Uma mudan�a de curso das expectativas para a decis�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), sem precedentes, toma conta do primeiro dia da reuni�o do colegiado, que come�ou nesta ter�a-feira, 19, � tarde. Inicialmente, o mercado financeiro apostava em peso numa eleva��o da Selic de 14,25% para 14,75% ao ano no encontro que termina amanh�. Com base em sinais passados hoje pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, as expectativas mudaram.
Mais do que isso, os analistas acreditavam que um aumento mais agressivo da taxa b�sica agora seria uma resposta aos que colocavam na berlinda a credibilidade da institui��o, e de Tombini. Principalmente em um momento de press�o pol�tica e de cr�ticas dentro do PT sobre a retomada da alta, com um esfor�o de tentar evit�-la.
Por meio de nota, no entanto, o presidente disse que as mudan�as feitas pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI) em suas proje��es para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2016 e 2017 foram "significativas". Acrescentou que essa informa��o seria usada como refer�ncia para o colegiado. Ficou aqui a pista de que a inten��o, pelo menos neste primeiro momento, � de elevar a Selic em menor magnitude do que previa o mercado.
Ex-diretores do BC consultados pelo Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, se disseram "perplexos" com o coment�rio de Tombini sobre o FMI, considerado sem precedentes por ter sido feito em dia de Copom, quando banqueiros centrais ficam ainda mais circunspectos do que o de costume. Avaliaram, por�m, que antes essa reviravolta na v�spera da decis�o do que um susto ainda maior no dia do an�ncio.
A terceira onda de eleva��o ainda pode ocorrer, conforme sinalizam os neg�cios do mercado depois da declara��o de Tombini, mas em menor grau. Prevalece agora a aposta de 0,25 ponto porcentual de alta. Como o pr�prio presidente enfatizou em sua carta aberta, divulgada h� 11 dias, desde abril de 2013, o BC j� elevou a Selic em 7 pontos porcentuais, em dois ciclos de alta interrompidos por per�odos de estabilidade.
Vale lembrar, no entanto, que o ponto de partida dessa alta foi justamente a marca de 7,25% que permanecia em mar�o daquele ano, a mais baixa da hist�ria do Pa�s e que carrega hoje grande parte da culpa da falta de credibilidade do BC em sua miss�o de segurar os pre�os.
A pergunta que fica � como votar�o os diretores dissidentes (Sidnei Marques e Tony Volpon) do �ltimo encontro que manteve a taxa est�vel em um placar de 6 a 2. Sabe-se que dificilmente um presidente do BC fica no grupo dos vencidos e, com o colegiado contando com oito membros, seu voto poder� ser de minerva. Dif�cil o BC se expor tanto, mas n�o imposs�vel.
Com ag�ncias