Lojistas e representantes das empresas administradoras de shoppings centers est�o no impasse sobre a possibilidade de fechamento do com�rcio nos centros de compras aos domingos. A proposta � defendida pelos donos das lojas, que buscam na alternativa uma forma de reduzir os custos com sal�rios e benef�cios dos empregados e enfrentar a crise econ�mica, que abateu em at� 30% o faturamento. A Associa��o Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) n�o aceita a medida, alegando que ela pode agravar o quadro e gerar desemprego. O Sindicato dos Lojistas do Com�rcio de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) vai convocar assembleia para definir o que ser� feito daqui para frente. Se aprovada a proposta, as lojas poder�o deixar de funcionar aos domingos, mesmo sem a concord�ncia dos administradores dos shoppings.
A negocia��o com os shoppings foi frustrada, sem qualquer contrapartida como, por exemplo, a redu��o no valor do condom�nio, cogitada por lojistas. O sindicato vai convocar assembleia geral extraordin�ria e colocar a proposta em vota��o. Segundo Nadim Donato, caso ela seja aceita, lojistas ficam desobrigados de seguir os termos do contrato de condom�nio. Esse documento prev� multa no caso de fechamento das lojas fora do hor�rio de funcionamento do centro de compras. Ainda n�o h� data para a assembleia.
Atualmente, Belo Horizonte conta com 11 shoppings, sendo que a medida seria v�lida para todos eles. Segundo o superintendente da Associa��o dos Lojistas de Shoppings Centers (Aloshopping), Alexandre Fran�a, a medida encontra aceita��o de 70% das lojas sat�lites, mas n�o h� posi��o conhecida entre as �ncoras (grandes lojas de departamento). A proposta, apresentada como tempor�ria, valeria para todo o com�rcio, � exce��o do setor de alimenta��o e cinemas.
Fran�a explica que o fechamento aos domingos reduziria os custos trabalhistas, aliviando a escala de trabalho e a necessidade de conceder folgas compensat�rias. “O lojista n�o aguenta mais e n�o enxerga outra solu��o. N�o queremos que o lojista morra e a crise n�o vai passar r�pido”, afirma o superintendente, que observa queda expressiva nas vendas do domingo. Segundo eles, as obriga��es previstas em contrato acabam dificultando a administra��o das empresas. “Os lojistas acabam impedidos de realizar uma gest�o eficiente”, afirma.
A Abrasce n�o concorda com a proposta e argumenta que a medida agravaria a crise e ainda traria queda ainda maior no faturamento. “O domingo � considerado o segundo ou terceiro melhor dia de vendas e representa 14% do faturamento da semana. Se o movimento est� dif�cil, n�o d� para fechar as portas em um dos melhores dias. A solu��o tem que passar pela criatividade para fazer aumentar as vendas”,afirma o coordenador estadual da Abrasce em Minas, Daniel Vieira.
Questionado sobre a possibilidade de redu��o no condom�nio ou outra medida que diminua o custo de manuten��o da loja, o coordenador informou que isso tem que ser estudado caso a caso. Enquanto n�o h� defini��o, os shoppings continuam abertos aos domingos.
Desconfian�a
A recupera��o ensaiada pela confian�a do consumidor no in�cio do ano n�o se confirmou, e o �ndice caiu 2,7 pontos em abril ante mar�o, na s�rie com ajuste sazonal, com base em pesquisa da Funda��o Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o �ndice de Confian�a do Consumidor (ICC) fechou o m�s em 64,4 pontos, o menor n�vel da s�rie hist�rica, iniciada em setembro de 2005. “O resultado decorre de um cen�rio econ�mico e pol�tico que parece dif�cil de ser resolvido rapidamente”, avaliou, em nota, a economista Viviane Seda, coordenadora da sondagem. Os n�meros de abril foram influenciados tanto pela piora na avalia��o do presente quanto pelo maior pessimismo sobre o futuro. O �ndice de Expectativas (IE) recuou 3,2 pontos em rela��o a mar�o, para 65,8 pontos. J� o �ndice de Situa��o Atual (ISA) caiu 1,6 ponto no per�odo, para 64,7 pontos. Na compara��o de abril contra igual m�s do ano passado, o ICC recuou 10 pontos.