O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta ter�a-feira, que a infla��o acumulada em 12 meses est� atingindo seu pico neste trimestre e deve permanecer elevada at� o final de 2015. Ele ponderou, no entanto, que essa trajet�ria da infla��o requer determina��o e perseveran�a para impedir sua transmiss�o para prazos mais longos. Garantiu ainda que a "pol�tica monet�ria pode, deve e est� contendo os efeitos de segunda ordem decorrentes desses ajustes de pre�os". Tombini participa de audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado.
Ele ainda garantiu aos parlamentares que o BC e a pol�tica monet�ria est�o na "dire��o correta". Relatou que, no in�cio do ano, as medianas das expectativas para a infla��o no per�odo de 2017 a 2019 encontravam-se muito acima do n�vel de 4,5% ao ano e, atualmente, � poss�vel observar converg�ncia das expectativas para esse patamar em todo esse intervalo. Apesar disso, as expectativas no boletim Focus mostram que o IPCA para 2017, por exemplo, subiu de 4,48% (abaixo do centro da meta) para 4,80%.
Para 2016, Tombini voltou a afirmar que a mediana das expectativas recuou. "Os n�meros da infla��o impactados pelo realinhamento de pre�os relativos ceder�o lugar a valores que refletir�o melhor o estado corrente das condi��es monet�rias, levando a forte queda na infla��o anual j� nos primeiros meses", observou. Ele argumentou que no in�cio de 2016, os efeitos da alta da energia el�trica n�o se far�o mais presentes no IPCA, o que deve dar algum al�vio para o indicador.
A fala de Tombini tamb�m sugere que o BC colocou na conta para o cen�rio de infla��o do pr�ximo ano a recess�o econ�mica, que deve gerar impactos de conten��o de pre�os. "O processo de ajuste macroecon�mico em curso, intensificado eventos n�o econ�micos, contribuir� para uma din�mica mais favor�vel da infla��o", disse. "Nesse contexto, a manuten��o do atual patamar da taxa b�sica de juros, por per�odo suficientemente prolongado, � condi��o necess�ria para a converg�ncia da infla��o para a meta no final de 2016", emendou.
Percep��o dos agentes
Tombini defendeu que os ajustes em curso s�o fundamentais para estabelecer bases s�lidas para a retomada sustent�vel do crescimento. Segundo ele, quando a infla��o arrefecer e houver estabilidade macroecon�mica, a percep��o dos agentes mudar�.
Ele argumentou ainda que no curso desses ajustes, a contribui��o do Banco Central do Brasil se d� n�o somente pela condu��o da pol�tica monet�ria, mas tamb�m por sua a��o para assegurar a solidez e a efici�ncia do Sistema Financeiro Nacional. "O sistema continua bem capitalizado e l�quido, com baixos �ndices de inadimpl�ncia relativamente baixos e composto por institui��es bem provisionadas e pouco dependentes de recursos externos", disse. Segundo ele, numa an�lise prospectiva, a solidez do sistema financeiro ser� um fator que contribuir� para a recupera��o de n�veis sustent�veis de crescimento � frente.
Vulnerabilidade do c�mbio
Tombini afirmou que nenhuma ag�ncia de classifica��o de risco aponta vulnerabilidade do c�mbio no Brasil e defendeu as pol�ticas antic�clicas adotadas pelo governo. "Outros pa�ses do G20 tamb�m adotaram pol�tica antic�clica", disse.
Ainda de acordo com ele, a taxa de c�mbio do Brasil � flutuante e, ao longo do tempo, acumula reservas. Para Tombini, o mercado de derivados no Brasil � robusto e transparente. Ele relembrou que o setor p�blico brasileiro tem desde 2007 posi��o credora l�quida em moeda estrangeira.
Swap cambial
Ap�s diversos questionamentos por parte dos parlamentares sobre os leil�es de contrato de swap cambial, o presidente do Banco Central disse: "Swap n�o � fragilidade, � instrumento que temos." Ao justificar a decis�o do BC sobre os leil�es, Tombini afirmou que "descontados custos de swaps e carregamento das reservas, tivemos lucro".
O ministro ressaltou que o governo lan�ou o programa de swap para prover previsibilidade ao mercado financeiro. "Para o BC, faz sentido ter parte das reservas protegida na dire��o contr�ria."
Respondendo a perguntas dos senadores, Tombini informou que 80% de swap vai para setor privado n�o financeiro e agentes internacionais. "Imagina essa varia��o (do d�lar desde ent�o) sem essa prote��o (de swap)", afirmou, referindo-se ao ano de 2013, quando o BC passou a ofertar os contratos. Para ele, de nada adianta o BC estar sentado em US$ 370 bilh�es e setor n�o financeiro sem prote��o.
Ao ser questionado sobre a taxa de c�mbio, Tombini afirmou que o "Banco Central nunca falou que equa��o financeira fica mais favor�vel com alta de d�lar".