
O an�ncio oficial da sua sa�da s� n�o foi ainda oficializado porque a presidente Dilma Rousseff n�o conseguiu definir o nome que ir� substitu�-lo. O embate p�blico do ministro em torno da meta fiscal de 2016 precipitou os acontecimentos. A situa��o � muito semelhante ao que ocorreu no ano passado quando o cargo mais importante na �rea econ�mica ficou nas m�os de um ministro demission�rio. Durante a campanha � Presid�ncia, a presidente "demitiu" o ent�o ministro Guido Mantega ao sinalizar que ele seria substitu�do se ela fosse reeleita.
Auxiliares diretos da presidente dizem que a substitui��o poder� acontecer a qualquer momento, com grandes chances de ser antes do Natal. Embora n�o fosse o motivo do encontro, na quarta-feira, 16, � noite, a sa�da de Levy foi um dos temas tratados na reuni�o da presidente Dilma com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, tr�s ministros e o presidente do PT, Rui Falc�o, no Pal�cio da Alvorada, que terminou perto da meia noite.
O ex-presidente Lula, que vinha batendo na tecla e insistindo em emplacar o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, agora, demonstra simpatia pelo senador Armando Monteiro, atual ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior. Um grupo de senadores tamb�m trabalha por Monteiro, que tamb�m � ex-presidente da Confedera��o Nacional de Ind�stria (CNI).
Lula j� conversou com uma s�rie de pessoas sobre Monteiro e recebeu boas refer�ncias dele, embora sempre existam pr�s e contras. O fato de ser um pol�tico cordato, com jogo de cintura, est� entre os pr�s. Ele n�o ser um homem de mercado, pode ser um contra, mas avaliam que isso pode ser revertido. No Congresso, h� quem divulgue que toda empresa que ele pega, quebra. Mas a abertura de uma vaga na Esplanada para acomoda��es pol�ticas tamb�m ajudaria na decis�o pelo nome.
Enquanto a simpatia de Lula por Monteiro � divulgada, os petistas trabalham arduamente para que Dilma opte por uma solu��o caseira, limitando-se a transferir Nelson Barbosa do Planejamento, para a Fazenda. Essa ideia, no entanto, � rejeitada por muitos outros setores do governo.
Esta semana, chegou-se a dizer que o curr�culo de Otaviano Canuto, diretor executivo do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), estava sobre a mesa do gabinete da presidente Dilma no Planalto, sob aprecia��o. O fato � que a presidente j� estava em busca do substituto de Levy e estava tentando evitar que fosse surpreendida com uma nova amea�a ou sa�da s�bita dele, prejudicando ainda mais o clima pol�tico que toma conta do Pa�s, com o andamento do seu processo de impeachment no Congresso.
A gota d'�gua para o tempo de Levy ter chegado ao fim mais rapidamente foi a nota do Minist�rio da Fazenda divulgada na quarta-feira sobre o rebaixamento do Brasil pela Fitch, al�m do fato de ele estar fazendo "festinhas" de despedida, enquanto o Planalto precisava dizer que ele ainda possu�a a confian�a do governo, para n�o piorar ainda mais o quadro econ�mico.
A presidente e auxiliares diretos dela ficaram muito irritados com o trecho inicial da nota que diz que, nas palavras de um interlocutor, "deu raz�o � ag�ncia de risco" ao rebaixamento do Brasil. O Planalto n�o gostou tamb�m de ele sugerir, de acordo com a forma como o texto foi elaborado, que faltava determina��o do governo em implantar medidas pata corrigir o d�ficit or�ament�rio de 2016.
As ironias do ministro com v�rias quest�es tamb�m deixaram de ser bem-vindas e bem-vistas h� muito tempo. A despedida de Levy do CMN foi s� mais uma certeza de que a solu��o ter� de ser ainda mais r�pida do que o Planalto esperava.
Levy j� havia dado indica��es de que iria deixar o cargo na visita que fez na quarta-feira no in�cio da tarde ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Foi uma esp�cie de despedida", comentou um dos presentes. Dois senadores com tr�nsito com Levy relataram � reportagem que ele vinha dando sinais de que deixaria o cargo ap�s conclu�da a vota��o das mat�rias fiscais no Congresso.
Auxiliares de Levy lamentaram hoje a antecipa��o dos acontecimentos justamente no momento em que consegue aprova��es importantes no Congresso. No rastro da sua sa�da, a equipe que formou no minist�rio tamb�m est� de malas prontas. O secret�rio do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, j� avisou que fica s� at� janeiro.
