O diretor executivo do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Otaviano Canuto, comentou nesta quarta-feira, que acredita ser "pr�xima de zero a probabilidade" de sa�da do ministro Joaquim Levy da Fazenda. "Ele n�o est� fazendo um trabalho tempor�rio. N�o acredito nisso", ponderou.
Canuto ressaltou que � "muito dif�cil" o trabalho do ministro da Fazenda num contexto de economia em recess�o e com necessidade de realizar ajuste fiscal. Ele destacou que, mesmo que por hip�tese ocorresse uma mudan�a de governo com substitui��o de Levy, seu eventual sucessor "ter� que assumir o mesmo caro�o (nas contas p�blicas) que est� a�."
Para o diretor executivo do FMI, "no curto prazo, ou veremos deteriora��o fiscal ou teremos que aceitar alta da carga tribut�ria." Segundo ele, o ajuste das contas federais precisar� de alta de impostos, pois h� um quadro de piora dos resultados do setor p�blico consolidado e retra��o da economia muito acima do esperado, o que afeta as receitas do governo.
"Ningu�m esperava que o ponto de partida fiscal fosse t�o ruim no in�cio deste ano", disse, referindo-se ao d�ficit prim�rio de 0,6% do PIB em 2014. "Tamb�m n�o vi ningu�m no come�o do ano estimar uma recess�o com queda do PIB de 3% para este ano, com uma redu��o da arrecada��o tribut�ria proporcional a esta queda do Produto Interno Bruto."
Para Canuto, a CPMF �, entre todos os tributos, o menos pior para colaborar com o governo para viabilizar o ajuste fiscal para o pr�ximo ano. "N�o me parece que h� alternativa menos ruim que a CPMF", disse.
Canuto afirmou tamb�m que n�o acredita que a presidente Dilma Rousseff voltar� a adotar "pol�ticas populistas" na �rea fiscal, que foram implementadas no primeiro mandato. Entre elas, a eleva��o dos gastos p�blicos com apoio de aumento de libera��o de recursos para financiamentos de bancos oficiais. "N�o vejo probabilidade elevada de volta desses experimentos no Brasil", disse.
De acordo com ele, h� "rea��es expl�citas da presidente Dilma Rousseff" de apoio � atual pol�tica econ�mica de Levy, especialmente depois do "envio desastroso de proposta do Or�amento negativo (de 2016) ao Congresso". Tal fato foi um dos principais elementos que levaram a Standard & Poor's a retirar o grau de investimento do Pa�s. "Mesmo na hip�tese de n�o ocorrer impeachment, n�o vejo que (o governo) v� retornar �s pol�ticas populistas do primeiro mandato."