Bras�lia, 22 - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta ter�a-feira, 22, que a institui��o ir� revisar suas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016. Durante audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Econ�micos do Senado, ele lembrou que a �ltima previs�o do BC era uma queda de 2%.
"Nossa previs�o era contra��o de 2% e vai ser revisada, infelizmente", disse Tombini. "Temos de fazer de tudo para retomar o crescimento em 2017", afirmou o presidente.
Nas pr�ximas semanas, o BC deve divulgar o Relat�rio Trimestral de Infla��o, documento que re�ne uma ampla avalia��o da economia nacional e internacional, al�m das proje��es do Banco Central.
Base de dep�sitos � vista
O presidente do Banco Central afirmou que os dep�sitos � vista t�m sido fundamentais para o financiamento da agricultura. Segundo ele, a base de dep�sitos a vista tem se contra�do ao longo do tempo.
Sobre a especula��o em torno da taxa de c�mbio no Brasil, Tombini disse que a melhor forma, que tem servido ao Pa�s, � o c�mbio flutuante. Ele ressaltou que h� excessos em determinados momentos, quando o BC se mostra presente para assegurar o funcionamento do mercado.
Copom
Tombini se defendeu de acusa��es de que as decis�es do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) sofrem inger�ncia pol�tica por parte da presidente Dilma Rousseff. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) questionou uma suposta reuni�o entre Dilma e Tombini �s v�speras da reuni�o do Copom de janeiro, quando havia expectativa de alta dos juros b�sicos (Selic), mas o BC manteve a taxa inalterada. Na ocasi�o, no dia da reuni�o da diretoria do BC, Tombini foi a p�blico falar sobre uma mudan�a de cen�rio com o objetivo de ancorar expectativas em rela��o aos juros - um estrat�gia in�dita para ele at� ent�o.
"Todos os BCs tem suas tradi��es e regras em rela��o ao per�odo de sil�ncio. Isso n�o quer dizer que diante de uma situa��o que h� expectativa que n�o se alinhe com vis�o mais recente do BC, que o presidente do BC n�o possa fazer uma avalia��o", argumentou. "N�o temos regras escritas sobre isso. O mais importante � que a informa��o seja divulgada tempestivamente e simultaneamente a todos. Foi preciso ajustar percep��es que na minha vis�o estavam desalinhadas com o que pensava o presidente do BC", afirmou.
Ele argumentou que nesse caso, da reuni�o de janeiro, foi mais extraordin�rio. Ele relatou que na sequ�ncia a essa reuni�o o Jap�o entrou em territ�rio negativo da taxa de juros. O BC europeu elevou suas preocupa��es e o BC da Inglaterra comunicou o adiamento das suas decis�es. "Esses bancos viram um cen�rio comum, de maiores incertezas em rela��o a China e o petr�leo e fizeram ajustes na sua comunica��o", disse. "Com n�s, a reuni�o estava em cima. A decis�o foi acertada. O mercado n�o define os passos que a autoridade monet�ria tem de tomar", afirmou.
Tombini ainda garantiu que n�o houve reuni�o � v�spera do Copom de janeiro com a presidente Dilma Rousseff. Ele negou que haja inger�ncia nas decis�es, mas afirmou que press�es pol�ticas existem, de todos os lados. "H� turma dizendo que tem de subir os juros, tem turma que est� dizendo que tem de baixar. Press�o pol�tica sempre h�, inger�ncia n�o. � s� ler os jornais que se v� as press�es pol�ticas", ponderou. "Inger�ncia pol�tica � zero, at� porque a reuni�o � colegiada. N�o tenho poder para definir voto de ningu�m", disse.
Lula
Questionado sobre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva como ministro da Casa Civil, ele disse que a defini��o da equipe � prerrogativa da presidente Dilma Rousseff. "Um ministro n�o tem que comentar sobre outros ministros", afirmou, assim como outros ministros que foram questionados sobre o assunto ao longo da �ltima semana.