Os efeitos do desligamento das usinas t�rmicas mais caras, anunciado na quarta-feira, pelo governo, ter�o impacto nas tarifas apenas no momento do c�lculo dos reajustes anuais das distribuidoras. Ou seja, quem j� teve as contas de luz revisadas este ano s� ter� um desconto, se for o caso, em 2016, aplicado retroativamente.
Isso porque o desligamento de apenas 2 mil MW de energia gerada pelas t�rmicas - mesmo sendo as mais caras do sistema - n�o tem impacto suficiente nas contas do setor para for�ar uma nova revis�o extraordin�ria das tarifas, como a realizada em fevereiro deste ano para cobrir a desist�ncia do Tesouro Nacional em aportar recursos � Conta de Desenvolvimento Energ�tico (CDE), no processo que ficou conhecido como "tarifa�o". A Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) foi encarregada de estudar nos pr�ximos dias o efeito na conta de luz do desligamento das 21 usinas t�rmicas.
Mas um eventual impacto da medida j� poder� vir em setembro, por meio da bandeira tarif�ria. Os mesmos fatores que levaram ao desligamento de 2 mil megawatts de gera��o t�rmica a partir do pr�ximo s�bado contribuem para o barateamento da energia no mercado de curto prazo (PLD), o que pode levar a Aneel a revisar a bandeira vermelha para amarela pela primeira vez desde o in�cio da vig�ncia do regime em janeiro deste ano.
No m�s passado, ao afirmar que a bandeira continuaria vermelha para agosto, o pr�prio diretor-geral do �rg�o regulador, Romeu Rufino, ponderou que as chuvas de julho ainda eram insuficientes para mudar a bandeira para o n�vel intermedi�rio, mas sinalizou que o cen�rio de chuvas e n�vel dos reservat�rios era de melhoria para os meses � frente. A decis�o sobre a bandeira de setembro ocorrer� na �ltima semana de agosto.
Ap�s o an�ncio da decis�o de desligamento das t�rmicas, as autoridades do setor evitaram prever o quanto a economia de R$ 5,5 bilh�es na gera��o de energia mais cara dessas usinas vai resultar em economia tamb�m para o bolso do consumidor.
Para o vice presidente da Associa��o Brasileira dos Investidores em Autoprodu��o de Energia (Abiapi), Cristiano Abijaode, a decis�o de desligar as t�rmicas � importante e j� podia ter sido tomada antes, porque o pre�o da energia hidrel�trica no mercado de curto prazo j� caiu bastante, para patamares mais competitivos que a eletricidade dessas t�rmicas.
"Na verdade, a carga caiu muito em fun��o da recess�o econ�mica e as chuvas no Sul e Sudeste deram um al�vio relevante ao sistema", disse. Segundo ele, o impacto do desligamento nas contas de luz n�o deve ser t�o grande em fun��o da quantidade de t�rmicas que ainda continuam operando. Cerca de 10 mil MW continuam sendo gerados pela fonte t�rmica no Pa�s. "Haver� algum efeito nos encargos, mas essa decis�o (sobre tarifa) depende dos c�lculos da Aneel", disse. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.