Em tempo de crise econ�mica e alta de pre�os, principalmente no setor de alimenta��o, os petiscos j� est�o pesando no bolso dos belo-horizontinos frequentadores de bares. � o que mostra pesquisa feita em 50 estabelecimentos conhecidos da cidade pelo site Mercado Mineiro, na qual tamb�m foi constatada uma grande varia��o de pre�o. Entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, o tira-gosto teve uma alta de at� 36,32%, mais de tr�s vezes a infla��o, que ficou em 10,67%. J� as cervejas, segundo o mesmo levantamento, est�o custando at� 4,05% a mais. O consumidor deve ficar atento pois a varia��o dos pre�os chegou a mais de 300% entre os botecos.
Segundo o Mercado Mineiro, o pre�o m�dio da por��o de picanha passou de R$ 48,49 para R$ 66,10, um acr�scimo de 36,32%. J� a carne de sol aumentou 30,92%, passando de um custo m�dio de R$ 33,41 para 37,41 em 2016. J� as cervejas tiveram acr�scimos menores que a infla��o. A Brama Extra passou de R$ 8,17 para R$ 8,45, um adicional de 3,43%. A Heineken passou de uma m�dia de R$ 8,14 para 8,47, subindo 4,05%, e a Serramalte de R$ 8,23 para R$8,50, um adicional de 3,28%. O chope passou de um pre�o m�dio de R$ 5,67 em 2015 para R$ 6,08 em 2016, uma varia��o de 7,23%.
A diferen�a dos pre�os dos petiscos tamb�m foi maior do que o custo das bebidas na maioria dos casos. Segundo o levantamento, o pre�o do contrafil� na chapa foi de R$ 18 a R$ 78,9 (diferen�a de 338,33%). A por��o de mandioca frita foi encontrada por R$ 9,90 a R$ 22,90, uma varia��o de 130,30%. A picanha variou 202,80%, sendo vendida de R$ 42,90 a R$ 129. No campo das bebidas, o pre�o da Skol variou 100%, de R$ 4,50 a R$ 9. Original, Serramalte, Bohemia, Brahma Extra e Heineken s�o comercializadas por pre�o entre R$ 6 e R$ 9,80, variando 63,33%.
Segundo o conselheiro da Associa��o Brasileiras de Bares e Restaurantes (Abrasel) e presidente do grupo Meet, Fernando Junior, os pre�os subiram mas o lucro dos comerciantes n�o. “O empres�rio j� vinha segurando todos os aumentos, sofreu com acr�scimo na energia e tributa��o para que n�o fosse repassado ao cliente, mas em janeiro o movimento diminui e � uma quest�o de sobreviv�ncia. N�o vejo os donos de estabelecimentos ficarem ricos com esse aumento, � muito pelo contr�rio”, afirmou. Segundo ele, a prolifera��o dos espetinhos e food trucks em BH tamb�m prejudicou os donos de bares, criando um c�rculo vicioso em que os bares s�o obrigados a aumentar o pre�o por ter baixa demanda e acabam vendo o p�blico sumir ainda mais.
O consultor diz que o movimento est� mais baixo do que em outros janeiros, j� que o lazer � considerado sup�rfluo e, por isso, na crise � poss�vel abrir m�o dele. “A popula��o est� ficando mais triste, o relacionamento est� diminuindo, mas � uma coisa que as pessoas vivem sem. Ou ent�o elas bebem dentro de casa, que � mais barato,”
Card�pio popular
para agradar cliente
O peso dos custos est� levando alguns comerciantes a variar o card�pio ou tentar acordos com fornecedores de bebidas para segurar os pre�os na tentativa de n�o afastar o consumidor. O dono do Barbazul, Jos� M�rcio Ferreira, o Marcinho, negociou com a Ambev e reduziu um real no pre�o das cervejas. As pr�miuns foram de R$ 9 para R$ 8 e as comuns de R$ 8 para 7 em janeiro. J� a alta das carnes fez o comerciante tirar a picanha do card�pio. “Todo ano esperamos janeiro para a carne de boi baixar, mas esse n�o ent�o mexi no card�pio recentemente para criar uma segunda op��o. Estou focando no peixe, frango e porco”, disse.
Com p�blico fiel, Marcinho diz que as pessoas n�o deixam de beber ou comer, s� diminuem ou mudam o tira-gosto. Como op��es, ele criou um espetinho com fritas e tropeiro vendido a R$ 14,90 e um bolinho de carne a R$ 7. “Tamb�m botei espaguete que nunca tive no card�pio, tudo pensando em um pre�o menor porque a carne est� ficando invi�vel”, disse.

A gerente do Bar da Lora, Karina Fonseca, que vende cerveja a R$ 6 e R$ 6,50, disse que o estabelecimento, que fica dentro do Mercado Central, tamb�m fez acordo com a Ambev para segurar o pre�o da bebida. “O movimento diminuiu desde outubro do ano passado por causa da crise. Muitas firmas mandaram pessoas embora, ent�o � melhor ter uma margem menor na cerveja porque a por��o � que d� lucro”, afirmou. De acordo com Karina, o carro-chefe do boteco, o famoso f�gado com jil�, passou de R$ 20 para R$ 24,90. “O pre�o da carne aumentou, n�o tem jeito”, diz.
O superintendente executivo do Sindicato das Ind�strias de Cerveja e Bebidas em Geral (Sindbebidas), Cristiano Lam�go, explica que o aumento no pre�o da cerveja veio por dois fatores. Um deles � a alta de impostos – depois de o governo federal subir impostos como IPI, PIS e Cofins em maio, o estadual aumentou o ICMS da cerveja de 18% para 23%, al�m de o produto ser taxado com um adicional de 2% que vai para o fundo de erradica��o da pobreza. “Outra quest�o � que a bebida � um bem de consumo e muito suscet�vel � varia��o de renda da popula��o. A gente observou nos �ltimos dois anos um decr�scimo acentuado no poder de renda, ent�o o consumidor vai fazendo trocas e muda h�bitos”, afirmou. Para o carnava, segundo Lam�go, a expectativa � a mais baixa poss�vel.
