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Estado de Minas

N�mero de empresas fechadas aumenta 68%

De janeiro a agosto, 17 mil firmas deram baixa na Junta Comercial de Minas, contra 10,2 mil no auge da turbul�ncia financeira, em 2009. Infla��o e juros altos s�o fatais


postado em 05/09/2015 06:00 / atualizado em 05/09/2015 07:35

Lojas desativadas em Belo Horizonte. Comércio é um dos segmentos mais afetados pela retração da economia brasileira neste ano(foto: Álvaro Duarte/EM/DA Press)
Lojas desativadas em Belo Horizonte. Com�rcio � um dos segmentos mais afetados pela retra��o da economia brasileira neste ano (foto: �lvaro Duarte/EM/DA Press)

Aumenta em Minas Gerais a quantidade de empresas que, sem sa�da para a crise financeira do Brasil, fecham suas portas. At� agosto deste ano, no estado, 17 mil firmas encerraram suas atividades na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), uma m�dia de 2 mil por m�s. Em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado, o fechamento foi 23% maior, j� que, de janeiro a agosto de 2014, foram 13.945, que “abandonaram o barco”. O percentual � ainda mais assustador quando comparado com 2009, ano em que o pa�s sofria os efeitos da turbul�ncia financeira mundial. Na �poca, foram fechadas 10,2 mil firmas. Em seis anos, esse n�mero aumentou em 68%.

O salto cada vez mais largo no n�mero de empreendimentos morrendo em Minas � visto com cautela e preocupa��o por entidades do estado. Isso porque, apesar de serem muitos os fatores que levam um empres�rio a encerrar suas atividades, o percentual de 23% do mesmo per�odo de 2014 e de 2015 chama a aten��o no momento em que a economia n�o caminha bem no pa�s. “O n�mero � alto e pode siginificar, sim, o reflexo da crise brasileira. Tanto aqueles empreendedores sem experi�ncia quanto os que conhecem do mercado acabam, neste momento de retra��o econ�mica, n�o conseguindo sobreviver”, comenta o economista da Federa��o do Com�rcio de Minas Gerais (Fecom�rcio), Guilherme Almeida.

Ele aponta que, al�m da infla��o, que j� chega a 9,56% no acumulado dos �ltimos 12 meses, h� outros indicadores que derrubam a sobreviv�ncia de algumas firmas, como � o caso do aumento dos custos. “Este ano, o consumidor perdeu seu poder de compra, assim ele vem consumindo cada vez menos. Com isso, impacta no volume das vendas, e, ainda, o empres�rio tem o aumento nos custos, como vem ocorrendo com os valores da conta de luz. Ou seja, seus gastos aumentam e a sua receita diminui”, explica Almeida, observando ainda que, quanto mais se distancia dos anos anteriores, maior � o baque na percep��o no n�mero de empresas que fecham as portas. “Em 2009, por exemplo, havia o incentivo ao consumo e um momento econ�mico melhor. Este ano, h� justamente o contr�rio”, observa.

O economista ainda destaca que, nesses casos de fechamento de empreendimentos, um dos setores mais afetados � o com�rcio, que apesar de empregar mais e de ter o maior n�mero de entrada de empresas, � o ramo que mais sente a retra��o econ�mica. “Ele trabalha com o consumidor final, por isso, o impacto para ele � maior”, avalia.

Quando h� a compara��o com o ano de 2009, o analista da Unidade de Atendimento do Sebrae Minas Aroldo Santos Ara�jo destaca que o cen�rio era outro bem diferente do vivenciado em 2014 e, agora, em 2015. Uma das justificativas para o avan�o na mortandade de neg�cios registrados na Jucemg �, segundo ele, a Lei Complementar 147, deste ano, que permitiu o registro de fechamento das empresas com d�vidas. Por�m, esse percentual de empres�rios endividados que encerram as atividades oficialmente na Jucemg, ainda n�o foi mensurado pelas entidades competentes. E, apesar da lei, Aroldo n�o descarta o efeito da situa��o econ�mica brasileira neste cen�rio de fechamento dos empreendimentos.

“As empresas mais fr�geis que n�o estavam preparadas para essa estagna��o da economia encerraram suas atividades. Para aquela que n�o tinha uma clareza financeira, um foco e uma adapta��o ao novo cen�rio econ�mico, qualquer queda de 20% na receita a tira do mercado”, diz Ara�jo, acrescentando ainda que, neste momento, � preciso que os empres�rios que queriam sobreviver se adaptem �s novas realidades. “No passado, por exemplo, as pessoas consumiam por impulso e pela facilidade do cr�dito. Hoje, essa estrutura de consumo mudou. Existe o fator medo, o que faz com que os consumidores n�o queiram se endividar. Por isso, o empres�rio tem que apontar a seus clientes solu��es de curto espa�o de tempo”.

ABERTURA Quando se observa o n�mero de empresas abertas em Minas nos �ltimos seis anos, a quantidade tamb�m vem diminuindo. Em 2009, por exemplo, foram 65 mil e, at� agora, s�o 29 mil que entraram no mercado. A discrep�ncia, na avalia��o da diretora de registro empresarial da Jucemg, Ligia Xenes, se deve � cria��o, em junho de 2009, do Microempreendedor Individual (MEI). “Houve, na �poca, uma procura grande de pessoas registrando seus neg�cios, por�m, a Jucemg fazia esse registro at� meados de 2012, quando os micro-empreendedores passaram a fazer o registro no portal do empreendedor e, talvez, isso justifique a queda t�o grande no n�mero de empresas abertas”, explica. Xenes diz ainda que, a partir daquele ano de 2012, a Jucemg passou a registrar as micros, pequenas, m�dias e grandes empresas, com faturamento acima de R$ 60 mil.

Por�m, quando � levado em considera��o o n�mero de empresas abertas desde 2012, a quantidade tamb�m vem diminuindo, o que, Xenes n�o explica. Para os encerramentos de atividade, ela reconhece a crise econ�mica, mas chama a aten��o para a qualifica��o dos empres�rios, o que, para ela, � “fundamental para a sobreviv�ncia dos neg�cios”.


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