o pode ser prejudicado com a sa�da da institui��o do mercado brasileiro, mas pode ser o momento de avaliar se n�o � o caso de mudar de banco, sem esperar que ele seja vendido.
O HSBC Brasil atualmente � o s�timo maior banco no pa�s em ativos, sexto entre os de varejo. A sua aquisi��o por qualquer banco n�o deixa de ser prejudicial ao consumidor, devido a diminui��o da concorr�ncia do j� pouco competitivo mercado banc�rio brasileiro. Al�m da falta de op��es, os consumidores s�o resistentes a mudar de banco, o que dificulta muito a melhoria dos servi�os, visto n�o ser uma concorr�ncia agressiva.
O HSBC esclareceu em nota que est� sob processo de venda, mas ainda n�o de encerramento de opera��es no pa�s, e que continuar� operando normalmente mesmo ap�s a venda.
Se o HSBC for vendido, o cliente precisa verificar se o servi�o prestado pela nova institui��o � do interesse dele, se vai ser mantido o mesmo relacionamento que j� existe com o gerente, e acompanhar o que vai ser feito daqui para frente. � importante que o consumidor fique atento e procure o gerente para conversar, mesmo que as mudan�as n�o sejam imediatas.
De qualquer forma, a qualidade do atendimento deve ser assegurada. Pacotes de servi�os, empr�stimos, financiamentos, juros acertados e investimentos, tudo deve ser mantido conforme acertado nos contratos com o consumidor.
Quem comprar o HSBC at� pode diminuir o n�mero de ag�ncias (atualmente s�o 850 ag�ncias em todo o pa�s), desde que o consumidor n�o seja prejudicado. Caso o consumidor fique horas na fila porque diminu�ram a quantidade de caixas devido a mudan�a, isso configura m� presta��o de servi�os. Nesse caso, ele deve reclamar a um �rg�o de defesa do consumidor ou ao Banco Central.