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Estado de Minas

Retra��o e estiagem levam tecelagens e ferroligas a cortar cerca de 20 mil postos

Segmentos com uso intensivo de eletricidade no processo produtivo, como metal�rgicas e tecelagens, pisam mais forte no freio e cortam vagas para reduzir custos


postado em 03/11/2015 11:00 / atualizado em 03/11/2015 11:15

Com alta na conta de luz e redução na demanda, indústria metalúrgica em Pirapora desliga 80% dos fornos (foto: Aparício Mansur/Esp. EM/DA Press)
Com alta na conta de luz e redu��o na demanda, ind�stria metal�rgica em Pirapora desliga 80% dos fornos (foto: Apar�cio Mansur/Esp. EM/DA Press)
No rastro da recess�o econ�mica que diminui a produ��o nas ind�strias e da estiagem prolongada que aumentou significativamente o custo da energia el�trica, empresas cortam postos de trabalho para se ajustar � dura realidade que enfrentam neste momento. Segmentos com uso intensivo de eletricidade no processo produtivo, como metal�rgicas e tecelagens, pisam mais forte no freio e cortam vagas para reduzir custos. A ind�stria de ferroligas e sil�cio met�lico instaladas nos munic�pios de Pirapora, V�rzea da Palma, Bocai�va e Capit�o En�as, Norte do estado sofrem os efeitos da seca, mas n�o diretamente pela falta de �gua. As unidades paralisaram cerca de 80% de suas atividades por causa da alta da energia em fun��o da redu��o do reservat�rio das usinas hidrel�tricas. Com a paralisa��o parcial, cerca de 3 mil postos de trabalho foram eliminados na regi�o.

Nos �ltimos 12 meses contados at� setembro, a ind�stria t�xtil enxugou 83 mil postos de trabalho e a proje��o do setor � de um ajuste ainda mais profundo, at� dezembro o corte pode atingir 100 mil vagas em todoo pa�s. Pelo menos 20% dessas vagas foram eliminadas nas f�bricas mineiras. Segundo dados da Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil (Abit) um dos principais impactos da estiagem foi o crescimento do custo da energia, que registrou alta de at� 70%. Em m�dia o peso do insumo no custo de transforma��o da fia��o chega a 30%. “Esse ano, em m�dia, a energia encareceu 51% para a ind�stria t�xtil”, diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associa��o.

A conta de luz das plantas industriais de ferroligas tamb�m aumentou depois do encerramento dos contratos de fornecimento de energia da Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) firmados por 10 anos, com vencimento em dezembro de 2014. As empresas aguardam a extens�o a Minas Gerais dos benef�cios da Medida Provis�ria 677, assinada pela presidente Dilma Rousseff, que autoriza ind�strias eletrointensivas do Nordeste a obter energia barata com a prorroga��o at� 8 de fevereiro de 2037 de seus contratos de fornecimento firmados com a Companhia Hidrel�trica do S�o Francisco (Chesf/Eletrobras).

O presidente da Associa��o Brasileira dos Fabricantes de Ferroligas e Sil�cio Met�lico (Abrafe), Henrique Zica, ressalta que, devido � redu��o dos reservat�rios das usinas hidrel�tricas, o governo recorreu a produ��o de energia com uso de outras fontes, sobretudo, das usinas termoel�tricas, o que aumentou mais ainda o custo da energia. Com o alto custo do insumo, as unidades de ferroligas e de sil�cio met�lico do Norte de Minas foram obrigadas a reduzir suas atividades, passando a operar somente com 20% da capacidade.

Henrique Zica salienta que, al�m do aumento do custo da energia, as f�bricas de ferroligas sofrem outro efeito indireto da estiagem prolongada: as perdas nos plantios de reflorestamentos de eucaliptos, implementados pelas ind�strias para a produ��o do carvao vegetal, usado como mat�ria-prima no processo de produ��o. “Com a seca, o custo de implanta��o e manuten��o dos reflorestamentos para a produ��o do carv�o vegetal aumentou muito. Isso tamb�m tem um impacto financeiro nas empresas que, diante da estiagem, vivem um per�odo desafiador e de supera��o”, disse.

Dificuldades O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Ind�stria Metal�rgica, Mec�nica de Material El�trico de V�rzea da Palma, Osvaldo Salvador Fernandes Silva, revela que a paralisa��o de 80% das atividades das unidades de ferroligas deixaram cerca de 2 mil pessoas sem emprego s� no munic�pio. “A situa��o dos trabalhadores est� muito dif�cil. Muitas pessoas cadastradas no programa Minha casa, minha vida em V�rzea da Palma ficaram desempregadas e n�o est�o conseguindo pagar as presta��es”, disse o sindicalista. Segundo ele, com a inadimpl�ncia, a Caixa Econ�mica Federal est� pedindo as pessoas para deixarem as moradias e leiloando as casas.

O presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de Pirapora, Dilson de Oliveira Santos, afirma que antes mesmo do agravamento da crise h�drica, as ind�strias de ferroligas do munic�pio j� estavam operando com 20% da capacidade, devido � alta do pre�o da energia e da crise internacional. “As ind�strias j� estavam praticamente paradas e, por isso, n�o sentiram muito os efeitos da falta d´ï¿½gua”, disse. O munic�pio tamb�m sofre com o corte de postos de trabalho na ind�stria t�xtil. Para se ajustar, a Cedro T�xtil, uma das maiores do estado, cortou 860 postos de trabalho (26%) do seu quadro de pessoal nas f�bricas de Pirapora e Sete Lagoas.

3
mil postos de trabalho foram eliminados na ind�stria de ferroligas no Norte de Minas

860
empregos foram cortados nas f�bricas da Cedro e Cachoeira em Minas

80%
dos fornos das f�bricas de ferroligas e de sil�cio met�lico est�o paralisados na regi�o de Pirapora

Sem pano para manga na tecelagem

A crise h�drica, que elevou os custos da energia nas f�bricas, associada � redu��o do potencial de consumo do mercado interno, atingiu diretamente a produ��o da ind�stria t�xtil. Em Minas, a estimativa do setor � de queda nas vendas, na ordem de 20% este ano. Empresas tradicionais no estado est�o desacelerando o ritmo da produ��o e focando em pol�ticas de redu��o de custos e economia de �gua. Segundo dados da Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil (Abit) no acumulado do ano, de janeiro a setembro, a queda na produ��o foi de 10%, empurrada pela freio da economia.


Em tempos de tormenta na economia, o segmento tem aumentado seus percentuais de reciclagem de �gua e feito investimentos “defensivos”, segundo a Abit. “Nesse momento os investimentos do setor est�o focados em a��es de ganho de produtividade, efici�ncia e economia, como para poupar energia e �gua”, aponta Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associa��o.


Com duas plantas no estado, em Sete Lagoas e Pirapora, a Cedro T�xtil est� apostando em medidas para redu��o de custos, o que inclui o consumo de �gua. A m�dia mundial da ind�stria t�xtil � de 90 litros de �gua por quilo de tecido na fia��o e tecelagem. “Conseguimos reduzir nosso consumo para 45 litros por quilo, metade da m�dia mundial”, diz Marco Ant�nio Branquinho, diretor-presidente da companhia. Segundo ele o reaproveitamento que antes era de 20% agora chega a 100% dos efluentes.

Exporta��es Sentindo os efeitos da recess�o, no �ltimo ano, a companhia ajustou a opera��o das suas f�bricas,  o que freou a produ��o reduzindo a atividade a seis dias da semana. “A expectativa � que a alta do d�lar crie cen�rio mais favor�vel para as exporta��es a partir de janeiro”, avalia Branquinho. Segundo o executivo o principal foco � a Am�rica Latina.
Segundo a Abit a alta do d�lar traz aumento de custos em um primeiro momento, pressionando principalmente insumos como o algod�o, mas por outro lado deve favorecer as exporta��es. “Com queda de 3% no PIB em 2015, o ano que vem ser� mais dram�tico do que imagin�vamos”, aponta Pimentel. Fl�vio Roscoe, presidente do Sindicato da Ind�stria T�xtil de Malhas (Sindmalhas-MG) diz que a expectativa � que as vendas para o mercado interno encolhem at� 20% em 2015.


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