O Bradesco divulgou nesta ter�a-feira, relat�rio no qual diz que, mesmo tendo em vista que 2016 deve ser mais um ano dif�cil em termos de crescimento econ�mico, a proje��o � de que o Investimento Direto no Pa�s (IDP) n�o recue muito. Para o banco, a queda no apetite dos investidores estrangeiros por investimentos produtivos no Brasil tem sido surpreendentemente moderada. Este ano, a estimativa da institui��o � que o IDP fique entre US$ 55 bilh�es e US$ 60 bilh�es, mais ou menos o mesmo n�vel anual observado desde 2012.
Entre os poss�veis motivos para esse desempenho melhor do que o esperado, o Bradesco cita que as companhias brasileiras podem ter ficado mais "baratas" para os estrangeiros, em fun��o da alta do d�lar e tamb�m da queda das a��es na bolsa. Al�m disso, apesar dos grandes desafios no curto prazo, o Brasil ainda tem um grande mercado consumidor, com perspectivas de m�dio e longo prazo razo�veis. O banco tamb�m aponta que as vantagens comparativas no setor de commodities, sobretudo as agr�colas, ainda s�o relevantes. O Bradesco diz ainda que o Brasil tem institui��es fortes que garantem os investimentos de longo prazo.
O estudo aponta tamb�m que quase 80% das transa��es para participa��o em capital este ano foram de at� US$ 500 milh�es, com as grandes opera��es (superiores a US$ 1 bilh�o) representando apenas 14% do total. Isso significa que os n�meros n�o est�o sendo distorcidos por uma ou outra grande opera��o. "N�s acreditamos que, devido aos fatores citados acima, a queda no IDP em 2016 ser� novamente modesta e esses fluxos devem ser relativamente preservados", diz o texto.
Discrep�ncia
Em seu relat�rio, o Bradesco aponta tamb�m uma discrep�ncia entre o novo IDP e o antigo Investimento Estrangeiro Direto (IED) que � explicada basicamente pela queda nas emiss�es de d�vida de subsidi�rias de companhias brasileiras no exterior.
Segundo o estudo, na nova metodologia o IDP acumula queda de 36% entre janeiro e agosto, enquanto no c�lculo antigo (quando o indicador era chamado de IED) essa retra��o � bem menor, de 12%. Isso se deve principalmente �s emiss�es externas, j� que as transa��es intercompanhia ca�ram 53%, e � queda nos lucros reinvestidos (-40%), que passaram a entrar na conta do IDP.
Para o Bradesco, a nova metodologia do FMI (conhecida pela sigla BPM6), no que se refere aos empr�stimos intercompanhia, � um retrocesso, at� porque a Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Com�rcio e Desenvolvimento (Unctad) usa a metodologia antiga (BPM 5) para comparar os pa�ses. Tanto que o Brasil subiu no ranking da Unctad dos maiores receptores de IDP da s�tima para a sexta posi��o em 2014, com 5,1% dos fluxos globais. "N�s tamb�m acreditamos que o conceito cl�ssico mede melhor a predisposi��o dos investidores estrangeiros de realizar investimentos produtivos no pa�s", diz o relat�rio assinado pela economista Andr�a Bastos Damico.