S�o Paulo, 27 - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta ter�a-feira, durante evento da Sobeet em S�o Paulo, que o BNDES pode devolver ao Tesouro recursos do Programa de Sustenta��o do Investimento (PSI). Na semana passada, o Conselho Monet�rio Nacional (CMN) aprovou uma redu��o de R$ 50 bilh�es para R$ 19,5 bilh�es nessa linha. "Ficou evidente que havia espa�o para reduzir aquilo que foi mandado para o programa do BNDES no final do ano passado. Aquilo obviamente tem um �nus para a d�vida p�blica e pode se considerar se h� conveni�ncia de eventualmente esses recursos poderem voltar ao Tesouro", afirmou.
Questionado se esse dinheiro ser� usado para quitar as chamadas "pedaladas fiscais", Levy foi evasivo. "Se houver a possibilidade de o Tesouro diminuir sua exposi��o � d�vida p�blica, esse � um momento de fortalecimento fiscal, ent�o � uma coisa a ser considerada."
Pressionado pela imprensa, Levy disse que n�o se trata de pagar pedaladas, mas admitiu que "h� atrasos de pagamentos para algumas institui��es financeiras que n�s vamos regularizar, dentro de um cronograma a ser decidido". "O dinheiro � do Tesouro. Pode ser que haja conveni�ncia de se diminuir a d�vida p�blica", acrescentou, irritado.
Reequil�brio
Levy disse tamb�m que o Brasil est� passando por um momento de reequil�brio da economia e o que tem que se esperar pela frente � uma economia que cres�a de forma sustent�vel e que gere empregos.
"Passamos de uma fase de pol�ticas p�blicas redistributivas para uma de pol�tica de trabalho para as pessoas. Mesmo o Bolsa Fam�lia tem que ter uma porta de sa�da", disse, acrescentando que esta porta de sa�da � o crescimento sustent�vel com gera��o de empregos e qualifica��o. E isso, disse ele, depende de investimentos em educa��o.
"Para isso precisamos apontar a trajet�ria e criar os mecanismos. Temos que garantir a estabilidade fiscal, porque sem isso perderemos a oportunidade do ajuste do c�mbio", disse. Levy contou que as pessoas do exterior t�m d�vidas quanto ao curto prazo, mas est�o interessadas em saber sobre o longo prazo. "Por isso � fundamental a sinaliza��o do Or�amento de 2016", repetiu o ministro. "A economia volta a crescer se forem aprovadas medidas fiscais de curto prazo e resolvida a quest�o do or�amento de 2016", disse Levy.
Investimento direto
O ministro disse ainda que o Brasil tem papel fundamental na atra��o de investimentos no mundo e continua sendo um dos destinos preferidos dos investidores. De acordo com ele, o investimento direto no Brasil no acumulado dos �ltimos 12 meses somou US$ 72 bilh�es, quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele destacou que tais investimentos t�m sido feitos em setores diversificados.
Segundo Levy, em contrapartida, empres�rios brasileiros t�m feito investimentos em outros pa�ses e est�o presentes em 94 na��es. "Tenho participado de muitos eventos l� fora organizados por bancos brasileiros, o que quase n�o se via h� pouco tempo", disse.
O ministro destacou tamb�m que a mudan�a na din�mica de pre�os de mat�rias-primas tem alterado o destino do investimento estrangeiro. Ele citou como exemplo a queda dos investimentos no setor de petr�leo e g�s, que tirou cerca de 2 pontos porcentuais do PIB.