Considerada a economia mais fechada do Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul) e tamb�m do G20 (grupo formado pelos pa�ses desenvolvidos e principais emergentes), o Brasil segue com altas tarifas de importa��o e nem o rev�s que elevou o c�mbio, favorecendo as exporta��es, deve aliviar a queda no fluxo do com�rcio exterior em 2015. Estudo divulgado recentemente pela C�mara do Com�rcio Internacional (CCI), mostra que a abertura do pa�s para o mundo est� atrasada, e � mais um obst�culo para a retomada do crescimento.
Avaliando pontos como a abertura e pol�tica comercial, abertura ao investimento estrangeiro e infraestrutura para o com�rcio, o Brasil ocupa a 70ª posi��o entre 75 na��es. “O resultado revela o atraso do pa�s para abrir sua economia, o que se torna um obst�culo para o crescimento”, observa Julian Kassum, diretor-executivo da CC.I Para ele, a conscientiza��o de que � preciso facilitar o com�rcio entre as na��es � importante para melhorar os resultados do pa�s.
Especialistas criticam a aus�ncia de pol�tica clara para o com�rcio exterior. Os acordos de livre-com�rcio, que s�o importantes para alavancar o fluxo de neg�cios internacionais principalmente em �pocas de crise no mercado interno, est�o estagnados na opini�o do presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), Jos� Augusto de Castro. “H� 13 anos, o pa�s aguarda por um acordo com a Uni�o Europeia”, diz o executivo. “A pol�tica de com�rcio exterior deve ser um projeto de estado, e n�o uma ideologia”, critica.
As tarifas de importa��o no Brasil podem chegar a 35% do PIB enquanto em pa�ses como os Estados Unidos os mesmos percentuais oscilam entre 1,5% e 3,5%. Este ano, a participa��o do com�rcio exterior no PIB deve encolher frente aos atuais 10%. A AEB estima queda no fluxo de com�rcio em 2015 de 25% nas importa��es e entre 16% e 18% nas exporta��es. A participa��o do pa�s nas exporta��es mundiais deve encolher de 1,4% para 0,98% este ano.
“A redu��o de tarifas pode tornar o mercado mais competitivo, no entanto, a sinaliza��o do governo no momento � para aumento de tributos”, diz Castro. Segundo o executivo, os acordos bilaterais que impulsionam o com�rcio internacional reduzem tarifas e podem dar f�lego � economia, principalmente em momentos de enfraquecimento do mercado interno, mas o Brasil, por enquanto, tem quatro acordos em vigor, com Palestina, Israel, Egito e �frica do Sul.
O estudo da UHY aponta a carga tribut�ria como um dos fatores que retiram a competitividade dos emergentes. Os impostos de importa��o equivalem a uma m�dia de 0,81% do Produto Interno Bruto (PIB) desses pa�ses, enquanto a m�dia global � de 0,47%. Os pa�ses que fazem parte do Acordo Norte-Americano de Livre-Com�rcio (NAFTA), Estados Unidos, Canad� e M�xico, arrecadam, em m�dia, 0,2% do seu PIB em receitas aduaneiras. Em momentos de crise, a baixa participa��o do pa�s no mercado internacional fica ainda mais evidente e n�o ajuda a aliviar o baixo desempenho da atividade econ�mica.
Protecionismo
Pedro Paulo Pettersen, vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-MG), explica que as maiores economias do mundo foram protecionistas at� fortalecer a competitividade de suas ind�strias. Pa�ses como os Estados Unidos, de grande dimens�o, continuam a ser protecionistas em alguns setores, como na agricultura. “Geralmente, os pa�ses s�o mais protecionistas com a ind�stria que tem menor competitividade. O protecionismo � que produziu a for�a de muitos pa�ses que s�o hoje desenvolvidos.”
A pol�tica brasileira que resulta em uma economia fechada � resultado de uma trajet�ria iniciada na d�cada de 50. As medidas de prote��o de um pa�s a sua ind�stria s�o importantes, mas tamb�m perigosas. “Uma pol�tica protecionista deve ter um cronograma e metas a serem alcan�adas, porque pode-se elevar muito os custos sociais. � preciso ter um projeto claro de pa�s e de desenvolvimento, n�o d� para obrigar a popula��o a pagar mais caro por um produto para justificar graus de prote��o. O protecionismo tamb�m n�o pode ser uma forma de esconder a aus�ncia da capacidade inovadora. Deve ter um tempo limitado para o amadurecimento”, explica Pedro Paulo.
Diego Moreira, diretor-executivo da UHY Moreira Auditores, bra�o da UHY no Brasil, diz que o pa�s cria salvaguardas que limitam sua atratividade. “Muitas vezes, � t�o caro produzir aqui, que � mais vantajoso para as empresas trazer o produto pronto”, compara.
Ranking
Com�rcio internacional
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Entre os mais ricos
As economias mais abertas
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Entre os Brics
50º �frica do Sul
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70º Brasil