Conselheiro da presidente Dilma Rousseff no primeiro mandato, o empres�rio Jorge Gerdau, presidente de uma das maiores sider�rgicas do pa�s, considera que a crise econ�mica atual "est� dura" e n�o tem poupado nem "pipoqueiro".
Gerdau se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nessa quarta-feira no gabinete do peemedebista, ocasi�o em que tamb�m estiveram representantes da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), da Fiat/Chrysler e parlamentares.
Segundo alguns dos presentes no encontro, o clima foi de "vel�rio" diante do cen�rio "pouco animador" tra�ado pelos presentes para os pr�ximos meses. Na reuni�o, Gerdau, de acordo com relatos, informou que, em raz�o da crise que atingiu o setor, j� havia demitido 11 mil funcion�rios e que a previs�o era de mais 4 mil a 5 mil nos pr�ximos meses.
Na sa�da do encontro, o empres�rio falou ao jornal O Estado de S. Paulo sobre impacto da crise. "N�o tem quem n�o esteja afetado. O taxista est�, o pipoqueiro est�, as cadeias industriais est�o sofrendo. Est� duro", ressaltou o empres�rio, que, no primeiro mandato de Dilma, assumiu a C�mara de Pol�ticas de Gest�o, Desempenho e Competitividade, que tinha o objetivo de aperfei�oar a condu��o da m�quina p�blica.
"Para mim, o problema est� na exporta��o. Tem que melhorar", defendeu Gerdau, que n�o tem tido contatos frequentes com a presidente. Uma das alternativas discutidas na reuni�o realizada no gabinete da presid�ncia do Senado � a mudan�a no Regime Especial de Reintegra��o de Valores Tribut�rios para as Empresas Exportadoras (Reintegra).
As altera��es no programa, que "devolve" aos empres�rios uma parte do valor exportado, seriam realizadas por meio de emendas inseridas Medida Provis�ria 675, atualmente em discuss�o na Comiss�o Mista do Congresso.
A MP foi encaminhada pelo Executivo no �ltimo dia 22 de maio ao Congresso e faz parte do ajuste fiscal proposto pelo governo. O texto original trata de outro tema e prev� o aumento de 15% para 20% a al�quota da Contribui��o Social sobre Lucro L�quido (CSLL), devida por institui��es financeiras, como bancos, seguradoras e administradoras de cart�o de cr�dito.
Entre as emendas sobre o Reintegra consideradas na reuni�o no gabinete de Renan est�o duas de autoria do senador Ricardo Ferra�o (PMDB-ES) - entre elas, a que retoma o porcentual de 3% sobre a receita auferida com a exporta��o realizada pelas empresas.
No �ltimo m�s de fevereiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a redu��o de 3% para 1% da al�quota do Reintegra. Segundo c�lculos da Fazenda, a ren�ncia fiscal com o benef�cio para os exportadores com a al�quota anterior, de 3%, seria de R$ 6 bilh�es. Com a mudan�a, o montante cai para R$ 3,5 bilh�es por ano.
Como a altera��o ocorreu com o ano em curso, a economia estimada para 2015 � de R$ 1,8 bilh�o. "A redu��o dos percentuais de maneira s�bita e imediata desconsidera a realidade das empresas exportadoras que j� haviam precificado suas exporta��es para embarque no futuro pr�ximo, considerando a vig�ncia do porcentual maior at� ent�o em vigor", afirma Ferra�o em trecho da emenda. O texto proposto por ele mant�m, entretanto, a prerrogativa do Poder Executivo em graduar o porcentual entre 0,1% a 3%.