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Estado de Minas

Recess�o leva empresas brasileiras a buscar oportunidades fora do pa�s


postado em 22/02/2016 08:31 / atualizado em 22/02/2016 08:53

Londres - A crise econ�mica, agravada pelo cen�rio pol�tico turbulento, tem acelerado os planos de expans�o de empresas brasileiras no exterior. Com o real desvalorizado, muitas companhias, sobretudo as de commodities, buscam ampliar as exporta��es. Boa parte tamb�m tem arriscado a abrir subsidi�rias em outros pa�ses, como forma de diversificar receita e reduzir a depend�ncia do mercado interno.

O fluxo maior de expans�o no exterior, segundo especialistas ouvidos pelo Estado, � para os Estados Unidos, reflexo do maior potencial do mercado consumidor americano. As consultas para investir nos EUA saltaram 70% no ano passado, para 7,6 mil, de acordo com a C�mara Americana de Com�rcio (Amcham), com base em downloads baixados no site da Amcham por interessados em fazer neg�cio nos EUA. O mesmo movimento, um pouco mais contido, foi observado para o Reino Unido. No mesmo per�odo, houve acr�scimo de 30% em consultas para investir na regi�o, segundo a ag�ncia brit�nica de com�rcio e investimentos (UKTI), que conta com 82 empresas brasileiras, de diferentes portes, e espera crescimento de 20% este ano.

"H� uma tend�ncia geral em momentos de crise: empresas tentam diversificar sua receita e buscam outros mercados", diz Welber Barral, ex-secret�rio de com�rcio exterior, � frente da consultoria Barral MJorge. Barral, que faz consultorias para ag�ncias governamentais e empresas, v� um forte movimento de companhias que buscam oportunidades nos EUA e no mercado europeu. "Na Europa, a Inglaterra torna-se principal op��o, por sua forte refer�ncia como centro financeiro global e porta de entrada para os pa�ses europeus, mais protecionistas."

Transfer�ncia

A mineradora Magnesita, produtora de materiais refrat�rios - usados pelas ind�strias sider�rgicas -, controlada pela GP Investments, est� se preparando para transferir sua sede para Londres. A empresa, que aprovou a cria��o da holding Mag Internacional no fim de 2015, pretende listar suas a��es na London Stock Exchange e seus principais executivos - presidente, diretor financeiro e jur�dico e de rela��es institucionais - j� preparam a mudan�a.

Em um momento cr�tico para o setor de minera��o e siderurgia, com baixos pre�os do min�rio de ferro e superoferta global de a�o, a transfer�ncia da Magnesita n�o poderia ser mais oportuna, diz Luiz Gustavo Rossato, diretor jur�dico e de rela��es internacionais. "A Bolsa de Londres � refer�ncia de pre�os internacionais de min�rio e podemos captar dinheiro mais barato", afirma. A empresa manter� a produ��o no Brasil e continuar� listada na BM&FBovespa.

N�o � toa, os dois principais bancos privados brasileiros (Ita� e Bradesco) transferiram sua sede na Europa para Londres. Antes em Luxemburgo, o Bradesco se mudou no ano passado para se aproximar dos investidores globais, diz Marcelo Cabral, executivo do Bradesco na Europa.

Em franco processo de internacionaliza��o, o Ita� transferiu em 2012 a sede de Portugal para Londres. Renato Lulia, presidente do Ita� BBA Internacional, diz que a mudan�a foi estrat�gica. De Londres, Lulia tamb�m coordena as opera��es da �sia e Oriente M�dio. "Vale lembrar que h� mais estrangeiros interessados em investir no Brasil, porque o Pa�s est� barato. Como um banco internacional, ampliamos daqui as opera��es de fus�es e aquisi��es."

O exigente mercado europeu, mais protecionista, tamb�m est� na mira das empresas de alimentos. No ano passado, o JBS avan�ou no Reino Unido com a aquisi��o da Moy Park, na Irlanda, que era do grupo Marfrig.

A BRF (dona de Sadia e Perdig�o) anunciou no fim de 2015 a compra da Universal Meats, com foco em alimenta��o fora do lar na Inglaterra, por £ 34 milh�es. "Entre os 28 pa�ses da comunidade europeia, a Inglaterra � o que mais importa carne de frango", diz Roberto Banfi, presidente da BRF na Europa. "O investimento na Europa responde por uma fatia importante do faturamento da BRF no exterior." No processo de internacionaliza��o, a BRF comprou ainda uma opera��o na Argentina e outra na Tail�ndia que, com a Universal Meats, v�o dobrar a capacidade de produ��o fora do Brasil, para 8% do total.


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