Bras�lia - Enquanto a presidente Dilma Rousseff roda o pa�s para inaugurar novas unidades do Minha Casa Minha Vida (MCMV), o governo tem enfrentado dificuldades para tirar a terceira fase do programa do papel e j� come�a a admitir que n�o vai conseguir atingir a meta de construir 3 milh�es de moradias at� 2018.
Em julho do ano passado, na v�spera do in�cio da campanha eleitoral, Dilma esteve na mesma comunidade do Parano�, em Bras�lia, para entregar moradias do programa de habita��o popular. De cima do palanque, falou do sonho que era para todo brasileiro conseguir conquistar a casa pr�pria e se comprometeu, pela primeira vez, a contratar 3 milh�es de resid�ncias no segundo mandato, caso fosse reeleita.
De l� pra c�, o in�cio efetivo da nova fase do programa foi adiado sucessivas vezes. Em setembro, o governo desistiu mais uma vez de fazer um lan�amento oficial. Em uma reuni�o com empres�rios e movimentos sociais, a presidente condicionou o an�ncio de metas de contrata��o de novas moradias "� clareza do cen�rio fiscal".
Dias depois, o governo anunciou uma s�rie de cortes para tentar reduzir o d�ficit do Or�amento de 2016. O Minha Casa Minha Vida perdeu R$ 4,8 bilh�es do or�amento. Esses recursos ser�o compensados com o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS), que j� autorizou os investimentos no pr�ximo ano.
Nesta semana, na �ltima reuni�o do conselho curador do FGTS, o secret�rio executivo do Minist�rio das Cidades, Elton Santa F� Zacarias, afirmou que o cumprimento da meta depender� de uma invers�o na tend�ncia de frustra��o de recursos. A sobrevida do Minha Casa se deve ao papel cada vez mais preponderante do FGTS como o grande financiador do programa. Em 2016, o fundo destinar� mais de R$ 60 bilh�es ao programa para a constru��o de moradias destinada �s fam�lias mais pobres (faixa 1) e ao financiamento das outras modalidades com desconto e juros subsidiados.
Em nota, o Minist�rio das Cidades afirmou que a meta de 3 milh�es de contrata��es de unidades habitacionais continua, mesmo dependendo de quest�es or�ament�rias. "O que pode variar � com rela��o ao prazo, mas o governo federal trabalha para ser at� 2018", completou.
A pr�pria presidente, por�m, sabe que ser� dif�cil cumprir a promessa. No auge do programa, em 2013, o recorde de contrata��es foi 940,5 mil. Em 2015, as contrata��es ainda est�o no patamar de 270 mil. Seria preciso contratar mais de um milh�o de moradias por ano nos pr�ximos tr�s anos. Dilma sabe que essa tarefa � quase imposs�vel e j� disse isso v�rias vezes.
Para o presidente da C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o Civil (Cbic), Jos� Carlos Martins, al�m das restri��es or�ament�rias, a economia brasileira em recess�o tamb�m dificultar� bater a meta at� 2018 porque atrapalha as contrata��es nas faixas 2 e 3. "As fam�lias n�o v�o querer pegar um empr�stimo de longo prazo sendo que podem perder o emprego", afirmou. "Mesmo nos �ureos tempos, seria dif�cil bater em tr�s anos a meta de 3 milh�es", completou.
O programa tem sido a principal vitrine de Dilma neste segundo mandato. A cerim�nia no Parano� (DF), com transmiss�o para outras cidades, ser� a 18ª do g�nero no ano. A presidente tem usado essas agendas para tentar fugir da pauta negativa e demonstrar que, apesar da crise, o governo continua trabalhando por quem mais precisa.
A meta � de contrata��o de moradias e n�o de entregas. Desde 2009, o programa j� contratou mais de 4 milh�es de moradias, das quais 2,34 milh�es foram entregues.