Bras�lia, 06 - Uma radiografia do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), vitrine eleitoral do governo, aponta que apenas 16,8% das pouco mais de 29 mil obras anunciadas nas duas etapas foram conclu�das no per�odo previsto. Com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o PAC executou 9,3% de 16.542 a��es at� 2010. Sob o comando da "m�e do PAC", a presidente Dilma Rousseff, o �ndice de execu��o subiu para 26,7% at� o fim de 2014. No entanto, de cada dez obras do PAC 2, seis s�o "heran�a" do PAC 1.
Desconsiderando as obras de saneamento, que t�m um peso importante no total das a��es anunciadas, por causa da quantidade, a parcela de obras executadas nas duas etapas sobe para 25,4% (PAC 1, entre 2007 e 2010) e 35,9% (PAC 2, entre 2011 e 2014), segundo levantamento feito pela Inter.B Consultoria. O estudo ser� apresentado hoje em semin�rio do setor de infraestrutura na C�mara dos Deputados.
"Pode-se assim concluir que houve uma significativa inefici�ncia no que tange � aplica��o dos recursos nas obras do PAC de infraestrutura. Uma vez que grande parte das obras do PAC 1 teve continuidade com o PAC 2, � poss�vel inferir que os projetos sofreram de modo geral atrasos sistem�ticos, implicando na baixa execu��o do programa. Al�m disso, chama aten��o a recorrente revis�o de custos de algumas obras", afirmam os economistas Cl�udio Frischtak e Julia Noronha, que coordenaram o estudo.
Segundo o levantamento, considerando apenas as revis�es feitas entre 2010 e 2014, houve um aumento m�dio de 49% nos custos. O prazo m�dio de conclus�o, em meses, mais que duplicou. "Na realidade, o sobrecusto e os atrasos s�o substancialmente maiores, considerando os or�amentos e cronogramas anunciados quando os projetos foram lan�ados", dizem os autores. Segundo eles, os projetos relativamente mais dispendiosos foram os que tiveram prioridade, embora haja diferen�a entre os setores e as fases do PAC. Mesmo assim, como informou a reportagem em janeiro, das dez maiores obras do primeiro PAC, apenas duas foram conclu�das.
As obras que apresentaram maiores aumentos de custos foram a dragagem no Porto de Santos (300%) e a constru��o da Linha 1 do Metr� de Belo Horizonte (839%). J� as obras no metr� de Fortaleza tiveram o or�amento reduzido em cerca de 4%.
Com rela��o aos atrasos, a hidrel�trica Jatob� se destaca, com 91 meses de diferen�a em rela��o ao prazo inicial. Ao final de 2014, estavam conclu�dos apenas os estudos de viabilidade t�cnica e ambiental - a obra em si ainda n�o havia sido iniciada. Por outro lado, a hidrel�trica de Santo Ant�nio � a menos atrasada, com revis�o de 6 meses para a finaliza��o das obras.