(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SOB PRESS�O

Decis�o do governo de manter arrocho e elevar juros a 14,25% era esperada, mas criticada

Com a s�tima alta consecutiva, taxa Selic assume maior percentual em nove anos, desde agosto de 2006, uma semana depois de anunciada a redu��o da meta de super�vit fiscal


postado em 30/07/2015 00:12 / atualizado em 30/07/2015 07:28

Bras�lia – Se a retra��o que o pa�s enfrenta j� assusta, � bom que os brasileiros se preparem para mais dificuldades. O Comit� de Pol�tica Econ�mica (Copom) do Banco Central (BC) elevou, ontem, em 0,5 ponto percentual para 14,25% ao ano a Selic, taxa b�sica de juros do pa�s, que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para as opera��es nos bancos e no com�rcio. Trata-se da s�tima alta seguida e do maior patamar desde agosto de 2006, portanto em nove anos. O Copom sinalizou que n�o pretende promover novos aumentos. O Brasil j� tinha e mant�m a maior taxa de juros do mundo.

A decis�o de elevar a Selic, sem vi�s, foi un�nime entre os integrantes do Copom que participaram da reuni�o. Houve, por�m, uma aus�ncia, a do diretor de Assuntos Internacionais, Tony Volpon, que se absteve, algo in�dito. Em comunicado ao presidente do BC, Alexandre Tombini, ele disse que tomou a decis�o “a fim de evitar poss�veis preju�zos � imagem do Banco Central do Brasil, sendo essa decis�o em car�ter irrevog�vel”.


Declara��es de Volpon foram consideradas antecipa��o de seu voto no Copom. Ontem, o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), disse que Volpon deveria ser demitido caso n�o se explicasse. Ele prestou esclarecimentos � diretoria do BC, que considerou os argumentos convincentes, mas recomendou, em ata, que os membros do Copom “redobrem a natural e reconhecida cautela em suas manifesta��es”.

A segunda parte do encontro dos integrantes do Copom come�ou �s 17h10 e durou at� 20h50, mais do que o habitual. “O Comit� entende que a manuten��o desse patamar da taxa b�sica de juros, por per�odo suficiente prolongado, � necess�ria para a converg�ncia da infla��o para a meta no final de 2016 “, afirmou por meio de nota depois da reuni�o.

Para os analistas de bancos e corretoras, isso significa que essa alta encerra um ciclo e que a taxa ficar� nesse patamar at� come�ar a cair no pr�ximo ano. “N�o h� outra conclus�o poss�vel”, disse o ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman. Havia muito press�o para que mesmo a alta de ontem n�o ocorresse, mas a autoridade monet�ria considerou-se sem alternativas diante do avan�o do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula varia��o de 8,89% em 12 meses at� junho, bem acima do teto da meta, de 4,5% com toler�ncia de dois pontos para cima ou para baixo.

Decis�o esperada, mas criticada

A �ltima eleva��o da Selic ocorreu em junho, quando passou de 13,25% para 13,75%. Para economistas e empres�rios, a decis�o n�o foi surpreendente, ainda que, na avali��o de alguns deles, n�o seja o melhor para o pa�s neste momento. Como j� era esperado, a nova eleva��o desagradou, num cen�rio de economia paralisada, a ind�stria e o com�rcio. O presidente da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado J�nior, critica a medida num momento de neg�cios, empregos e confian�a abalados, al�m da previs�o de queda do Produto Interno Bruto (o PIB, conjunto da produ��o de bens e servi�os do pa�s). “J� passou da hora de parar com os aumentos da Selic”, afirmou em nota divulgada na noite de ontem.

O presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, diz reconhecer a import�ncia de o pa�s conter o avan�o da infla��o, mas considera o instrumento da eleva��o da Selic muito negativo para o com�rcio varejista. “Sabemos que juros mais altos s�o sin�nimos de redu��o de consumo, e o ciclo de eleva��es da Selic, iniciado em outubro de 2014, j� vem surtindo efeitos negativos no varejo da capital mineira”, afirma.

Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, disse que a decis�o est� em linha com o discurso do BC. “Se n�o tomassem essa decis�o, correriam o risco de perder a credibilidade”, afirmou. Segundo Velho, a alta foi refor�ada com a decis�o do governo de reduzir a meta de super�vit fiscal de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,15%, anunciada na semana passada. Recursos poupadas dessa economia para o pagamento dos juros da d�vida p�blica seriam destinados a consumo e investimentos, pressionando a infla��o.

Houve, por�m, rea��es mais fortes. “Nunca vi essa combina��o de recess�o e pol�tica monet�ria agressiva. S� na Gr�cia. A diferen�a � que no caso do Brasil, n�o s�o institui��es externas que est�o obrigando o pa�s a fazer isso. A troica (Banco Central Europeu, Fundo Monet�rio Internacional e Uni�o Europeia) � daqui mesmo”, disse Luiz Gonzaga Belluzzo, professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele critica o aumento da Selic por reduzir a atividade econ�mica e as perspectivas de investimento.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)