Nova York, 28 - A profundidade da crise brasileira se deve principalmente a fatores dom�sticos, que incluem a turbul�ncia pol�tica e os efeitos do esc�ndalo de corrup��o na Petrobras, afirmou o diretor do Departamento para o Hemisf�rio Ocidental do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Alejandro Werner, em uma apresenta��o em Nova York na Americas Society/Council of the Americas.
"O Brasil est� sofrendo por fatores externos, mas obviamente a profundidade da crise reflete condi��es dom�sticas", disse Werner em sua apresenta��o. O diretor do FMI ressaltou que indicadores da economia brasileira, como os n�meros fiscais e a infla��o, j� vinham mostrando deteriora��o, mas a partir do segundo trimestre de 2015, os fatores pol�ticos e a Opera��o Lava Jato amplificaram a crise.
A incerteza adicional veio do esc�ndalo de corrup��o e da turbul�ncia pol�tica, disse Alejandro Werner.
Uma das evid�ncias que fatores externos n�o explicam a crise brasileira � que outros pa�ses da Am�rica Latina, tamb�m dependentes de exporta��es de commodities, como Peru e Col�mbia, est�o conseguindo passar por este momento com Produto Interno Bruto (PIB) em crescimento e sem deteriora��o de v�rios indicadores econ�micos, ressalta o diretor do FMI. "N�o colocaria todos os �nus dos problemas (do Brasil) em fatores externos. Em termos da queda das commodities, pa�ses que gerenciaram a economia relativamente bem ainda est�o bem posicionados para lidar com novos choques", disse.
Exagero no est�mulo
Para lidar com o fim do super ciclo das commodities, o Brasil e outros pa�ses da Am�rica Latina tomaram uma s�rie de medidas para estimular a economia a partir de 2010, mas Werner avalia que o governo de Dilma Rousseff pode ter "exagerado" nessa estrat�gia, sobretudo quando a piora da crise brasileira n�o mais era explicada apenas por fatores externos.
Um dos problemas que o Brasil precisa enfrentar para voltar a crescer � gerar condi��es para que o setor privado invista mais, disse o diretor do Fundo Monet�rio Internacional. Um dos fatores que explica o baixo crescimento do Pa�s nos �ltimos anos � a queda do investimento e da produtividade, destacou em sua apresenta��o.
O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff come�ou com a promessa e algumas medidas efetivas para um ajuste na economia, incluindo no lado fiscal, que era a estrat�gia correta a ser feita, disse Werner. Mas o ambiente pol�tico complicou a aprova��o do pacote de medidas e agora levanta d�vidas sobre como fica a implementa��o do ajuste em um cen�rio mais adverso em Bras�lia.
Reformas
A Am�rica Latina deve ter em 2016 o segundo ano de crescimento negativo, puxado por quatro pa�ses, Argentina, Brasil, Equador e Venezuela, ressaltou Werner. J� outros pa�ses da Am�rica devem ter desempenho melhor, como Peru, Col�mbia, Chile e M�xico, este �ltimo se beneficiando da expans�o mais forte dos Estados Unidos.
A proje��o do Fundo � que o crescimento da Am�rica Latina volte a ficar positivo em 2017, mas Werner pondera que o n�vel de expans�o deve ficar baixo por mais alguns anos. Para acelerar a atividade, � preciso avan�ar nas reformas estruturais. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
