A manuten��o da perspectiva negativa da nota de cr�dito do Brasil pela Standard & Poor's (S&P) reflete, al�m da deteriora��o de indicadores econ�micos do pa�s, a falta de uma perspectiva de estabiliza��o que d� previsibilidade para o futuro. Em setembro a ag�ncia tirou o grau de investimento do pa�s, que passou para grau especulativo.
"Mesmo que hoje voc� n�o tivesse com n�meros est�veis, mas a tend�ncia fosse de tal, isso j� poderia estar embutido na avalia��o. N�o existe hoje uma vis�o do ponto de vista da S&P de que isso v� ser modificado no curto prazo, por isso o negativo", disse a representante de ag�ncia de classifica��o de risco no Brasil, Regina Nunes. "A gente n�o v� a estabiliza��o dos vetores que trouxeram o Brasil para o grau especulativo", afirmou.
Regina mencionou a aus�ncia de uma din�mica de d�vida est�vel, de previsibilidade do custo dessa d�vida e de como ela vai se comportar em termos de alongamento ou n�o desses prazos. A falta de previsibilidade, avalia a ag�ncia, imp�e custos para todos os setores da economia. Um dos principais exemplos citados foi o setor financeiro, que para a executiva da S&P, sofre as consequ�ncias da redu��o do n�vel de emprego e na capacidade de pagamento das fam�lias.
"Isso tem uma consequ�ncia muito grande. Tem um lado positivo no cr�dito ter crescido tanto, por�m no ajuste imp�e um risco que � a empregabilidade do profissional que tomou os recursos", explicou a jornalistas. Ela participou do Semin�rio Reavalia��o do risco Brasil, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Funda��o Getulio Vargas (FGV).
Em entrevista ap�s o evento, a l�der da S&P no Brasil n�o descartou uma nova revis�o do rating do pa�s ainda em 2015, mas reafirmou que a ag�ncia n�o tem um prazo definido para tanto. "N�o temos (prazo para reavaliar). Se for a nossa opini�o que algo mudou isso vai acontecer. Os ratings est�o sendo atualizados todo dia", disse.
Na vis�o de Regina, o fechamento de 2015 ainda n�o est� 100% definido diante do quadro de instabilidade pol�tica e econ�mica. "Ainda h� uma expectativa para o fechamento de 2015 e isso vai determinar 2016 e 2017", frisou, lembrando que assim como se deterioraram mais r�pido que o esperado, os indicadores brasileiros necessitam de uma corre��o tamb�m �gil e de reformas para reconquistar a confian�a do investidor.
Questionada sobre recentes vit�rias do governo no Congresso e sobre a hip�tese de haver uma capitaliza��o da Petrobras pelo governo por meio de um instrumento h�brido de capital e d�vida, Regina Nunes preferiu deixar qualquer coment�rio para os analistas da S&P. No entanto, afirmou que certamente todos os eventos no entorno da Petrobras t�m um peso nos ratings do pa�s, da ind�stria de �leo e g�s, do setor de constru��o civil e at� nos cen�rios tra�ados pela S&P para estados e munic�pios.
