Bras�lia – Press�es de todo lado marcam nesta quarta-feira a reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria do Banco Central (Copom), cercada de apostas em nova eleva��o da taxa b�sica de juros, a Selic, que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para as opera��es nos bancos e no com�rcio. A artilharia dos analistas de bancos e corretoras considera alta de 0,5 ponto percentual, que levaria os juros b�sicos da economia a 14,75% ao ano, mas h� um grupo de analistas cr�ticos em rela��o aos efeitos ainda mais recessivos da decis�o para a economia.
Na opini�o de Thiago Curado, economista da 4E Consultoria, o ciclo de alta dos juros ser� curto, com duas altas consecutivas de 0,5 ponto percentual, e levando a Selic para 15,25% ao ano. Apesar das proje��es, ele ressalta que o BC n�o deveria tomar essa medida porque ela trar� preju�zos para a atividade econ�mica. Curado avalia que a autoridade monet�ria deveria ajustar as metas de infla��o, por meio de uma comunica��o clara e transparente e anunciar um novo calend�rio de converg�ncia do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
O BC trabalha para que a infla��o termine 2016 abaixo do intervalo de toler�ncia do sistema de metas de imfla��o, de 6,5%, e convirja para o centro do meta, de 4,5% em 2017. “A autoridade monet�ria ajustou a meta em 2003, quando mudou de 3,25% para 8,5%. Isso poderia ser feito com transpar�ncia e sem perda de credibilidade. O mercado entenderia”, comenta Curado. Para ele, enquanto o governo n�o ajustar as contas p�blicas e produzir super�vits prim�rios (receita superior � despeas) ser� dif�cil conter o avan�o do custo de vida.
O diretor de Pesquisas e Estudos Econ�micos do Bradesco, Octavio de Barros, � um dos poucos que acredita que o BC n�o vai elevar a taxa Selic. Na avalia��o dele, houve uma deteriora��o do cen�rio internacional e no ambiente dom�stico a situa��o piorou para as empresas. “Na nossa vis�o, esses aspectos n�o ser�o negligenciados pelo BC. As expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produ��o de bens e servi�os do pa�s) t�m convergido para uma queda 4% neste ano”, alerta.
O ambiente na economia, segundo o diretor do Bradesco, d� sinais de recuo da infla��o. Barros aposta numa queda dos pre�os da gasolina, produto que tem grande influ�ncia nos pre�os em geral, devido ao seu impacto no frete das mercadorias. O combust�vel est� 44% mais caro no Brasil, frente ao custo em outros pa�ses. Se o pre�o da gasolina no Brasil fosse compat�vel com os padr�es internacionais, essa medida de redu��o internamente implicaria queda de 1,23 ponto percentual do IPCA do ano. “Estimo uma infla��o de 6,5% em 2016, mas se o pre�o da gasolina cair, o IPCA pode recuar para 5,25%”, afirma.