
Depois do leil�o do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a estatal voltou seus olhares para BH. Subutilizado na gest�o tucana do governo estadual, o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, nome de batismo do terminal da Pampulha, � apoiado pelo governador petista Fernando Pimentel, que � favor�vel ao uso do espa�o para facilitar as idas e vindas de empres�rios ao estado.
Nos bastidores, as companhias a�reas Gol e Azul travam disputa pela ocupa��o da Pampulha. Em um primeiro lance, a Azul transferiu para a Pampulha opera��es rumo a outras capitais que eram feitas a partir de Confins e os voos regionais foram transferidos para o aeroporto internacional. No contra-ataque, a Gol pediu � Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) licen�a para operar com Boengs 737 rumo a cinco capitais (Rio de Janeiro, S�o Paulo, Bras�lia, Vit�ria e Salvador). O pedido foi negado. Em nova ofensiva, a Azul agora tenta voar em dire��o � Pampulha com seus Embraer 190, com capacidade para 118 passageiros , com op��es para Vit�ria, Campinas e Rio de Janeiro.
Os pedidos de ambas as empresas, por enquanto, est�o vetados, mas nova defini��o pode vir com a concretiza��o do estudo da Infraero. Em rela��o � seguran�a operacional, as companhias garantem ser poss�vel operar sem riscos. Uma possibilidade citada pelo diretor da estatal � a limita��o de pousos e decolagens em certos per�odos para permitir o vaiv�m de passageiros no terminal.
Ele exemplifica situa��es em que a restri��o valeria. Ao longo de 15 minutos, apenas uma aeronave poderia descer na Pampulha (o tempo e o n�mero de aeronaves s�o hipot�ticos). Nesse caso, seria uma aeronave de grande porte. “Pelo modelo aplicado no momento, se eu coloco 180 passageiros, eu substituo tr�s ATRs (avi�es usados em voos regionais)”, afirma Goulart. Em qualquer caso, ser� preciso calcular quantos banheiros, esteiras e outros equipamentos envolvidos no embarque e desembarque s�o necess�rios para a opera��o de aeronaves maiores.
A estatal deve fazer “adequa��es internas” principalmente no terminal de passageiros. Obras para amplia��o da �rea constru�da, por enquanto, n�o est�o em quest�o. A Pampulha tem, atualmente, capacidade para 2,2 milh�es de passageiros por ano. No ano passado, foram 945 mil embarques e desembarques, o que garante folga operacional para aumentar o n�mero de voos.
Al�m da discuss�o com �rg�os ambientais, a Infraero deve enfrentar a resist�ncia de moradores do entorno da Pampulha. Em audi�ncia p�blica na Assembleia Legislativa para discutir a transfer�ncia de voos da Azul e o pedido da Gol para operar no terminal, associa��es de bairros criticaram o poss�vel aumento de fluxo no aeroporto.
CASA MODESTA
Perfil do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade
» Oito posi��es para estacionamento de aeronaves
» �rea de 4,62 mil metros quadrados do terminal de passageiros
» Capacidade operacional para atender 2,2 milh�es de passageiros por ano
» 256 vagas de estacionamento de ve�culos
» 2,54 mil metros de extens�o da pista de pouso
Projeto para novos hangares
Nova mudan�a na Pampulha deve ocorrer com a transfer�ncia do Centro de Instru��o e Adapta��o da Aeron�utica (Ciaar) para Lagoa Santa. O espa�o de 258 mil metros quadrados permitir� a constru��o de uma taxiway, al�m de obras para ampliar a capacidade operacional do terminal, seja com aumento da �rea para passageiros ou de infraestrutura aeroportu�ria. Novos hangares devem ser constru�dos para dinamizar a avia��o executiva.
A sa�da da base militar depende, ainda, da finaliza��o das obras no munic�pio vizinho. Depois disso, uma possibilidade vi�vel � a transfer�ncia do setor administrativo da estatal para o espa�o ocupado pelos militares. Isso permitiria que o setor destinado aos passageiros fosse expandido.
Sobre a proposta da Prefeitura de Belo Horizonte de desativar o aeroporto do Carlos Prates, transferindo, assim, as opera��es de avia��o geral para a Pampulha, a Infraero descarta a possibilidade. O prefeito de BH, Marcio Lacerda, apresentou proposta para encerrar as atividades do Carlos Prates. O terreno seria negociado com imobili�rias para a reconfigura��o do bairro e o valor arrecadado, destinado a obras no Carlos Drummond de Andrade. “O aumento do tr�fego de opera��es menores pode impactar de forma negativa”, avalia Mar�al Goulart, da Infraero. (PRF)