
A menos de uma semana do Dia das M�es, segunda melhor data do ano para o varejo, as vendas ainda n�o engrenaram nas lojas. O com�rcio se lan�a numa corrida contra o rel�gio para atrair os consumidores sumidos e assim tentar fazer valer os neg�cios tradicionais do “segundo Natal” do setor. Promo��es, sorteios e muita propaganda t�m sido as estrat�gias mais usadas para acelerar as vendas, mas n�o ser� f�cil recuperar o tempo perdido em raz�o do escasso movimento. As boas expectativas, caracter�stica nata dos vendedores, se contrap�em � dura realidade da crise econ�mica, que fez o cliente desaparecer. Em boa parte das empresas ouvidas pelo Estado de Minas a perspectiva � de vendas piores em rela��o ao ano passado.
As proje��es de vendas tamb�m n�o ajudam. A C�mara dos Dirigentes Lojistas em Belo Horizonte (CDL-BH) prev� aumento de apenas 0,5% dos neg�cios em rela��o ao ano passado, com crescimento da receita de R$ 2,12 bilh�es para R$ 2,13 bilh�es. A mesma pesquisa aponta que 54,4% dos lojistas acredita em desempenho inferior ao alcan�ado em 2015. Se considerado o cen�rio nacional, o quadro � ainda pior. Estimativa feita pela Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC) para o Dia das M�es aponta retra��o de 4,1% no faturamento, ante os n�meros observados no ano passado (veja o quadro abaixo).
O com�rcio de cal�ados Simone Gomes, instalado no Centro de Belo Horizonte, a gerente Cibely Batista est� tratando de refor�ar as a��es de marketing para levar clientes � loja. “Ainda n�o tivemos movimento motivado pelo Dia das M�es. Ningu�m entrou na loja pra comprar presentes para a data. Estamos mandando e-mails com dicas sobre as op��es dispon�veis, vamos investir na vitrine e ligar para as clientes”, conta.
A gerente da loja de roupas femininas Pimenta Verde, na Savassi, zona nobre de BH, Gabriela Lima, diz estranhar o baixo fluxo de consumidores nas lojas num per�odo t�o pr�ximo do Dia das M�es. “Essa data era considerada o segundo Natal. Agora est� como uma data normal”, diz. A expectativa dela � de que as vendas melhorem na �ltima hora, depois de os clientes receberem o sal�rio. “Al�m da crise, houve o feriado e j� � fim de m�s. O pessoal ainda n�o recebeu”, observa.
A administradora da loja de roupas e acess�rios femininos Complemento Nominal, na Savassi, Fernanda Lopes, est� estudando a��es de venda para o Dia das M�es, mas botou o p� no freio nas contrata��es de trabalhadores por tempo determinado. Ela, normalmente, contava com mais duas vendedoras no per�odo em torno da data. Desta vez, diferentemente, enxugou o quadro de funcion�rias. A empresa n�o � um caso isolado. Pesquisa da CNC mostra que a contrata��o para a data caiu 5,6% em rela��o a 2015. “Sou muito otimista, tenho produto e tenho pre�o, mas as vendas do m�s de abril foram horrorosas. Por causa do cen�rio pol�tico-econ�mico, n�o h� nada para acontecer”, afirma Fernanda.
Segundo a administradora, o faturamento da loja despencou 50% em abril e a situa��o � a mais delicada em 15 anos de portas abertas. “Vamos ver se fazemos alguma a��o para o Dia das M�es”, diz, sem detalhar o planejamento. A rela��es- p�blicas Karla Delfim, de 44 anos, procurava presentes, na semana passada, em loja da qual � cliente habitual e acabou gastando menos do que costumava para marcar a data. “Os pre�os aqui est�o at� bem razo�veis. A gente fica � com receio do que vem por a� e acaba n�o gastando”, ressalta.
Refor�o nos centros de compra
Os shoppings centers tamb�m est�o investindo em a��es para tentar fisgar os consumidores. No Diamond Mall, a cada R$ 450 em compras o cliente ganha um bracelete e concorre a vale-presentes de R$ 10 mil. O Boulevard Shopping concede a quem desembolsar R$ 300 um par de ingressos para o cinema e participa de sorteio de vale-compras de R$ 15 mil.
O Minas Shopping, por sua vez, premia os clientes, por sorteio, a cada R$ 150 gastos em compras. Os centros de compras da BRMALLS – shoppings Contagem, Del Rey, Esta��o BH e Sete Lagoas, este �ltimo na cidade da Regi�o Central de Minas Gerais – apostam em sorteio de brindes, tamb�m com base em t�quetes definidos de compras.
Na expectativa dos lojistas, o consumidor deve gastar, em m�dia, R$ 133,30 com o presente das m�es (veja o quadro). A cifra foi estimada por meio de pesquisa da CDL/BH, feita com 230 empres�rios da capital e regi�o metropolitana. A consulta feita pela institui��o junto aos consumidores, no entanto, indicou gasto m�dio de R$ 104,10 e a prefer�ncia pelo pagamento � vista. O vice-presidente do CDL-BH, Marco Ant�nio Gaspar, diz que o resultado n�o surpreende. “A renda do trabalhador caiu de 10% a 15%. Todos os produtos b�sicos de uma fam�lia tiveram grandes aumentos, com isso acaba sobrando menos para o com�rcio”, afirma Gaspar.
