Davos, 22 - O debate sobre a pol�tica econ�mica adotada pelo governo brasileiro n�o deve ser avaliado pelo dualismo entre "heterodoxia" e "ortodoxia". A avalia��o � do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Para ele, que � taxado de desenvolvimentista pelo mercado financeiro, as a��es propostas pelo governo - como o incentivo � oferta de cr�dito para alguns setores da economia - devem ser avaliadas pela efici�ncia para ajudar na retomada do crescimento.
"Acho que heterodoxia e ortodoxia n�o s�o corretos para avaliar. � algo de ser eficiente ou n�o eficiente", disse ao ser questionado sobre a percep��o de economistas de que o esfor�o para incentivar o cr�dito seria uma medida "heterodoxa" dentro do ajuste fiscal. Entre os segmentos que devem ser beneficiados por novos empr�stimos, est� o capital de giro para agricultura e constru��o. "No momento em que a economia precisa de capital de giro e havendo recursos sem custo adicional, � obriga��o fazer isso."
Barbosa nega que o apoio ao cr�dito seja uma volta �s pol�ticas do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. "Estamos falando de usar espa�o financeiro dentro da legisla��o vigente. S�o opera��es que ocorriam antes de 2008. O cr�dito do BNDES com a Taxa de Juro de Longo Prazo existe h� muito tempo. Foi novo colocar equaliza��o de juros", disse ele, ao argumentar que a pol�tica de subsidiar o cr�dito "foi usada enquanto foi necess�rio".
"Agora, estamos voltando a pr�ticas normais e n�o vejo nada de heterodoxo nisso", disse, ao frisar que esses financiamentos n�o ter�o custo fiscal. Al�m do BNDES sem subs�dio, Barbosa prometeu a volta da opera��o de pr�-custeio ao setor agr�cola e mais financiamentos com a liquidez dispon�vel gerada pelo aumento dos dep�sitos de poupan�a no Banco do Brasil e pelo pagamento das pedaladas ao FGTS.
Sobre o ceticismo e a relativa descren�a de parte dos economistas com o trabalho do novo ministro, Barbosa respondeu que "as a��es v�o falar por si mesmo". "As pessoas est�o entendendo a sequ�ncia da pol�tica de estabiliza��o. Cada pol�tica acontece na sua velocidade", disse, ao lembrar que promessas feitas h� um ano - como a reforma do seguro-desemprego, da pens�o por morte e a corre��o de pre�os de combust�veis, energia e c�mbio - foram executadas nos �ltimos meses. "Isso n�o elimina o fato de que muito precisa ser feito", disse.
Questionado sobre eventual diferen�a entre a percep��o dos brasileiros e estrangeiros sobre o trabalho do novo ministro, Barbosa encara com naturalidade que os nacionais sejam mais cr�ticos. "Sempre somos mais cr�ticos com que n�s conhecemos melhor. A auto cr�tica � boa porque for�a melhorar", disse, ao citar que o pessimismo, por�m, "n�o pode ser exagerado porque temos muitos acertos".
Retomada
O ministro acredita que a economia brasileira poder� voltar a crescer no quarto trimestre de 2016. Mesmo assim, o ano deve terminar em recess�o. Ap�s reuni�o com v�rios investidores e executivos internacionais, Barbosa anunciou que o governo deve trabalhar para ter uma ag�ncia para atrair investimentos internacionais. Em tempos de ajuste fiscal, ele ressaltou, por�m, que nenhum �rg�o novo ser� criado.
Ap�s conversar com diversos investidores internacionais, Barbosa disse que "a maior ang�stia" de estrangeiros � a necessidade de melhora da regula��o no Brasil, como o sistema tribut�rio. O encaminhamento desses problemas poderia potencializar o crescimento no Pa�s, disse o ministro.
Diante desse cen�rio, ele disse que o governo deve trabalhar para criar uma ag�ncia de fomento ao investimento estrangeiro em conjunto com o Minist�rio do Planejamento. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
