O emprego industrial teve o pior semestre desde dezembro de 2000, in�cio da s�rie hist�rica da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A constata��o vale tanto para a vari�vel de pessoal ocupado assalariado quanto para a de total de horas pagas, que acumularam queda de 5,2% e 5,8% de janeiro a junho.
A pesquisa do IBGE tamb�m revela que a quantidade de pessoas empregadas em junho ficou 12,8% abaixo do pico hist�rico, registrado em julho de 2008.
"O cen�rio do mercado de trabalho permanece no campo negativo h� algum tempo e com a magnitude das perdas se intensificando m�s a m�s. Isso n�o pode ser dissociado da trajet�ria descendente da produ��o industrial brasileira desde outubro de 2013", diz o gerente da coordena��o de ind�stria do IBGE, Andr� Macedo.
Desde outubro de 2013 a produ��o industrial teve redu��o de 10,2%. Nesse mesmo per�odo, o total do pessoal ocupado e do n�mero de horas pagas tamb�m mostraram perdas: de -8,3% e de -8,8%, respectivamente. Para o t�cnico a queda acumulada de 6,3% da produ��o na ind�stria de janeiro a junho de 2015 sinaliza que n�o deve haver uma mudan�a significativa nesse quadro. O cen�rio, lembra, ainda � desfavor�vel com baixo n�vel de confian�a do empresariado e das fam�lias, infla��o pressionando a renda e a demanda dom�stica, al�m do aperto no cr�dito.
Tanto na compara��o contra o m�s de junho do ano passado, quanto no �ndice acumulado dos seis primeiros meses do ano as taxas negativas foram disseminadas pelos dezoito setores da ind�stria investigados pelo IBGE. No primeiro semestre as contribui��es negativas mais relevantes vieram de meios de transporte (-9,9%), m�quinas e aparelhos eletroeletr�nicos e de comunica��es (-12,5%), produtos de metal (-10,2%), alimentos e bebidas (-2,2%), m�quinas e equipamentos (-6,4%), outros produtos da ind�stria de transforma��o (-8,7%), vestu�rio (-5,4%), cal�ados e couro (-7,5%), metalurgia b�sica (-6,5%), papel e gr�fica (-3,3%), refino de petr�leo e produ��o de �lcool (-6,3%), ind�strias extrativas (-4,6%) e produtos t�xteis (-2,9%).
Apesar do perfil disseminado de perdas, Macedo destaca que a queda mais importante do mercado de trabalho est� concentrada na ind�stria automobil�stica. De acordo com Macedo, o emprego no segmento meios de transporte (quem t�m a ind�stria automotiva como carro-chefe, al�m de motocicletas e ind�stria naval) apresentou queda pelo 19º m�s consecutivo, tendo os �ltimos quatro meses registrado taxas negativas de dois d�gitos. No acumulado do ano a queda � de 9,9%.
Com perda do ritmo de produ��o, mas n�veis ainda elevados de estoques, o setor automotivo vem promovendo f�rias coletivas, ado��o do lay-off (suspens�o dos contratos de trabalho) e demiss�es. Na tentativa de conter os cortes o governo orientou os bancos p�blicos a liberar cr�dito mais barato a empresas que se comprometerem a n�o demitir. Ontem a Caixa Econ�mica Federal anunciou que vai liberar cerca de R$ 5 bilh�es at� o fim de 2015 para os fornecedores das montadoras. Hoje o Banco do Brasil anunciou libera��o de R$ 3,1 bilh�o para o setor.
Em junho o n�vel de pessoal ocupado caiu 1% ante maio, atingindo mais uma vez o menor n�vel da s�rie hist�rica do IBGE. � exce��o de dezembro de 2014, esse piso vem se renovando m�s a m�s desde novembro do ano passado. Nos �ltimos 15 meses foram 14 resultados negativos para o n�vel de emprego industrial no Pa�s.