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Estado de Minas

Metal�rgicos lamentam demiss�es e suspens�o de contrato em montadoras do ABC


postado em 06/07/2015 16:10

Funcion�rios de empresas montadoras de autom�veis da regi�o do ABC paulista est�o apreensivos diante das �ltimas demiss�es e suspens�es de contrato de trabalho, no chamado sistema de lay off. Segundo dados da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea) divulgados hoje, 36,9 mil empregados est�o em lay off (suspens�o tempor�ria do contrato de trabalho) em todo o pa�s.

Na empresa Mercedes-Benz, trabalhadores ficaram acampados em frente � f�brica, em S�o Bernardo, por 26 dias, em protesto contra 300 demiss�es. O operador de m�quinas Jos� Djalma de Souza, de 41 anos, est� entre os demitidos. “Eu me senti in�til, sem valoriza��o nenhuma”, disse. Djalma trabalhou por 13 anos na empresa.

Na �ltima quinta-feira, os funcion�rios rejeitaram a proposta da Mercedes de reduzir em 20% a carga hor�ria dos empregados, diminuindo em 10% os sal�rios, por um per�odo de um ano. A proposta, votada em urnas, garantiria a estabilidade no emprego por um ano e o retorno de parte dos trabalhadores demitidos.

Em comunicado, a Mercedes-Benz informou que a proposta era necess�ria diante da forte queda de vendas de ve�culos comerciais no mercado brasileiro, que tem afetado os neg�cios da empresa. Diante da rejei��o, a montadora “ter� de buscar outras alternativas frente a um excedente de 2 mil pessoas na f�brica”.


Djalma era favor�vel � proposta. “Ficamos chateados [com o resultado da vota��o], porque o individualismo est� demais. As pessoas est�o muito ego�stas s� pensando nelas. Tinham que pensar no monte de fam�lias que est� aqui fora, n�o s� em si”, disse.

O soldador Danilo Gritti, de 29 anos, tamb�m foi demitido. Ele trabalhou na Mercedes por 14 anos, e tamb�m era favor�vel � proposta. “Estou confiante que haja, nos pr�ximos dias, um acordo com o sindicato para a nossa readmiss�o. Nenhuma redu��o de sal�rio � boa, mas dentro da conjuntura, a proposta at� que foi adequada”.

Danilo Gritti, agora, tem d�vidas sobre o que far� no futuro. “Eu sou professor de sociologia, por forma��o, mas os professores est�o numa situa��o pior que os metal�rgicos. Fica dif�cil uma realoca��o. De primeiro momento, estou pensando em alguns bicos”, lamentou.

Jos� Roberto Nogueira da Silva, diretor de organiza��o do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, defende uma negocia��o. “Os trabalhadores entenderam que n�o era o momento de aceitar essa proposta, mas o sindicato est� pronto para negociar qualquer contrapartida que venha resolver o problema. � muito dif�cil fazer esse debate no ch�o de f�brica, os trabalhadores est�o cansados. A empresa tem que fazer um movimento que atenda �s necessidades dela, mas que atenda tamb�m a dos trabalhadores. N�o pode ser uma via de m�o �nica”, declarou.

Na Volkswagem, tamb�m em S�o Bernardo, 2.357 trabalhadores da F�brica Anchieta tiveram hoje (6) seus contratos suspensos por cinco meses, em lay off. “� l�gico que os trabalhadores com contratos suspensos ficam apreensivos. A gente tem conversado muito com eles, que sabem a import�ncia de ter um acordo que os garante dentro da f�brica”. Segundo o sindicato, os funcion�rios t�m um acordo com a empresa que impede demiss�es at� 2019.

Pela medida de lay off, os trabalhadores recebem os sal�rios de forma integral, metade pagos pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e a outra metade pela pr�pria empresa. Al�m desse sistema, de acordo com o sindicato, a Volkswagem encerrou o terceiro turno, que permitia que a f�brica funcionasse no per�odo noturno. Os cerca de 1,8 mil empregados que trabalhavam � noite foram realocados para outros hor�rios.

De acordo com o sindicato, no ano passado, a f�brica produzia 1,4 mil ve�culos por dia, n�mero que caiu para 800 este ano. A F�brica Anchieta emprega 11 mil pessoas, sendo 8 mil apenas na produ��o.

Segundo Jos� Roberto, uma solu��o esperada pelas centrais sindicais � que o governo federal aprove o Programa de Prote��o ao Emprego (PPE). “� uma ferramenta de flexibilidade que n�o suspende o contrato de trabalho e pode reduzir a jornada de trabalho”, explica. O programa seria v�lido para todos os setores da economia, n�o apenas montadoras.

A Ag�ncia Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa da Volkswagen, que informou que n�o comentar� o assunto.


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