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Estado de Minas

Ind�stria carregar� custo mais elevado de energia por anos, alerta Abrace


postado em 12/08/2015 14:19 / atualizado em 12/08/2015 14:29

A tend�ncia de queda no pre�o da energia em novos contratos de longo prazo trar� al�vio futuro �s grandes ind�strias, mas n�o anula no curto ou m�dio prazos a press�o de custos dos �ltimos anos. De acordo com o presidente da Associa��o Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, as empresas que est�o no mercado livre, grandes consumidores atendidos a partir de contratos, e n�o via distribuidoras, devem carregar por anos as condi��es menos favor�veis de acordos assinados principalmente em 2014.

A situa��o adversa aos consumidores livres teve origem na crescente preocupa��o quanto a um poss�vel racionamento. Naquele momento, geradores de energia elevaram os pre�os de contratos de fornecimento, sobretudo para o curto prazo (2015). Os clientes, preocupados em evitar um desabastecimento ou o risco de serem obrigados a comprar energia ainda mais cara no mercado spot, aceitaram as condi��es. Um segundo movimento liderado pelos fornecedores de energia condicionava a oferta de um pre�o menos elevado a contratos mais extensos.


"As empresas que renovaram os contratos contaminaram suas carteiras com valores mais altos. O consumidor, com isso, travou o risco, deixou de pagar o mico (dos pre�os mais elevados em 2015), mas ter� de lidar com o novo custo dos contratos no longo prazo", sintetiza Pedrosa.

Uma ind�stria qu�mica, cujo nome n�o foi revelado pela Abrace, foi uma das empresas a enfrentar essa situa��o em 2014. Para fugir de um contrato de curto prazo com pre�o na casa de R$ 450/MWh � �poca, a empresa aceitou assinar um contrato flat de cinco anos, segundo a entidade. Embora os pre�os fossem inferiores aos R$ 450/MWh, o que garantiria menor press�o de curto prazo nos custos de produ��o, os valores do acordo com validade at� 2019 foram estabelecidos em patamares superiores aos pre�os praticados em acordos antigos.

A Tractebel, maior geradora privada do Pa�s e principal fornecedora de energia ao mercado livre, foi uma das beneficiadas. O pre�o m�dio de venda de energia da geradora no primeiro semestre deste ano ficou em R$ 168,7/MWh, contra R$ 146,4/MWh do mesmo per�odo de 2014. Houve, portanto, um aumento de 15,3% em apenas um ano no pre�o m�dio do balan�o de energia da companhia, o qual considera os valores praticados em contratos no mercado livre, mas tamb�m o valor da energia vendida em leil�es.

"Essa onda de pre�os altos vai contaminar a competitividade da ind�stria por algum tempo. A energia hoje est� menos cara do que se eu quisesse contratar dois anos atr�s, mas isso n�o significa que temos como substituir todos os contratos neste momento", alerta o presidente da Abrace. Desde o in�cio deste ano, o valor m�dio de contratos v�lidos entre 2016 e 2019 j� caiu mais de 20%, segundo dados da empresa de informa��o e an�lise de risco Dcide.

Competitividade

A Abrace destaca que o custo unit�rio da energia para a ind�stria cresceu em m�dia 10,3% ao ano, contra uma infla��o m�dia de 6,5% ao ano. O per�odo analisado foi de 2000 a 2012, anterior, portanto, � redu��o de tarifas proposta pelo governo federal, no final daquele ano. Os n�meros, por outro lado, tamb�m n�o consideram a disparada dos pre�os em 2014.

"Isso significa que, se falarmos de um contrato com energia a R$ 200/MWh, tratamos de um contrato car�ssimo para um grande consumidor industrial que tem de 40% a 50% do custo da produ��o associada � energia", analisa a coordenadora de Energia da Abrace, Camila Schoti.

Mas o custo mais elevado da energia, pondera Pedrosa, n�o est� associado apenas aos contratos renovados durante um per�odo desfavor�vel aos consumidores. Mudan�as promovidas pelo governo federal desde o in�cio do ano tamb�m afetaram os consumidores de energia, sejam eles os clientes do mercado cativo (atendidas pelas distribuidoras), do mercado livre (acordos de longo prazo) ou ambos.

Desde janeiro o governo j� adotou o sistema de bandeiras tarif�rias, o qual aumenta o pre�o das tarifas sempre que o custo de gera��o de energia est� mais elevado, e aprovou o reajuste tarif�rio extraordin�rio (RTE) para quase todas as distribuidoras do Pa�s.

Aos grandes consumidores, pesou a decis�o federal de interromper o aporte de recursos ao setor el�trico. Essa medida ocorreu justamente em um momento no qual o governo deveria assumir despesas associadas ao fornecimento especial para a baixa renda, entre outros gastos. A medida foi alvo de cr�tica pela Abrace, que ingressou na Justi�a com um pedido de liminar contra o pagamento da Conta de Desenvolvimento Energ�tico (CDE), conta que incorporou tais despesas.

"A ess�ncia da liminar � mostrar que os custos que n�o eram da ind�stria, e deveriam ir para o Tesouro, foram repassados para n�s", diz Pedrosa. De acordo com o executivo, o custo da CDE poderia vir a representar, em um prazo de 12 meses, o equivalente a at� 200% do resultado obtido por empresas em 2014.


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