
Enquanto Belo Horizonte se consagrava como uma das capitais do carnaval, arrastando p�blico recorde de 1,6 milh�o de pessoas pelas ruas, para a rede hoteleira da cidade n�o houve confete nem serpentina. Durante os cinco dias de folia, a taxa de ocupa��o dos hot�is e pousadas de BH foi de 47,5%, na m�dia, bem abaixo dos 60% esperados pelas empresas. Estabelecimentos localizados nas regi�es da Savassi e Centro, por onde passaram muitos blocos, foram os que conseguiram receber mais h�spedes, ainda assim usando como isca para espantar a crise e atrair os foli�es de fora da capital promo��es tentadoras, al�m de manter os pre�os praticados no ano passado. Com isso, alguns dos empreendimentos conseguiram elevar a ocupa��o a 80% ou mais.
Na compara��o com o movimento da rede no ano passado, entretanto, houve um crescimento de 10% da taxa de ocupa��o, que estava em 36,74% na m�dia de 2015. A di�ria m�dia se manteve em torno de R$ 173, mesmo com a infla��o de 10, 67% no ano passado, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). “O carnaval daqui est� crescendo, o que � muito positivo para a cidade e tamb�m para divulga��o da capital como destino, mas uma taxa de ocupa��o abaixo de 60% � insuficiente para que possamos cobrir os custos operacionais”, afirma a presidente da Abih em Minas.
Segundo D�bora Amorim, respons�vel pela Pousada Lagoa, na Regi�o da Pampulha, houve queda no movimento da hospedagem em rela��o ao ano passado. “Mantivemos o pre�o que cobramos em 2015, de R$ 149 a di�ria para o casal. Temos 13 quartos que ficaram lotados no ano passado. Neste ano, as pessoas est�o economizando por causa da recess�o e, al�m disso, aqui na Pampulha, n�o houve muitos blocos carnavalescos”, observa.
ATR�S DOS BLOCOS Do outro lado da cidade, onde a programa��o foi mais intensa, os hot�is tiveram melhor resultado. De acordo com a Abih, a rede do Hipercentro e da Savassi verificou aumento da ocupa��o. “Foi muito melhor do que o ano passado”, disse o gerente-geral do E.Suites Sion, Roosevel Coelho. No ano passado, a taxa de ocupa��o foi de 39,5%, e neste ano passou para 69% nos cinco dias do carnaval. “De s�bado at� segunda, a taxa foi de 84%”, comemora o executivo.
Segundo Roosevel Coelho, muitos foram os h�spedes que voltaram a BH trazendo amigos e familiares para a festa. “Investimos em um trabalho de divulga��o e tamb�m em uma promo��o que deu certo: o cliente que ficasse duas noites, ganhava a terceira di�ria”, conta. O valor da hospedagem, dentro do pacote, custou R$ 161,93. “Recebemos muita gente do interior e at� da Bahia. Colocamos o caf� da manh� at� mais tarde, com suco detox para os foli�es. Queremos que ano que vem seja ainda melhor”, aposta Coelho.
CIDADES HIST�RICAS O efeito BH, com 1,6 milh�o de pessoas nas ruas, foi um dos fatores que contribuiu para a tranquilidade do tradicional carnaval de Ouro Preto. “Tivemos uma taxa de ocupa��o de 70%, �ndice bem menor do que o registrado no ano passado, quando a rede hoteleira ficou lotada”, informou Antoninho Tavares do Santos, presidente da Abih regional Circuito do Ouro. Ele disse que, apesar do p�blico menor, a cidade ganhou em qualidade do evento. “Foi dentro do esperado. Neste ano, a folia foi das fam�lias, n�o havia tumulto pelas ruas”, disse.
Apesar da queda no movimento, a rede hoteleira de Ouro Preto chegou at� a diminuir os valores das di�rias para atrair os h�spedes. “O meu estabelecimento diminuiu em cerca de 30 % o valor da di�ria. No ano passado, cobramos, em m�dia, R$ 1,6 mil para um pacote de cinco dias e, neste ano, o pre�o foi de R$ 1,1 mil”, afirma Santos, que atribui a queda do movimento no carnaval em Ouro Preto � crise econ�mica e ao sucesso da folia de BH e de outras capitais. “N�o queremos mais multid�o. � um risco ao patrim�nio hist�rico.” Em Mariana, houve tamb�m 70% da ocupa��o dos hot�is. “Infelizmente, muitas pessoas, por causa do vazamento da barragem da Samarco, acharam que a cidade tinha acabado. Mas ela est� como sempre foi”, afirmou.